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WWW DOCÊNCIA EM SAÚDE URGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS 1 Copyright © Portal Educação 2014 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842u Urgências psiquiátricas / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2014. 200p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-8241-760-7 1. Emergências psiquiátricas 2. Intervenção em crises (Serviços de saúde mental) I. Portal Educação. II. Título. CDD 616.89 2 SUMÁRIO 1 EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS ............................................................................................ 9 1.1 DEFINIÇÃO ................................................................................................................................ 9 1.2 AVALIAÇÃO DO PACIENTE NA EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA ............................................ 11 1.2.1 Anamnese ................................................................................................................................ 11 1.2.2 Fatores de Risco ...................................................................................................................... 13 1.2.3 Manejo ...................................................................................................................................... 14 1.2.4 Comportamento Suicida ......................................................................................................... 15 1.2.5 Epidemiologia .......................................................................................................................... 16 1.2.6 Aspectos Psicossociais .......................................................................................................... 16 1.2.7 Risco de Suicídio ..................................................................................................................... 17 2 EMERGÊNCIA E URGÊNCIA PSIQUIÁTRICA ........................................................................ 18 2.1 OBJETIVOS DE UM ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA ........................................................ 19 2.2 MEDIDAS PARA APROXIMAR O PACIENTE DO EXAMINADOR ........................................... 20 2.3 EMERGÊNCIAS CLÍNICAS ....................................................................................................... 21 2.4 DOR TORÁCICA ....................................................................................................................... 22 2.4.1 Causas de Dor Torácica .......................................................................................................... 23 2.4.1.1 Pericardite aguda ..................................................................................................................... 24 2.4.1.2 Tromboembolismo pulmonar ................................................................................................... 25 2.4.1.3 Pneumotórax ............................................................................................................................ 26 2.4.1.4 Dissecção aórtica ..................................................................................................................... 27 2.4.1.5 Pneumonia ............................................................................................................................... 28 2.5 TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS .......................................................................................... 29 2.6 GASTRITE, ESOFAGITE E ÚLCERA ....................................................................................... 30 2.7 DOR MUSCULAR ..................................................................................................................... 32 2.8 DOR ÓSSEA ............................................................................................................................. 33 2.9 INVESTIGAÇÃO DA DOR TORÁCICA ..................................................................................... 34 2.10 SÍNDROME DE TIETZE ............................................................................................................ 35 2.11 HERPES ZOSTER .................................................................................................................... 36 3 ÉTICA NAS EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS ....................................................................... 37 3 4 A QUESTÃO DO RISCO ........................................................................................................... 38 5 TIPOS DE INTERNAÇÕES PSIQUIÁTRICAS .......................................................................... 39 6 CONTENÇÃO MECÂNICA E ISOLAMENTO ........................................................................... 40 7 ALTA E PEDIDO ....................................................................................................................... 41 8 ANSIEDADE ............................................................................................................................. 42 9 AGITAÇÃO PSICOMOTORA ................................................................................................... 44 10 PSICOSES ................................................................................................................................ 46 11 MANIA ....................................................................................................................................... 47 12 EPILEPSIA ................................................................................................................................ 48 13 TRANSTORNO MENTAL ORGÂNICO E DELIRIUM ............................................................... 49 14 FATORES DESENCADEANTES PARA UM COMPORTAMENTO AGRESSIVO ................... 50 15 ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA ....................................................................................... 52 16 ABORDAGEM INICIAL JUNTO AO PACIENTE ...................................................................... 53 17 OBSERVAÇÃO DO DOENTE MENTAL ................................................................................... 54 18 ATENÇÃO ................................................................................................................................. 57 19 MEMÓRIA ................................................................................................................................. 58 20 SENSOPERCEPÇÃO ............................................................................................................... 59 20.1 ALUCINAÇÕES ......................................................................................................................... 59 20.2 ILUSÃO ..................................................................................................................................... 60 20.3 SENSAÇÃO DE ESTRANHEZA ................................................................................................ 61 20.4 TRANSFORMAÇÃO CORPORAL ............................................................................................. 62 20.5 IMAGINAÇÃO ............................................................................................................................62 20.6 FABULAÇÃO ............................................................................................................................. 63 20.7 MITOMANIA .............................................................................................................................. 64 21 PENSAMENTO ......................................................................................................................... 65 22 ORIENTAÇÃO ................................................................................................................................ 66 23 INSTINTO .................................................................................................................................. 67 24 INTELIGÊNCIA ......................................................................................................................... 68 25 JULGAMENTO ......................................................................................................................... 69 26 SENSO ÉTICO .......................................................................................................................... 70 27 AFETIVIDADE ........................................................................................................................... 71 28 EMOTIVIDADE .......................................................................................................................... 72 4 29 CONSCIÊNCIA ......................................................................................................................... 73 30 ESQUIZOFRENIA ..................................................................................................................... 74 30.1 EPIDEMIOLOGIA ...................................................................................................................... 75 30.2 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS................................................................................................ 75 30.3 SINTOMAS ................................................................................................................................ 75 30.4 SINTOMAS NEGATIVOS .......................................................................................................... 76 30.5 TIPOS DE ESQUIZOFRENIA .................................................................................................... 77 30.5.1 Paranoide .................................................................................................................................. 77 30.5.2 Hebifrênica ................................................................................................................................ 78 30.5.3 Catatônica ................................................................................................................................. 79 30.5.4 Simples ...................................................................................................................................... 80 30.5.5 Residual ..................................................................................................................................... 81 30.6 TRATAMENTO .......................................................................................................................... 82 31 TRANSTORNOS DO HUMOR .................................................................................................. 83 32 TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR ........................................................................................ 84 33 MANIA ....................................................................................................................................... 85 34 HIPOMANIA .............................................................................................................................. 86 35 DEPRESSÃO ............................................................................................................................ 87 35.1 DEPRESSÃO E TRISTEZA ....................................................................................................... 88 35.2 TRATAMENTO DO QUADRO DEPRESSIVO ........................................................................... 89 35.3 TRATAMENTO DA HIPOMANIA E MANIA ............................................................................... 90 36 TRANSTORNOS ALIMENTARES ............................................................................................ 91 36.1 BULIMIA .................................................................................................................................... 92 36.2 ANOREXIA ................................................................................................................................ 93 36.3 PERFIL DA PESSOA COM ANOREXIA E BULIMIA ................................................................. 94 36.3.1 ANORÉXICO ............................................................................................................................. 94 36.3.2 BULÍMICO ................................................................................................................................. 94 37 TRANSTORNO DO COMER COMPULSIVO ............................................................................ 95 38 TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO .......................................................................... 96 39 TRANSTORNOS ANSIOSOS ................................................................................................... 97 39.1 FATORES QUE DESENCADEIAM A ANSIEDADE .................................................................. 98 39.2 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................. 99 5 39.3 AGITAÇÃO MOTORA .............................................................................................................. 100 39.4 ANSIEDADE FISIOLÓGICA ..................................................................................................... 101 39.5 ANSIEDADE PATOLÓGICA ..................................................................................................... 102 39.6 TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA ................................................................ 103 40 TRANSTORNO DO PÂNICO ................................................................................................... 104 41 FOBIAS .................................................................................................................................... 106 41.1 FOBIA SIMPLES ...................................................................................................................... 107 41.2 FOBIA SOCIAL ......................................................................................................................... 108 42 TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS ......................................................................................... 110 43 TRATAMENTO ........................................................................................................................ 112 44 DEPENDÊNCIA QUÍMICA ....................................................................................................... 113 44.1 DROGA .................................................................................................................................... 114 44.2 DEPENDÊNCIA QUÍMICA ....................................................................................................... 114 44.3 ABUSO DE DROGAS ............................................................................................................... 115 44.4 USO DE DROGAS ................................................................................................................... 116 45 CLASSIFICAÇÃO DO GRUPO DE DROGAS ......................................................................... 11746 ANFETAMINAS ....................................................................................................................... 118 47 TRANSTORNO MENTAL ORGÂNICO .................................................................................... 119 48 ESQUIZOFRENIA .................................................................................................................... 121 48.1 SINTOMAS ............................................................................................................................... 121 48.1.1 Sintomas Positivos ................................................................................................................... 122 48.1.2 Sintomas Negativos .................................................................................................................. 122 48.2 CAUSAS ................................................................................................................................... 123 48.2.1 Teoria Genética ....................................................................................................................... 123 48.2.2 Teoria Neurobiológica ............................................................................................................ 124 48.2.3 Teoria Psicanalítica ................................................................................................................ 125 48.2.4 Teoria Familiar ........................................................................................................................ 125 48.3 TIPOS DE ESQUIZOFRENIA ................................................................................................... 125 48.3.1 Esquizofrenia Paranoide ........................................................................................................ 126 48.3.2 Esquizofrenia Desorganizada ................................................................................................ 127 48.3.3 Esquizofrenia Catatônica ....................................................................................................... 127 48.3.4 Esquizofrenia Indiferenciada ................................................................................................. 128 6 48.3.5 Esquizofrênia Residual .......................................................................................................... 129 49 EMERGÊNCIAS ASSOCIADAS AO ÁLCOOL E A DROGAS DE ABUSO ............................ 132 49.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 132 49.2 COCAÍNA ................................................................................................................................. 133 49.3 METANFETAMINA E ECSTASY (MDMA-3,4-METILENODIOX, METANFETAMINA) ............. 134 49.4 MACONHA ............................................................................................................................... 135 49.5 NICOTINA ................................................................................................................................ 136 49.6 ÁLCOOL ................................................................................................................................... 137 49.6.1 Risco de Criar Dependência .................................................................................................. 138 49.6.2 Efeitos Deletérios do Álcool .................................................................................................. 139 49.6.3 Síndrome de Dependência ..................................................................................................... 139 49.6.4 Fenômeno da Dependência ................................................................................................... 141 49.6.5 Fenômeno da Tolerância ....................................................................................................... 141 49.6.6 Aspectos Gerais do Alcoolismo ............................................................................................ 142 49.6.7 Aspectos Biológicos do Alcoolismo ..................................................................................... 143 49.6.8 Estratégias do Tratamento .................................................................................................... 144 49.6.9 Recaída .................................................................................................................................... 146 49.7 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E ABUSO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS .............................. 146 49.8 DEPENDÊNCIA ÀS DROGAS NA ADOLESCÊNCIA ............................................................... 147 49.9 NÍVEIS DE PREVENÇÃO ........................................................................................................ 148 49.10 OPIOIDES ................................................................................................................................ 149 50 PSICOTRÓPICOS .................................................................................................................... 151 50.1 CLASSIFICANDO AS SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS ...................................................... 152 50.1.1 Depressoras .......................................................................................................................... 1522 50.1.2 Estimulantes ........................................................................................................................... 153 50.1.3 Anorexígenos .......................................................................................................................... 154 50.1.4 Perturbadoras ......................................................................................................................... 154 51 TRANSTORNO DISSOCIATIVO .............................................................................................. 155 51.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 155 51.2 AMNÉSIA DISSOCIATIVA ....................................................................................................... 156 51.3 FUGA DISSOCIATIVA .............................................................................................................. 157 51.4 DESPERSONALIZAÇÃO / DESREALIZAÇÃO ........................................................................ 158 7 51.5 PERSONALIDADE MULTIPLICA ............................................................................................. 160 51.6 TRANSTORNO DISSOCIATIVO MOTOR ................................................................................ 161 51.7 TRANSTORNO DISSOCIATIVO SENSITIVO .......................................................................... 162 51.8 ALEXITIMIA .............................................................................................................................. 163 51.9 ALEXITIMIA NA POLÍTICA E NO CRIME ................................................................................ 164 52 OUTROS TEMAS LIVRES ....................................................................................................... 168 52.1 CAUSA ..................................................................................................................................... 168 52.2 TERAPIAS ................................................................................................................................ 168 52.3 LUTO E PSIQUIATRIA ............................................................................................................. 169 52.4 O EU DIANTE DA MORTE ....................................................................................................... 170 52.5 OS 5 ESTÁGIOS DA PERSPECTIVA DE MORTE ..................................................................171 52.5.1 Primeiro Estágio: Negação e Isolamento ............................................................................. 172 52.5.2 Segundo Estágio: Raiva ......................................................................................................... 172 52.5.3 Terceiro Estágio: Barganha ................................................................................................... 172 52.5.4 Quarto Estágio: Depressão ................................................................................................... 173 52.5.5 Quinto Estágio: Aceitação ..................................................................................................... 173 53 A MEDICINA PALIATIVA ........................................................................................................ 174 54 A QUALIDADE DA VIDA E DA MORTE .................................................................................. 176 55 O PACIENTE TERMINAL ........................................................................................................ 178 56 A FAMÍLIA NA VISÃO PALIATIVA ......................................................................................... 180 56.1 O QUE PODEMOS FAZER ...................................................................................................... 183 57 EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA EM ADOLESCENTES .......................................................... 185 57.1 O SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA ........................................................................................... 185 57.2 SUICÍDIO E DEPRESSÃO ....................................................................................................... 187 57.3 ALÉM DA DEPRESSÃO ........................................................................................................... 187 57.4 SUICÍDIO E A FAMÍLIA ............................................................................................................ 190 57.5 SUICÍDIO E HOMOSSEXUALISMO ......................................................................................... 191 58 PSICOSE INFANTIL ................................................................................................................ 193 58.1 DESENVOLVIMENTO NORMAL E DESENVOLVIMENTO PATOLÓGICO ............................. 193 58.2 CONCEITO DE PSICOSE INFANTIL ....................................................................................... 194 58.3 CARACTERÍSTICAS DO PSICÓTICO INFANTIL .................................................................... 195 58.4 INCIDÊNCIA ............................................................................................................................. 195 8 58.5 CLASSIFICAÇÃO ..................................................................................................................... 196 59 INFORMAÇÕES ÚTEIS NA EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA ................................................. 197 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 199 9 1 EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS “É vivenciando internamente a crise que o sujeito cria condições de transcendê-la: é preciso trazer o caos dentro de si para fazer nascer a estrela bailarina”. (F. W. Nietzsche). 1.1 DEFINIÇÃO FIGURA 1 FONTE: Disponível em: <http://www.medicosdeportugal.saude.sapo>. Acesso em: 4 jun. 2009. A emergência psiquiátrica caracteriza-se por alguns sintomas distintos, ou seja, alteração no pensamento, sentimento ou comportamento para as quais se faz necessária intervenção imediata, por representar risco significativo para os pacientes ou para terceiros. Esse distúrbio afeta o pensamento, tornando o paciente incapaz de lidar com as situações da vida. É um fato imprevisto que necessita de uma intervenção imediata. A Emergência Psiquiátrica é um conjunto de interesses afetivos e práticos constantes, em que o paciente e sua crise são uma totalidade e não uma parte. É importante determinar se o paciente está, 10 atualmente, sobre tratamento psiquiátrico, de modo que possa ser feito o contato com o terapeuta ou médico que o atenda. A oportunidade proporcionada pela crise pode facilitar o crescimento e a percepção do paciente, o que não seria possível se a crise não tivesse ocorrido. Os principais objetivos de um atendimento emergencial, são: Estabilização do quadro em que o paciente se encontra; Estabelecer uma hipótese diagnóstica, caso o paciente não tenha história pregressa; Excluir causas orgânicas; Encaminhamento do paciente. Para que os objetivos sejam alcançados, ou seja, para que tudo ocorra de uma forma muito rápida e eficaz é necessária uma boa relação terapêutica médico/psiquiatra/paciente, já que o próprio ambiente não é propício, pois um ambiente emergencial dificulta a boa relação em razão de: Ansiedade do profissional ali envolvido e do paciente; Superlotação; Diversidade de patologias. Podemos adotar algumas medidas para aproximar o paciente do médico examinador, para que haja uma melhora na avaliação: Realizar perguntas que aproximem o paciente do examinador, exemplo: “como posso ajudá-lo?”; Estabelecer metas de avaliação; Conhecer a vida pregressa do paciente; Não se “projetar” com o paciente, ou seja, paciente que apresenta um quadro de irritabilidade pode transferi-la facilmente para o examinador, como exemplo: “caso eu seja internado irei processá-lo”. 11 FIGURA 2 FONTE: Filme “Bicho de Sete Cabeças”. 1.2 AVALIAÇÃO DO PACIENTE NA EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA 1.2.1 Anamnese FIGURA 3 FONTE: Disponível em: <http://www.neotecnologis.blogspot.com>. Acesso em: 4 jun. 2009. 12 A avaliação do paciente em crise não difere da avaliação convencional, mas devemos ficar atentos, por ser uma avaliação emergencial dentro de um contexto psiquiátrico o cuidado deve ser redobrado para que não haja risco para o paciente e nem para os demais. O relacionamento entrevistador/entrevistado vai depender muito da comunicação verbal e não verbal, ou seja, depende da empatia entre ambos, isso influencia diretamente no que o paciente diz ou não diz. É de extrema importância ser franco, honesto, nunca se deve enfrentar o paciente direta ou indiretamente por meio da equipe e nem tomar atitudes punitivas. Os diagnósticos que estão ligados diretamente à heteroagressividade ou a autolesão são, na grande maioria, os distúrbios psicóticos e orgânicos. GRÁFICO DEMONSTRANDO HETEROAGRESSIVIDADE E SUAS PATOLOGIAS FONTE: Disponível em: <www.scielo.org>. Acesso em: 4 jun. 2009. 13 O examinador precisa diferenciar causas orgânicas das causas funcionais, pois algumas causas orgânicas podem ser facilmente confundidas com transtornos psiquiátricos. Não podemos avaliar somente a parte psiquiátrica. Pacientes, moradores de rua e etilistas apresentam risco para algumas doenças: Carência de vitaminas; Tuberculose; Síndrome da Deficiência Adquirida; Gravidez precoce, “principalmente em moradores de rua”. Determinar se o paciente está ou não psicótico é de extrema importância para uma boa avaliação, além de definir a gravidade dos sintomas e o grau de perturbação do paciente com esses recursos, pois a chance de conduzir a avaliação até o final é maior. 1.2.2 Fatores de Risco FIGURA 4 FONTE: Disponível em: <http://www.saude.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 4 jun. 2009. 14 Os fatores que aumentam a probabilidade de um ataque de violência incluem: 1. Agitação psicomotora; 2. Intenção declarada de um plano específico, ou seja, disponibilidade de meios para violência, 3. Sexo masculino;4. Pouca idade (entre 15 e 24 anos); 5. Baixa situação socioeconômica; 6. Fraco sistema de apoio familiar e de amigos; 7. História de tentativas de suicídio e estressores recentes. História de comportamento violento pregresso é um dos melhores indicadores de uma autoagressão, incluindo o suicídio e a heteroagressividade. Outros sinais incluem: 1. Atos de violência recente; 2. Dentes e punhos cerrados; 3. Ameaças verbais; 4. Portar armas ou objetivos potencialmente utilizáveis como armas (talheres, cinzeiros); 5. Agitação psicomotora (que é considerado um importante indicador, pois quase sempre precede atos violentos); 6. Intoxicação; 7. Delírios paranoides; 8. Alucinações de comando. 1.2.3 Manejo A medida mais importante frente a uma avaliação de emergência psiquiátrica é a autoproteção e proteger o paciente de todos ao redor, evitando qualquer tipo de dano físico ou 15 psicológico. É preciso ter em mente que há sempre risco para a violência. Não deixe se surpreender por um “ataque”, súbito, nem se coloque em uma situação na qual possa ser facilmente agredido, nunca avalie um paciente em uma sala pequena de costas para a parede, deixe que o paciente fique voltado para a parede e o examinador para a porta, no caso de agressão, terá como sair com maior facilidade. A distância ideal para a avaliação é sempre de um braço, nunca chegue muito próximo do paciente, independentemente da patologia, pois o mesmo pode sentir-se ameaçado e agredir o examinador. Durante a avaliação, o examinador deve incluir sinais vitais do paciente e avaliação física cefalocaudal. 1.2.4 Comportamento Suicida FIGURA 5 Disponível em: <http://www.jorgealbertorj.blogspot.com>. Aceso em: 6 jun. 2009. 16 O comportamento suicida é todo o ato pelo qual um indivíduo causa lesão contra si mesmo, independente do grau e da intensidade da mesma. A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1996) define o suicídio como “a partir de um pensamento de autodestruição, passando por ameaças, gestos, tentativas de suicídio e, finalmente, o suicídio”. 1.2.5 Epidemiologia Segundo a (OMS, 2003), o número de pessoas mortas por suicídio foi de 900 mil pessoas na faixa etária de 15 a 35 anos. O suicídio está entre as três maiores causas de morte global. 1.2.6 Aspectos Psicossociais Não é fácil saber, ao certo, quantas pessoas que tentam suicídio têm ou não problema psiquiátrico, pois a estimativa depende muito do momento em que a pesquisa foi realizada. Os diagnósticos mais frequentes no caso de suicídio são: Transtorno de personalidade; Depressão; Alcoolismo. 17 1.2.7 Risco de Suicídio FIGURA 6 FONTE: Disponível em: <http://www.iconocast.com>. Acesso em: 6 jun. 2009. Segundo Morgan (1990), os indivíduos que estão mais propensos ao suicídio são os que apresentam transtornos mentais, depressão (50% dos casos), esquizofrenia, álcool, droga e uso de outras substâncias psicoativas. 18 2 EMERGÊNCIA E URGÊNCIA PSIQUIÁTRICA FIGURA 7 FONTE: Disponível em: <http://www.brissoslino.wordpress.com>. Acesso em: 6 jun. 2009. Emergência – distúrbio de pensamento, sentimentos ou ações que envolvem risco de vida ou risco social grave, necessitando de intervenções imediatas e inadiáveis (tempo medido em minutos ou horas). Exemplos comuns incluem: violência, suicídio ou tentativa de suicídio, estupor depressivo, excitação maníaca, automutilação, juízo crítico acentuadamente prejudicado e severo e autonegligência. Urgência – a situação implica riscos menores que necessitam de intervenções em curto prazo (tempo medido em dias ou semanas). Alguns exemplos são comportamentos bizarros, quadros agudos de ansiedade, síndromes conversivas, entre outros. 19 Eletistas – a rapidez da internação não é um critério essencialmente importante. São exemplos de ansiedade leve, distúrbios de relacionamento interpessoal, informações sobre medicações e fornecimento de receitas. 2.1 OBJETIVOS DE UM ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA FIGURA 8 FONTE: Disponível em: <http://www.click21.mypage.com.br>. Acesso em: 6 jun. 2009. 1. Estabilizar o quadro; 2. Estabelecer uma hipótese diagnóstica; 3. Excluir uma causa orgânica; 4. Fazer encaminhamento. 20 2.2 MEDIDAS PARA APROXIMAR O PACIENTE DO EXAMINADOR FIGURA 9 FONTE: Disponível em: <http://www.portaldacoluna.com.br>. Acesso em: 8 jun. 2009. 1. Conectar-se com o fato do paciente; 2. Esclarecer os objetivos da avaliação; 3. Conhecer o contexto do paciente; 4. Não se identificar com os sentimentos do paciente. 21 2.3 EMERGÊNCIAS CLÍNICAS FIGURA 10 FONTE: Disponível em: <http://www.apucarana.pr.gov.br>. Acesso em: 8 jun. 2009. 22 2.4 DOR TORÁCICA FIGURA 11 FONTE: Disponível em: <http://www.manualmerck.net>. Acesso em: 8 jun. 2009. Uma das queixas mais frequentes e preocupantes para os profissionais da área da saúde e para o próprio paciente, tanto no pronto-socorro como nos consultórios médicos, é a dor torácica. É preciso diferenciar dor torácica de origem cardíaca de outras causas não cardíacas, uma vez que um grande número de diagnósticos diferenciais torna-se necessário. 23 2.4.1 Causas de Dor Torácica FIGURA 12 FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 8 jun. 2009. 24 2.4.1.1 Pericardite aguda FIGURA 13 FONTE: Disponível em: <http://www.musc.edu>. Acesso em: 12 jun. 2009. Geralmente pacientes portadores de pericardite aguda referem-se a muita dor torácica que irradia para o dorso, pescoço e ombros, piorando quando inspira profundamente. Quando se encontra sentado e em posição inclinada o paciente refere melhora significativa. 25 2.4.1.2 Tromboembolismo pulmonar FIGURA 14 FONTE: Disponível em: <http://www.catalog.nucleusinc.com>. Acesso em: 12 jun. 2009. O tromboembolismo pulmonar representa uma das causas mais comuns de dor torácica e não são diagnosticadas nas unidades de emergência. O paciente apresenta o seguinte quadro: Hemoptise; Fadiga; Síncope; Dispneia; Cianose e até parada cardíaca. 26 2.4.1.3 Pneumotórax FIGURA 15 FONTE: Disponível em: <http://www.drpereira.com.br>. Acesso em: 12 jun. 2009 Pacientes com pneumotórax têm dor torácica de forma repentina. O paciente apresenta o seguinte quadro: Ausência de murmúrio vesicular; Aumento do volume torácico; Taquicardia; Dispneia. 27 2.4.1.4 Dissecção aórtica FIGURA 16 FONTE: Disponível em: <http://www.sbccv.org.br>. Acesso em: 12 jun. 2009. Geralmente pacientes referem algia torácica, como se estivesse “rasgando” o peito. Vários são os fatores de risco: Hipertensão arterial; Idade avançada; Arteriosclerose; Doença do tecido conjuntivo. A taxa de mortalidade é alta e é preciso realizar o controle da pressão arterial e realizar avaliações cirúrgicas periódicas. 28 2.4.1.5 Pneumonia FIGURA 17 FONTE: Disponível em: <http://www.fisiorespiratoria.com.br>. Acesso em: 14 jun. 2009. Devido à pneumonia, o paciente pode ter um variado quadro de sinais de sintomas, desde uma pneumonia simples até uma infecção generalizada (sepse). O quadro clínico é caracterizado por: Febre; Calafrios; Mialgia; À ausculta pulmonar apresenta: murmúrio vesicular diminuído comestertores subcreptantes; Tosse produtiva. 29 2.5 TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS FIGURA 18 FONTE: Disponível em: <http://www.consciencianodiaadia.com>. Acesso em: 14 jun. 2009. Os transtornos psiquiátricos são responsáveis por 10% das causas de dor torácica nos serviços de pronto-atendimento são eles: Transtorno de Ansiedade; Síndrome do Pânico; Depressão. O paciente pode apresentar o seguinte quadro clínico: Dor torácica; 30 Sudorese; Taquicardia; Palpitações; Náuseas; Dispneia; Tontura; Parestesias. 2.6 GASTRITE, ESOFAGITE E ÚLCERA FIGURA 19 FONTE: Disponível em: <http://www.docelimao.com.br>. Acesso em: 14 jun. 2009. 31 Essas doenças do aparelho digestivo costumam causar: Azia: queimação no estômago; Pirose: queimação no centro do tórax, no trajeto do esôfago; Dor de estômago; Plenitude pós-prandial; Náuseas; Vômitos. O paciente costuma apresentar desconforto ao alimentar-se e quando encontra-se em repouso. A ingesta de álcool pode agravar bastante o quadro. A duração pode variar, permanecer minutos ou horas. A gastrite e a úlcera são comuns e tendem a piorar o sintoma com a palpação na região epigástrica. 32 2.7 DOR MUSCULAR FIGURA 20 FONTE: Disponível em: <http://www.afh.bio.br>. Acesso em: 20 jun. 2009. A dor muscular pode ter origem em um dos lados do corpo, ou seja, no hemitórax, quando o paciente apresenta-se em repouso por um período de longa duração; a dor pode piorar ao respirar, movimentar-se ou à palpação torácica, podendo haver antecedente de trauma muscular ou torácico. 33 2.8 DOR ÓSSEA FIGURA 21 FONTE: Disponível em: <http://www.iafortopedia.com.br>. Acesso em: 20 jun. 2009. Este tipo de dor geralmente é localizada, apresenta-se ao repouso, respiração, movimentação exagerada ou palpação torácica. Pode ter ou não antecedentes de trauma ou osteoporose, o que torna os ossos mais frágeis. 34 2.9 INVESTIGAÇÃO DA DOR TORÁCICA FONTE: Assistência Cirúrgica Intensiva – American College Of Surgeons. Para que se tenha uma base correta, ou seja, um diagnóstico preciso da causa da dor torácica é necessário uma boa avaliação clínica, ou seja, uma excelente anamnese contemplando todas as etapas. O auxílio do diagnóstico pode ser confirmado com exames complementares, por exemplo: exame de sangue, radiografia de tórax, eletrocardiograma, 35 ecocardiograma, tomografia computadorizada de tórax, teste de esforço, cineangiocoronariografia, cateterismo cardíaco, angiotomografia da aorta, entre outros. 2.10 SÍNDROME DE TIETZE FIGURA 22 FONTE: Disponível em: <http://www.clinicaverri.blogspot.com>. Acesso em: 20 jun. 2009. A Síndrome de Tietze é caracterizada por um processo inflamatório da aponeurose de uma costela com o osso esterno, causando dor localizada na região torácica ao repouso, piorando com a respiração e palpação do local. 36 2.11 HERPES ZOSTER FIGURA 23 FONTE: Disponível em: <http://www.amazon.com>. Acesso em: 20 jun. 2009. O Herpes Zoster é uma doença que causa inflamação nos nervos do tórax, causando neurite. A dor localiza-se no trajeto do nervo, em forma de queimação, que se apresenta quando o paciente encontra-se em repouso de duração prolongada. O local afetado costuma ficar muito sensível ao toque, podendo causar dúvidas ao ser diagnosticado no momento em que antecede o aparecimento de erupção cutânea com pequenas bolhas, no percurso do nervo, que são típicas da doença. 37 3 ÉTICA NAS EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS FIGURA 24 FONTE: Disponível em: <http://www.rogeliocasado.blogspot.com>. Acesso em: 22 jun. 2009. Pode-se dizer que os grandes desafios bioéticos da emergência psiquiátrica (EP) se manifestam por tensão entre a observância dos princípios da autonomia e da beneficência, visto que muitas vezes os pacientes, em função de sua condição psíquica, desejam realizar claramente atos prejudiciais a si ou a outros. Em alguns destes casos restrição da autonomia pessoal em nome da beneficência são eticamente permissíveis. As maiores dificuldades com as quais irá se deparar o psiquiatra diz respeito aos casos de justa causa para quebra da confidencialidade. É necessário que se realize um juízo de valor prévio para que se possa aquilatar se determinada causa é “justa”, ou seja, se é moralmente suficiente para respaldar a inobservância de um preceito ético fundamental para a profissão médica, o da manutenção do sigilo das informações prestadas pelo paciente. 38 4 A QUESTÃO DO RISCO De acordo com as normas legais brasileiras (Lei Federal nº 10.216/01, Portaria MS/GM, nº 2.391/02, e as diversas leis estaduais sobre a reforma da atenção psiquiátrica). Nesse caso as normas não são claras, ou seja, não especificam quais são os riscos que podemos considerar pelo médico ao determinar uma internação involuntária. Os profissionais de saúde que trabalham com emergências psiquiátricas têm o dever ético e moral de estar atualizados a respeito dos quadros psiquiátricos mais graves, para prevenir agressão tanto para o paciente quanto aos demais. 39 5 TIPOS DE INTERNAÇÕES PSIQUIÁTRICAS GRÁFICO DE INTERNAÇÕES PSIQUIÁTRICAS FONTE: Disponível em: <http://www.www.pindamonhangaba.sp.gov.br>. Acesso em: 22 jun. 2009. Nas internações psiquiátricas temos quatro tipos: Internação psiquiátrica voluntária [IPV]; Internação psiquiátrica involuntária [IPI]; Internação psiquiátrica voluntária que se torna involuntária [IPVI]; Internação psiquiátrica compulsória [IPC]. As IPCs cíveis constituem mais uma das consequências do descaso com que a saúde pública é tratada no Brasil, pois geralmente essas determinações judiciais ocorrem por solicitação de familiares de pacientes que não conseguem receber o atendimento de que necessitam por meio dos recursos normalmente disponíveis. 40 6 CONTENÇÃO MECÂNICA E ISOLAMENTO FIGURA 25 FONTE: Disponível em: <http://www.bairrodooriente.blogspot.com>. Acesso em: 22 jun. 2009. Quando houver a necessidade de restrição física ou de isolamento, involuntário, ou seja, sem que o paciente esteja de acordo, todos os procedimentos devem ser registrados em prontuário médico e comunicar o mesmo o quanto antes. No caso de paciente que estiver em contenção de espaço ou contenção química, deverá ser mantido em boas condições, em um local adequado e seguro para o paciente. Deve permanecer sob os cuidados da equipe enquanto estiver “contido”. No caso de uma restrição de espaço ou física, involuntário, é necessário que o paciente tenha alguém que o represente e responda pelo mesmo. 41 7 ALTA E PEDIDO FIGURA 26 FONTE: Disponível em: <http://www..scielo.br>. Acesso em: 22 jun. 2009. Quando o paciente e os familiares desejarem a alta e houver riscos, máxime de “iminente perigo de vida”, recomenda-se o imediato contato com o representante do Ministério Público da localidade. 42 8 ANSIEDADE FIGURA 27 FONTE: Disponível em: <http://www.lettersofpandora.blogspot.com>. Acesso em: 25 jun. 2009. Atualmente a ansiedade tem sido citada por vários autores como uma das doenças que mais tem acometido a população mundial, devido à competitividade e à agitada dinâmica existencial da vida moderna – a Idade da Ansiedade –, associando a este acontecimento psíquico a um consumismo desenfreado e por aí vai. A sociedade contemporânea, por si só, já é um pré-requisito para o surgimento de algum tipo deansiedade ou transtorno de ansiedade. O homem “moderno” associou a ansiedade a um fator de normalidade ou um destino comum, que estão atrelados de alguma maneira. Por uma questão biológica a ansiedade sempre esteve presente em todos os seres humanos ao longo dessa jornada, desde a era pré-histórica até a chegada do homem à Lua. O que há de novo em tudo isso são as descobertas dos tipos e efeitos da ansiedade sobre o psiquismo e o organismo humano. Todos nós temos um potencial ansioso fisiológico, o que carrega o sentimento do “medo” que é inerente à ansiedade. 43 FIGURA 28 FONTE: Disponível em: <http://www.psiadolescentes.files.wordpress.com>. Acesso em: 25 jun. 2009. A ansiedade faz parte da natureza humana, para sinalizar sinal de perigo, ameaça pelo desconhecido e algum tipo de sofrimento. Hoje em dia a ansiedade passou a ser um distúrbio, por conta do ser humano que não usa como um exercício de sobrevivência, como era feito antigamente. 44 9 AGITAÇÃO PSICOMOTORA FIGURA 29 FONTE: Disponível em: <http://www.evangelistamiriam.blogspot.com>. Acesso em: 25 jun. 2009. A agitação psicomotora, a agressividade e a violência correspondem a um conjunto de comportamentos inespecíficos que podem ser observados em diferentes distúrbios psiquiátricos. Na agitação observa-se um aumento da excitabilidade, uma inquietação, uma resposta exacerbada aos estímulos internos e externos, uma irritabilidade e uma atividade motora e verbal inapropriada e repetitiva. Os pacientes podem se queixar de nervosismo, inquietação e irritabilidade. A agitação, geralmente, tem um curso flutuante, que pode se modificar rapidamente ao longo do tempo. De maneira geral, o comportamento agressivo pode ser definido como um rápido escalonamento da agitação, infligindo danos morais e/ou físicos ao próprio paciente e aos demais. A violência pode ser entendida como uma agressão física dirigida a uma determinada pessoa, por exemplo, os 45 cuidadores, as mulheres, os negros. A agitação psicomotora pode ser observada em diversos quadros psiquiátricos. De maneira geral, todos os quadros psicóticos podem estar associados à agitação. 46 10 PSICOSES FIGURA 30 FONTE: Disponível em: <http://www.oportalsaude.com. Acesso em: 25 jun. 2009. Os pacientes com pensamentos e comportamentos mais desorganizados podem apresentar uma agitação impulsiva, já os pacientes que apresentam um sistema delirante mais organizado podem manifestar uma agitação secundária às vivências paranoides. 47 11 MANIA FIGURA 31 FONTE: Disponível em: <http://www.sistemanervoso.com>. Acesso em: 25 jun. 2009. Os pacientes em mania, não psicóticos, podem se apresentar irritados, com um padrão hostil de respostas e perda das inibições sociais, o que pode gerar discussões e brigas. 48 12 EPILEPSIA FIGURA 32 FONTE: Disponível em: <http://www.socorrismo.wordpress.com>. Acesso em: 25 jun. 2009. A agitação psicomotora também pode ocorrer durante ou após uma crise epilética. Em geral, esta não é direcionada e é decorrente das tentativas de restringir a manipulação do paciente pela equipe de saúde, por exemplo, com cuidados de higiene. 49 13 TRANSTORNO MENTAL ORGÂNICO E DELIRIUM FIGURA 33 FONTE: Disponível em: <http://www.portalsaudebrasil.com>. Acesso em: 25 jun. 2009. No caso de transtorno mental orgânico pode ocorrer um rebaixamento do nível de consciência, com alterações da atenção, da orientação e pensamento, o que caracteriza o quadro de Delirium. As agitações podem estar presentes nos quadros de intoxicação aguda por álcool e drogas. 50 14 FATORES DESENCADEANTES PARA UM COMPORTAMENTO AGRESSIVO FIGURA 34 FONTE: Disponível em: <http://www.zona-s.pt>. Acesso em: 25 jun. 2009. Os profissionais da saúde mental, ao avaliar um paciente, têm que levar em conta os fatores de risco para o comportamento agressivo. Infelizmente, em nosso meio, não existem estudos suficientes capazes de delinear os fatores de risco para a nossa população. Existe um consenso que quanto mais jovem for o indivíduo, maior o risco do envolvimento com atos de agressividade e violência. De maneira geral, as mulheres estão menos envolvidas com os comportamentos agressivos, entretanto, nas portadoras de transtornos mentais graves, o grau de violência se aproxima aos homens. A história prévia de agitação psicomotora e violência é um forte fator primitivo para os comportamentos agressivos. Os transtornos de personalidade antissocial e por uso de substância estão associados aos comportamentos agressivos que os transtornos psicóticos. Entretanto, nos episódios psicóticos agudos, particularmente, os que apresentam alucinações auditivas de comando têm risco significativamente aumentado de agressividade. 51 Ao se avaliar o risco de agressividade, o clínico também deve levar em conta o ambiente em que vive o paciente. Existem evidências que as regiões mais pobres tendem a ser mais violentas. Por outro lado, os pacientes portadores de distúrbios mentais tendem a ser violentos com algum membro da própria família, enquanto que na população em geral, as vítimas tendem a ser indivíduos estranhos ao agressor. 52 15 ATENDIMENTOS DE EMERGÊNCIA FIGURA 35 FONTE: Disponível em: <http://www.gentedagente.com>. Acesso em: 25 jun. 2009. Os móveis do local de atendimento não devem oferecer riscos. A porta do consultório deve, preferencialmente, permanecer aberta. Os seguranças devem estar por perto. O entrevistador deve sentar-se junto à porta, enquanto o paciente permanece no fundo da sala. Com o objetivo de manter a garantia do local de atendimento deve-se interrogar sobre a presença de isqueiros, armas e facas. Em algumas situações, pode ser necessário revistar o paciente e/ou acompanhantes. Nessas situações é importante realizá-la de forma respeitosa, a fim de evitar o escalonamento para a agressividade. 53 16 ABORDAGEM INICIAL JUNTO AO PACIENTE Preferencialmente, um membro da equipe de saúde mental deve assumir a coordenação das abordagens junto ao paciente, familiares e equipe. Cabe ao coordenador: Promover um vínculo terapêutico já no início do tratamento; Deve-se ouvir a versão do paciente, considerar seriamente as suas opiniões e informá-lo sobre sua evolução e tratamento; Identificar os fatores de melhora e piora no comportamento do paciente; Intervir junto à equipe e familiares; Providenciar para que as avaliações e medidas tomadas sejam adequadamente registradas no prontuário do paciente, inclusive a periodicidade das reavaliações; Considerar as abordagens e condutas mais adequadas após a avaliação dos fatores de risco, da situação clínica e da segurança. 54 17 OBSERVAÇÃO DO DOENTE MENTAL FIGURA 36 FONTE: Disponível em: <http://www.viverossegundos.blogspot.com>. Acesso em: 28 jun. 2009. A observação do doente mental é característica básica para uma boa assistência psiquiátrica e se aplica também em clínicas diversas, por isso, o profissional da saúde deve estar atento ao paciente de forma a observar o todo: Como ele se comporta; Como ele se veste; Como ele se relaciona com as pessoas; O grau de dependência; A forma como ele se comunica verbalmente; A forma como ele se comunica não verbalmente, ou seja, como é o seu comportamento. 55 Dessa forma, em psiquiatria a observação do paciente vai além do aspecto somático, clínico ou orgânico, vai também para o aspecto psíquico, daquilo que o paciente não está expressando pela linguagem, mas por meio do comportamento por ele apresentado. Quando falamosde observação de comportamento não queremos dizer que devemos seguir o paciente como um satélite e anotar todos os seus gestos, de forma sistemática. Isso qualquer máquina poderia fazer melhor do que nós. Quando notamos o comportamento estamos falando de observar as formas pelas quais o paciente psiquiátrico se relaciona com o meio no qual está inserido. Algumas dicas são importantes para observar o comportamento do paciente psiquiátrico em caso de emergência: Observar o comportamento é observar o que o outro faz e como faz, sem julgamento; O paciente não é o comportamento que ele apresenta, ele é consequência da forma como ele aprendeu a se relacionar: Do ambiente em que ele se encontra (é bem diferente estar em casa ou em um hospital); Do papel social que ele está exercendo (por exemplo, é bem diferente ser um estudante ou ser um modelo); E a sua psicopatologia (esquizofrênicos geralmente têm um padrão de comportamento que é diferente do dependente químico); A observação de comportamento deve ser discreta e não devemos “vigiá-los como prisioneiros”, pois isso inibiria o comportamento espontâneo do indivíduo e pode ter consequências imprevisíveis; O paciente não é a sua psicopatologia. Temos que observar o que cada pessoa apresenta em particular porque nem todos os pacientes são deprimidos, por exemplo, se comportam da mesma forma, por isso, analisar o comportamento do paciente é mais do que procurar sinais e sintomas da psicopatologia; Devemos manter a privacidade do paciente em todos os momentos, no banho, nos procedimentos clínicos, na inspeção física e na observação de comportamento; Devemos tomar cuidado com a nossa comunicação não verbal, especialmente com as expressões ao olhar para o paciente, para não sermos interpretados de forma errônea. 56 Resumindo: O que devemos observar em um paciente psiquiátrico ao chegar a um serviço de pronto-atendimento: A forma como ele está vestido, sua aparência física, sua higiene, seu peso, se está ou não drogado; Maneira de andar, alterações físicas que ele possa apresentar (se tem curativos, lesões, sondas, drenos, cateteres, regularidade da marcha, ritmo da marcha, estilo da marcha, exemplo, se claudica ou não); Maneira de falar com as pessoas (se grita, se fala muito rápido, se fala muito baixo, se murmura e se reclama das coisas), se sorri, se é sarcástico com as pessoas; Sua fisionomia (se demonstra raiva ou irritação, medo ou ansiedade, desejo ou aversão, indiferença ou interesse); Sua comunicação verbal e não verbal. Tendo em vista todos estes “padrões de comportamento”, a tendência principal do ser humano e do profissional que ali está é estabelecer “rótulos” para o paciente, então: queixosos, irritados, calmos, enfim. Isso jamais deve ser feito, porque a forma com que eles se expressam vem à psicopatologia, independe da sua vontade, ou seja, pelo ambiente, por sua psicopatologia, como já havia citado, e pela forma como ele interpreta as situações. O que devemos fazer é registrar em prontuário específico para cada área (equipe multidisciplinar) o que é observado sem a preocupação de condenar o comportamento em uma só palavra. Dessa forma, a nossa observação de comportamento estará isenta de julgamentos e será mais fidedigna. 57 18 ATENÇÃO FIGURA 37 FONTE: Disponível em: <http://www.umoutropontodevista.blogspot.com>. Acesso em: 28 jun. 2009. É o mecanismo que prepara o processamento dos estímulos, selecionando o que é e quanto processar. Estado de vigilância caracterizado pela disponibilidade perceptiva e a presença do real, com desaparecimento, no eletroencefalograma, do ritmo Alfa. Ela é reduzida na maior parte das doenças mentais, com exceção dos delírios de perseguição ou de ciúmes, em que a atenção aparece polarizada em um sentido muito exato. Pode ser classificada: Espontânea ou passiva: Ocorre naturalmente ou modo instintivo. Voluntária ou ativa: É a atenção disciplinada ou forçada. Externa: Quando a atenção é dirigida para o meio externo. Interna ou subjetiva: Quando a atenção está voltada para o interior do indivíduo. 58 19 MEMÓRIA FIGURA 38 FONTE: Disponível em: <http://www.esclerosemultipla.wordpress.com>. Acesso em: 28 jun. 2009. É a capacidade de reter uma experiência vivenciada no passado. A patologia da memória compreende as amnésias, as hipermnésias, as paramnésias. A maioria panorâmica corresponde a um afluxo de lembranças. Temos: Primária ou imediata: Tem uma reserva de capacidade limitada ao tempo, se não for repetida não será fixada; Secundária ou de fixação: Capta, fixa e conversa os fatos percebidos. Armazena as informações recentes; Terciária ou de Evocação: Consiste na reminiscência dos fatos, lembranças mais antigas, pessoais e bem aprendidas. 59 20 SENSOPERCEPÇÃO FIGURA 39 FONTE: Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br>. Acesso em: 28 jun. 2009. Alteração nos órgãos dos sentidos: 20.1 ALUCINAÇÕES FIGURA 40 FONTE: Disponível em: <http://www.coursejournal_medicina.blogs.sapo.pt>. Acesso em: 28 jun. 2009. 60 Percepções sem objetivo, prefere-se falar de conduta alucinatória para indicar que a alucinação inclui todo comportamento do indivíduo e não se limita à percepção, seguida de convicção. Segundo o aparelho sensorial implicado, distinguem-se as alucinações visuais, auditivas (verbais ou não), tácteis, gustativas, olfativas. Em geral, as alucinações são polissensoriais. Observam-se as alucinações nos esquizofrênicos, os delírios, a confusão mental. 20.2 ILUSÃO FIGURA 41 FONTE: Disponível em: <http://www.topgi>. Acesso em: 30 jun. 2009. 61 Modificação de uma percepção, em geral ligada à alucinação na confusão mental. A pessoa vê um objeto que é real e acha que é outro, uma percepção deformada. Exemplo: O paciente está vendo uma caneta e acha que é um cigarro. 20.3 SENSAÇÃO DE ESTRANHEZA FIGURA 42 FONTE: Disponível em: <http://www.mulher50a60.weblog.com.pt>. Acesso em: 30 jun. 2009. Impressão de sentir o mundo e o ambiente familiar como distantes ou estranhos, junto com uma percepção reduzida de sua própria realidade psíquica, ou seja, percebe a realidade de uma forma diferente. 62 20.4 TRANSFORMAÇÃO CORPORAL FIGURA 43 FONTE: Disponível em: <http://www.mairadanielle.blogspot.com>. Acesso em: 30 jun. 2009. O indivíduo sente o corpo diferente do que ele realmente é exemplo, é gordo e se sente magro. 20.5 IMAGINAÇÃO FIGURA 44 FONTE: Disponível em: <http://www.imaginacaocriativa.blogspot.com>. Acesso em: 30 jun. 2009. 63 Desordem de pensamento, alimentada não por interpretação ou alucinação, mas sim por ficções produzidas sem controle e às quais o paciente mostra uma convicção total, temos como exemplo pessoas mitotônicas. 20.6 FABULAÇÃO FIGURA 45 FONTE: Disponível em: <http://www.forumnow.com.br>. Acesso em: 30 jun. 2009. Tendência de reinventar, de modo pouco convincente, uma realidade que foge devido aos distúrbios da atenção de orientação, da memória, do juízo. Desejo de refazer a realidade mais ou menos ordenada em relação à ficção escolhida, com finalidade de compensação, de prestígio, para causar dano ou sob o efeito de um impulso habitual. Preencher lacunas da memória. 64 20.7 MITOMANIA FIGURA 46 FONTE: Disponível em: <http://www.joselitando.blogspot.com>. Acesso em: 30 jun. 2009. É a disposição habitual em certos indivíduos e, na falta de intenção exata ou de um alvo definido, para alterar a verdade, simular,mentir, elaborar fábulas, ou seja, tendência de criar e relatar eventos imaginários, como uma mentira patológica. 65 21 PENSAMENTO FIGURA 47 FONTE: Disponível em: <http://www.tracosdenanquim.wordpress.com>. Acesso em: 30 jun. 2009. É a representação das vivências da consciência humana e ideias, é uma representação na mente de um objeto ou situação. Conjunto de operações intelectuais que permite compreender os objetos e suas relações e de se conformar ao conhecimento do mundo. No delírio, o pensamento se desvia do real, em proveito do imaginário. Os distúrbios do pensamento podem ser: ideia obsessiva, bloqueio mental, aceleração ou lenhificação mental, entre outros. 66 22 ORIENTAÇÃO FIGURA 48 FONTE: Disponível em: <http://www.ead.ufms.br>. Acesso em 30 jun. 2009. Autopsíquica (dados sobre si mesmo) e alopsíquica (tempo e espaço). 67 23 INSTINTO FIGURA 49 FONTE: Disponível em: <http://www.cine_ma.blogs.sapo.pt>. Acesso em: 30 jun. 2009. Pulsão inata. Podem ser: De autopreservação; De sexualidade; De associação. 68 24 INTELIGÊNCIA FIGURA 50 FONTE: Disponível em: <http://www.brianoneal.blogspot.com>. Acesso em: 30 jun. 2009. Capacidade de aprendizado, de adaptar-se e exercer a autocrítica. 69 25 JULGAMENTO FIGURA 51 FONTE: Disponível em: <http://www.ciama.am.gov.br>. Acesso em: 30 jun. 2009. É a capacidade de formular julgamentos, fazer comparações, críticas. 70 26 SENSO ÉTICO FIGURA 52 FONTE: Disponível em: <http://www.jornalexpress.com.br>. Acesso em: 30 jun. 2009. É a capacidade de utilizar as normas e padrões aceitos pela sociedade. As alterações podem ser: Imoralidade; Hipermoralismo; Anormalidade Constitucional; Senso Moral Desviado. 71 27 AFETIVIDADE FIGURA 53 FONTE: Disponível em: <http://www.bovespa.com.br>. Acesso em: 30 jun. 2009. Conjunto de emoções, sentimentos (alegria, amor, ódio, etc.). Hipertimia: Euforia, tristeza, manifestação exagerada; Hipotimia: Diminuição da afetividade; Paratimia: Quando surgem sentimentos uma ação. 72 28 EMOTIVIDADE FIGURA 54 FONTE: Disponível em: <http://www.coccar.blogspot.com>. Acesso em: 30 jun. 2009. Habilidade emocional, obsessão (ideia persistente e indesejada, a pessoa reconhece como absurda, mas não consegue eliminá-la pela lógica ou raciocínio), ansiedade (tensão ou apreensão de um perigo iminente), angústia e fobia. 73 29 CONSCIÊNCIA FIGURA 55 FONTE: Disponível em: <http://www.palavrassussurradas.net>. Acesso em: 30 jun. 2009. Autocrítica dos padrões próprios do comportamento. Os principais distúrbios: Estreitamento: Redução do campo de ação de consciência; Obnubilação: Turvação e obscurecimento da consciência e do pensamento. Delirium: Transtorno mental orgânico agudo, confusão mental, consciência alterada, com instabilidade emocional, ansiedade e agitação e a presença de delírios e alucinações. 74 30 ESQUIZOFRENIA FIGURA 56 FONTE: Disponível em: <http://www.sweettoxicant.blogspot.com>. Acesso em: 30 jun. 2009. Transtorno do pensamento, doença descrita pela primeira vez por Emil Krapelin em 1896, que classificou os vários quadros da doença como Demência Precoce. Bleuler em 1911 deu o nome esquizofrenia após reorganizar os critérios para a demência precoce. Para ele os sintomas fundamentais eram a desorganização do pensamento (associação frouxa de ideias). A perda da realidade ou a incapacidade de diferenciar o real do imaginário é chamada de psicose funcional. Após anos de estudos não há evidências entre o transtorno e os processos físicos do cérebro, porém com o avanço da medicina, principalmente no campo da pesquisa farmacológica, os pacientes hoje estão com medicamentos mais avançados e com maior eficácia, com isso, diminui o tempo do surto e também o espaço de tempo entre um surto e outro está aumentando. 75 30.1 EPIDEMIOLOGIA Há uma grande predominância no sexo masculino, com idade entre 17 a 30 anos, estima-se que 1% da população geral seja portador desta psicopatologia. 30.2 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Indivíduos quietos, passivos, com poucos amigos de infância, fantasiosos, introvertidos e retraídos, crianças obedientes e boazinhas, adolescentes com poucos amigos íntimos e poucos relacionamentos românticos, indivíduos que se excluem de atividades em grupo (jogos e encontros sociais), preferem atividades isoladas (ouvir música, assistir televisão, etc.). Amigos e parentes podem notar que a pessoa mudou e que não está mais agindo como antigamente. Durante este período pode começar a sentir-se ansioso, perplexo e desenvolver interesse por ideias abstratas: filosofia, ocultismo, questões religiosas, etc. Os transtornos esquizofrênicos são caracterizados, em geral, por distorções fundamentais peculiares do pensamento e da percepção e por afeto inadequado. O humor torna-se superficial ou incongruente. 30.3 SINTOMAS Eco do pensamento, inserção ou roubo do pensamento, irradiação do pensamento; Delírios de controle, influência ou passividade claramente se referindo ao corpo ou movimentos dos membros ou pensamentos específicos, ações ou sensações; Alucinações auditivas, comentando o comportamento do paciente ou discutindo entre elas, sobre ele; 76 Delírios persistentes inapropriados e impossíveis, como identidade política ou religiosa ou poderes sobre-humanos (capaz de controlar o tempo ou de se comunicar com alienígenas). Alterações no curso do pensamento, resultando em discurso incoerente, irrelevante ou neologismos. Comportamento catatônico, tal como: postura inadequada, negativismo, mutismo e estupor. 30.4 SINTOMAS NEGATIVOS Apatia marcante; Pobreza de discurso; Embotamento afetivo (resultando em retraimento e diminuição do desempenho social); Alterações no comportamento pessoal, como perda de interesse, falta de objetivos, inatividade e retraimento social. 77 30.5 TIPOS DE ESQUIZOFRENIA 30.5.1 Paranoide FIGURA 57 FONTE: Disponível em: <http://www.opiniaoenoticia.com.br>. Acesso em: 30 jun. 2009. É a mais comum. O quadro é denominado por delírios estáveis, com frequência paranoides, acompanhadas por alucinações (auditivas) e perturbações da percepção. Exemplo, alucinação de perseguição, referência, ascendência importante, missão especial, mudanças corporais; delírios auditivos que ameaçam ou dão ordens, assovios, zunidos ou risos. 78 30.5.2 Hebifrênica FIGURA 58 FONTE: Disponível em: <http://www.robertoleite.assisfonseca.com.br>. Acesso em: 30 jun. 2009. Caracteriza-se por mudanças afetivas, por um comportamento irresponsável, maneirismos. Neste caso geralmente o afeto é superficial e inadequado, com risadinhas, caretas, brincadeiras fora de hora. O pensamento torna-se desorganizado e incoerente, tendo início no final da adolescência e início da vida adulta. O prognóstico não é bom, devido ao embotamento afetivo, perda da volição e pelo rápido desenvolvimento dos sintomas negativos. 79 30.5.3 Catatônica FIGURA 59 FONTE: Disponível em: <http://www.boesesfee.blogspot.com>. Acesso em: 30 jun. 2009. Apresenta-se por agitações psicomotoras e podem se alterar entre extremos como hipercinesia e estupor ou obediência automática e negativismo. Há uma diminuição marcante de reação ao meio ambiente, de movimentos e atividades espontâneas ou mutismo. Podendoapresentar também mutismo, excitação, postura inadequada, negativismo, rigidez, flexibilidade cérea, obediência automática e perseveração de palavras e frases. 80 30.5.4 Simples FIGURA 60 FONTE: Disponível em: <http://www.marcorsi.flogbrasil.terra.com.br>. Acesso em: 30 jun. 2009. Há um desenvolvimento insidioso, mas progressivo de conduta estranha, incapacidade de atender as exigências da sociedade e um declínio no desempenho total. Delírios e alucinações não são evidentes. Ele pode se tornar absorto em si mesmo, inativo e sem objetivo. 81 30.5.5 Residual FIGURA 61 FONTE: Disponível em: <http://www.segind.blogspot.com>. Acesso em: 30 jun. 2009. É um estágio crônico no desenvolvimento da esquizofrenia caracterizado por sintomas “negativos”. 82 30.6 TRATAMENTO FIGURA 62 FONTE: Disponível em: <http://www.parceirosdorim.com>. Acesso em: 30 jun. 2009. Terapia Medicamentosa; Terapia Medicamentosa mais psicoterapia; Psicoterapia; Métodos físicos (Eletroconvulsoterapia – ECT). Esses tratamentos poderão ser desenvolvidos no âmbito hospitalar ou não, vai depender muito do quadro da doença que o paciente esteja apresentando. Há mais ou menos uns 10 anos preconiza-se a internação somente em casos de surtos agudos, cuja gravidade não permita que o mesmo seja tratado no consultório, ambulatórios ou comunidades terapêuticas. As internações devem ser criteriosas e de curta duração. 83 31 TRANSTORNOS DO HUMOR FIGURA 63 FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com>. Acesso em: 5 jul. 2009. 84 32 TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR FIGURA 64 FONTE: Disponível em: <http://www.ceumquezado.blogspot.com>. Acesso em: 5 jun. 2009. O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), antigamente conhecido como Psicose Maníaca Depressiva (PMD), é uma doença que se caracteriza pela alternância de humor. Esse período de alteração do humor caracteriza-se por episódios de euforia (mania), depressão ou períodos intercalados de mania com episódios depressivos e períodos de normalidade, quando o paciente está devidamente medicado. 85 33 MANIA FIGURA 65 FONTE: Disponível em: <http://www.invisiblehappiness.blogspot.com>. Acesso em: 5 jul. 2009. A mania caracteriza-se por um estado de exaltação do humor, ou seja, um aumento de energia, sem qualquer relação com o momento em que o paciente está vivenciando. Geralmente apresenta: Irritabilidade; Impaciência; Pensamento acelerado; Logorreia; Pensamentos de grandeza; Otimismo exagerado; Aumento da autoestima; Grande produtividade; 86 Hiperbulimia; Abuso de álcool e/ou drogas, entre outros sintomas. 34 HIPOMANIA FIGURA 66 FONTE: Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br>. Acesso em: 5 jul. 2009. Na hipomania encontramos uma forma moderada da mania, ou seja, podendo predominar a irritabilidade e não apresentar momentos de euforia. O paciente e/ou a família costumam não perceber esta alteração de humor. Geralmente confunde-se com a recuperação da depressão e por isso o paciente está mais “animado”. 87 35 DEPRESSÃO FIGURA 67 FONTE: Disponível em: <http://www.fct.unl.pt>. Acesso em: 5 jul. 2009. O humor fica deprimido, o paciente encontra-se melancólico, apresentando tristeza sem motivo aparente. Segue abaixo alguns sintomas da depressão: Apatia; Angústia; Desânimo e falta de energia; Falta de motivação; 88 Diminuição da libido; Insônia ou hipersonia; Autoestima rebaixada; Isolamento social; Medo e desconfiança; Sentimento de ruína, entre outros sintomas. 35.1 DEPRESSÃO E TRISTEZA FIGURA 68 FONTE: Disponível em: <http://www.artigosrelevantes.blogspot.com>. Acesso em: 5 jul. 2009 Quando a pessoa encontra-se deprimida, sabe que seus sentimentos diferem de uma tristeza anteriormente vivida, pois na depressão a pessoa se isola, não quer a companhia dos 89 familiares e amigos, perde o interesse em tudo, não melhora pela força de vontade e nem com o tempo se não for medicado. 35.2 TRATAMENTO DO QUADRO DEPRESSIVO FIGURA 69 FONTE: Disponível em: <http://www.bigpen.com.br>. Acesso em: 5 jul. 2009. Primeiramente procurar um médico psiquiatra; Antidepressivos (Tricíclicos, Inibidores da Monoaminoxidase, Inibidores da recaptura da serotonina); Medicamento e Psicoterapia; Psicoterapia. 90 35.3 TRATAMENTO DA HIPOMANIA E MANIA FIGURA 70 FONTE: Disponível em: <http://www.temperomanero.com.br>. Acesso em: 10 jul. 2009. Antidepressivos; Estabilizadores do Humor (Sais de Lítio, Ácido Valproico e Antipsicóticos); Ansiolíticos (ilustração acima à esquerda); Psicoterapia (ilustração acima à direita). 91 36 TRANSTORNOS ALIMENTARES FIGURA 71 FONTE: Disponível em: <http://www.itu.com.br>. Acesso em: 10 jul. 2009. A anorexia nervosa, a bulimia nervosa e o comer compulsivo caracterizam sintomas dos distúrbios alimentares que se tornam cada vez mais conhecidos em nosso meio, devido à pressão exercida pela “sociedade” e pela “mídia”. Segundo Taylor, as teorias sociais apontam para um aumento dramático em sua incidência na população mundial. 92 36.1 BULIMIA FIGURA 72 FONTE: Disponível em: <http://fcivica.wordpress.com>. Acesso em: 10 jul. 2009. Geralmente o paciente ingere quantidades enormes de alimentos de uma forma compulsiva, após o fato ocorrido, o mesmo sente-se “culpado” e depois provoca vômitos. Para manter o peso, fazem uso de laxantes, diuréticos, jejuns prolongados, prática de exercícios físicos exagerados e sem antes consultar um médico e um educador físico. 93 36.2 ANOREXIA FIGURA 73 FONTE: Disponível em: <http://nutriap.wordpress.com>. Acesso em: 10 jul. 2009. O quadro da anorexia nervosa caracteriza-se pela recusa do paciente em se alimentar voluntariamente. O paciente sente fome, no entanto, há uma restrição cerebral deliberada. Como há a distorção da imagem corporal, o paciente se olha no espelho e se enxerga gordo, mesmo estando magérrimo, com isso ele faz regime para continuar a emagrecer, jejuns prolongados, exercícios físicos deliberadamente. No mundo em que vivemos há uma pressão social, cultural e pressão da mídia muito grande para que as pessoas sejam magras, com um corpo “perfeito” devido ao “modismo”, com isso desencadeia os distúrbios alimentares, precisamente a anorexia nervosa. 94 36.3 PERFIL DA PESSOA COM ANOREXIA E BULIMIA 36.3.1 Anoréxico Emagrecimento extremo; Desenvolvimento psicossocial e sexual atrasado; Sabem o valor nutricional de cada alimento; Alteração dos sinais vitais; Dificilmente menstruam; Desnutrição grave, podendo levar à morte; Constipação intestinal; Ossos propensos às fraturas. 36.3.2 Bulímico Perda de potássio; Lesão no aparelho digestório; Diminuição do interesse sexual; Hipertensão arterial; Irregularidade menstrual; Tentam “compensar” seus problemas ingerindo grandes quantidades de alimentos de uma só vez. No geral, são indivíduos extremamente manipuladores, com isso dificulta o trabalho multiprofissional. 95 37 TRANSTORNO DO COMER COMPULSIVO FIGURA 74 FONTE: Disponível em: <http://www.disturbioslimentares.blogspot.com>. Acesso em: 10 jul. 2009. No comer compulsivo, o paciente tem “ataques” bulímicos, mas não recorre a nenhum dos recursos acima citados para emagrecer, com isso ingere quantidades alimentares enormes e a tendência é ir aumentando com o passar dos anos, até
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