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67 Penna ST, Barros AGVM. Sistematização da Assistência de Enfermagem no Infarto Agudo do Miocárdio. Rev Bras Cardiol Invas 2003; 11(4): 67-69. Sistematização da Assistência de Enfermagem no Infarto Agudo do Miocárdio Rev Bras Cardiol Invas 2003; 11(4): 67-69. Artigo Especial Solange Teitelroit Penna1, Ana Gabriela Villa Maior de Barros1 1 Hospital Pró-Cardíaco/PROCEP - Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Correspondência: Solange Teitelroit Penna. Hospital Pró-Cardíaco. Rua General Polidoro, 192 - Botafogo. Rio de Janeiro - RJ - Brasil. CEP 22280-000. Recebido em: 12/04/2005 • Aceito em: 22/04/2005 Apesar dos importantes benefícios dos fibrinolíticosno tratamento de pacientes pós-infarto agudo do miocárdio, este tipo de terapia tem limitações conheci- das, como descrito por Mattos et al.1. Com o objetivo de melhorar a estratégia de trata- mento da doença coronariana aguda e reduzir o número de complicações com a terapia trombolítica surge a angioplastia primária e o emprego de stents, com resul- tados favoráveis já demonstrados por vários autores como Zijlstra et al.2, Rinfret S et al.3, no estudo PAMI, e Hochman et al.4, no SHOCK. A experiência do médico cardiologista interven- cionista, de toda a equipe de enfermagem e radiologia é um fator fundamental para o resultado obtido. A prestação de cuidados de enfermagem de maneira intuitiva e empírica dificulta o estabelecimento de pa- râmetros e controles que possam contribuir para o desenvolvimento da assistência de enfermagem. A siste- matização da assistência de enfermagem (SAE) no infarto agudo do miocárdio foi um instrumento criado e imple- mentado para se conhecer, padronizar e medir o cuidado prestado pela enfermagem, identificando e monitorando a variabilidade que possa impactar no paciente, na equipe e na instituição. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM No nosso hospital, os enfermeiros da Unidade de Emergência, Laboratório de Intervenção Cardiovascular (hemodinâmica) e Unidade Coronária criaram e imple- mentaram a SAE no infarto agudo do miocárdio, con- forme Figura 1. A proposta da criação da SAE foi recomendar as boas práticas de enfermagem elaboradas de forma sis- temática, para auxiliar os profissionais sobre quais são os cuidados mais apropriados na circunstância específica do infarto agudo do miocárdio. Começamos a construção da SAE baseadas no grau de variabilidade do processo terapêutico e no impacto deste quadro na instituição, devido ao custo e ao volume de atendimento. Alguns dos nossos principais objetivos foram: pa- dronizar e monitorar o cuidado prestado com melhoria no resultado assistencial, evitando a fragmentação da assistência; conhecer e monitorar as variáveis divididas em variáveis do paciente e estruturais/ambientais, iden- tificando eventuais dificuldades para aderência à siste- matização; além de racionalizar o tempo para as ações executadas pela equipe de enfermagem. Lembramos que a cardiologia intervencionista está intimamente ligada a um aparato tecnológico sofistica- do e freqüentemente inovador e isto exige dos profissio- nais versatilidade e capacitação diferenciadas perante os procedimentos. Além disso, as equipes médica e de enfermagem devem refletir a união e o sincronismo que beneficia o paciente. Todos devem ter em mente que restabelecer imediatamente o fluxo coronário é o objetivo principal, alcançando, assim, os melhores resul- tados: recuperação da função ventricular e redução da mortalidade. Em nosso serviço, dispomos de médico cardiologista intervencionista de plantão e equipe de enfermagem 24h, anestesista em todos os procedimentos realizados e retaguarda cirúrgica. O paciente com IAM é potencial- mente crítico e o Laboratório de Intervenção Cardio- vascular deve estar em condições de acesso imediato, com todos os equipamentos e materiais de suporte disponíveis. Ao instrumento da SAE, o próximo passo é agregar as ações do corpo multidisciplinar (médico, nutrição e fisioterapia). CONSIDERAÇÕES FINAIS É extremamente importante uma enfermagem reso- lutiva, que investe na capacitação profissional. A imple- mentação da SAE colaborou na visão sistêmica assis- tencial, além de ser um instrumento de detecção de variáveis, resultados e melhoria. SolangePenna.p65 17/6/2005, 09:4167 68 Penna ST, Barros AGVM. Sistematização da Assistência de Enfermagem no Infarto Agudo do Miocárdio. Rev Bras Cardiol Invas 2003; 11(4): 67-69. Fi gu ra 1 - S is te m at iz aç ão d a as si st ên ci a de e nf er m ag em n o in fa rt o ag ud o do m io cá rd io . Si st em at iz aç ão d o In fa rt o A gu do d o M io cá rd io Pa ci en te :_ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ _ ❏ I A M c om s up ra S T ❏ I A M s em s up ra S T ❏ U til iz aç ão d e tro m bo lít ic o, d at a __ __ __ /_ __ __ _/ __ __ __ H or a_ __ __ _h D at a da a dm is sã o: _ __ __ _/ __ __ __ /_ __ __ _ H or a_ __ __ _h D at a da a lta : _ __ __ _/ __ __ __ /_ __ __ _ ∆t in íc io d os s in to m as : __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ U ni d. Sa la d e Em er gê nc ia L. I. C .V . U ni da de C or on ar ia na U C O R /L ei to U C O R /Q ua rt o U C O R / U C O R /Q ua rt o a lo ca da Q ua rt o H or a di a 0 a 30 m in ut os 30 m in ut os a 2 ª ho ra 2ª h or a a 24 ª ho ra 2º d ia 3º d ia 4º d ia 5º d ia ❏ R ea liz ar A na m ne se ❏ Es tr at ég ia e du ca ci on al ❏ Re al iz ar E C G d e 12 d er iv aç õe s ❏ V er ifi ca r si na is v ita is ❏ Ve rif ic ar S V e P A 6/ 6h Id em a o ❏ A va lia r ne ce ss id ad e ❏ A va lia r ca ra ct er ís tic as d a /p ro po rc io na r ap oi o (a va lia r de ri va çõ es a di ci on ai s) a ca da 4 h 3 º di a de E C G do r to rá ci ca : in íc io d o si n- ps ic ol óg ic o to m a, d ur aç ão , in te ns id ad e lo ca liz aç ão e i rr ad ia çã o ❏ R ea liz ar E C G d e ❏ M an te r M .C .C ./ ❏ M an te r M C C ❏ Ve ri fic ar P A h or ár ia ❏ R ea liz ar e xa m e fís ic o ❏ V er ifi ca r si na is v ita is 18 d er iv aç õe s Pu ls o ox im et ri a ge ra l e di re ci on ad o a ca da 6 h or as In st al ar : ❏ M on ito r ca rd ía co c on tín uo ❏ R ea liz ar d eg er m aç ão ❏ A va lia r re co rr ên ci a da d or ❏ R ea liz ar E C G d e ❏ R ea liz ar E C G d e 12 d er iv aç õe s ❏ Es tim ul ar a d ea m bu - (M C C ) e an ti- se ps ia n o lo ca l to rá ci ca e a no rm al id ad es 12 d er iv aç õe s la çã o as si st id a ❏ O xi ge ni ot er ap ia s ob de a ce ss o do r itm o ca rd ía co m ac ro ne bu liz aç ão à 5 l/m in ❏ A va lia r es ta do g er al – m an te r Sa O 2 > 90 % ❏ In st al ar i m ob ili za do r no m em br o ❏ Pu ls o ox im et ri a co nt ín ua re la ci on ad o ao p ro ce di m en to ❏ Pu nc io na r ac es so v as cu la r ❏ M an te r m ac ro / a 5 L / ❏ Ve ri fic ar s in ai s vi ta is h or ár io ❏ Fa ze r e re gi st ra r ❏ C on si de ra r su sp en sã o de ❏ Pr om ov er e st ra té gi a pe ri fé ri co e m M SE m in . S e S a0 2 < 92 % ex am e fís ic o ge ra l ac es so v as cu la r pe ri fé ri co ed uc ac io na l na a lta : e di re ci on ad o ad es ão à t er ap êu tic a e au to cu id ad o ❏ V er ifi ca r si na is v ita is a ❏ M an te r si na is v ita is ❏ M an te r ox ig en io te ra pi a e ❏ Pr om ov er h ig ie ne ❏ Im pl em en ta r es tr at ég ia d e ca da1 5 m in ut os on -l in e – re gi st ra nd o av al ia r su sp en sã o ap ós a co rp or al m ob ili za çã o pr ec oc e: e st ím ul o a ca da 1 5’ 6ª h or a à hi gi en e co rp or al d e as pe rs ão , de am bu la çã o se nd o as si st id a e se nt ar f or a do l ei to ❏ M an te r di et a ze ro ❏ A va lia r ne ce ss id ad e de ❏ M an te r pu ls o ox im et ria ❏ M on ito r ca rd ía co ❏ A te nt ar p / si na is d e an gi na , no vo a ce ss o va sc ul ar ❏ M an te r el ev aç ão m áx im a co nt ín uo di sp né ia , to nt ur as , si na is d e se G PI Ib / III a da c ab ec ei ra à 3 0º ba ix o dé bi to e a rr itm ia s ❏ C on si de ra r es tr at ég ia d e ❏ Ve ri fic ar p ul so / ❏ M an te r in fu sã o ve no sa d e ❏ R eg is tra r rit m o e ❏ O rie nt ar s ob re f at or es d e ris co re pe rf us ão m io cá rd ic a: te m pe ra tu ra /c ol or aç ão flu id o fr eq üê nc ia c ar dí ac a e há bi to s de v id a sa ud áv el tr om bó lis e fa rm ac ol óg ic a/ no m em br o ut ili za do ❏ D os ar T C A e o be de ce r o in te rv en çã o m ec ân ic a no e xa m e pr ot oc ol o de r et ira da d o po r an gi op la st ia in tro du to r ❏ Es tr at ég ia e du ca ci on al : ❏ R ea liz ar c ur at iv o ❏ R ep ou so a bs ol ut o no l ei to ❏ O bs er va r e re gi st ra r or ie nt aç ão c lie nt e/ fa m íli a co m pr es si vo In sp ec io na r o m em br o re la - fu nç ão i nt es tin al so br e a do en ça e p ro vá ve l ci on ad o ao e xa m e qu an to : re al iz aç ão d e pr oc ed im en to s co lo ra çã o, s an gr am en to , te m - pe ra tu ra e p er fu sã o te ci du al ❏ Pr ov id en ci ar t ra ns fe rê nc ia : ❏ R ea liz ar T C A c on fo rm e ❏ A te nt ar p ar a po ss ív ei s ev en to s ❏ R ea liz ar c ur at iv o U C O R/ LI C V ro tin a ad ve rs os à t er ap êu tic a m ed i- se m i- co m pr es si vo ca m en to sa : ce fa lé ia , hi po te n- ❏ A té a s us pe ns ão d a sã o, b ra di ca rd ia , sa ng ra m en to an tic oa gu la çã o pl en a ❏ Pr ep ar ar p / tr an sf . ❏ A va lia r lib er aç ão d a di et a U C O R /C en tro C irú rg ic o ❏ O bs er va r e re gi st ra r ac ei ta çã o ❏ H or a da p un çã o da d ie ta __ __ __ __ __ __ __ __ _ ❏ Pr om ov er h ig ie ne c or po ra l no le ito , se n ec es sá ri o ❏ O ri en ta r cl ie nt e/ fa m íli a so br e ro tin a da U ni da de SolangePenna.p65 17/6/2005, 09:4168 69 Penna ST, Barros AGVM. Sistematização da Assistência de Enfermagem no Infarto Agudo do Miocárdio. Rev Bras Cardiol Invas 2003; 11(4): 67-69. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Mattos LAP, Mota PAM, Sousa JEMR. Intervenção coronária percutânea no infarto agudo do miocárdio. In: Sousa AGMR, Staico R, Sousa JEMR, editors. Stent coronário: aplicações clínicas. São Paulo:Atheneu;2001. p.189-209. 2. Zijlstra F, Hoorntje JC, de Boer MJ, Reiffers S, Miedema K, Ottervanger JP et al. Long-term benefit of primary angioplasty as compared with thrombolytic therapy for acute myocar- dial infarction. N Engl J Med 1999;341:1413-9. 3. Rinfret S, Grines CL, Cosgrove RS, Ho KK, Cox DA, Brodie BR et al. Quality of life after balloon angioplasty or stenting for acute myocardial infarction. One-year results from the Stent-PAMI trial. Stent-PAMI Investigators. J Am Coll Cardiol 2001;38:1614-21. 4. Hochman JS, Sleeper LA, White HD, Dzavik V, Wong SC, Menon V et al. One-year survival following early revascu- larization for cardiogenic shock. JAMA 2001;285:190-2. Data Unidade Variáveis Descrição da variável Tratamento iniciado Ass. Variáveis que Possam Modificar a Sistematização Lista de variáveis do paciente e Variáveis estruturais/ambientais 1. Arritmias - instabilidade elétrica 09. Seguro saúde 2. PCR 10. Atc-2º tempo 3. Choque cardiogênico 11. Tratamento cirúrgico 4. Tamponamento cardíaco - centro cirúrgico 12. Laboratório 5. Dificuldade de acesso vascular 13. ECG 6. Oclusão aguda - centro cirúrgico 14. LICV 7. Sangramento após terapêutica 15. Manutenção do equipamento 8. Instabilidade hemodinâmica 16. Indisponibilidade de leito na UCOR SolangePenna.p65 17/6/2005, 09:4169
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