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A Cidades Sustentável e o Desenvolvimento Humano na América Latina -Temas e Pesquisas - Antônio C P Soler et alli

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A CIDADE SUSTENTÁVEL 
E O DESENVOLVIMENTO HUMANO 
NA AMÉRICA LATINA: 
TEMAS E PESQUISAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG 
 
Reitor 
JOÃO CARLOS BRAHM COUSIN 
Vice-Reitor 
ERNESTO CASARES PINTO 
Pró-Reitora de Graduação 
CLEUZA MARIA SOBRAL DIAS 
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação 
LUIS EDUARDO MAIA NERY 
Pró-Reitora de Extensão e Cultura 
DARLENE TORRADA PEREIRA 
Pró-Reitor de Assuntos Estudantis 
LUIZ BESSOUAT LAURINO 
Pró-Reitor de Planejamento e Administração 
MOZART TAVARES MARTINS FILHO 
Pró-Reitor de Infraestrutura 
ERNESTO LUIZ GOMES ALQUATI 
Pró-Reitor de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas 
CLAUDIO PAZ DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antônio Carlos Porciúncula Soler 
Carlos R S Machado 
Daiane Teixeira Gautério 
Eder Dion de Paulo Costa 
Eugênia Antunes Dias 
Paulo Ricardo Opuszka 
(Organizadores) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CIDADE SUSTENTÁVEL E O DESENVOLVIMENTO 
HUMANO NA AMÉRICA LATINA: TEMAS E PESQUISAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Grande 
2009 
 de Antônio Carlos Porciúncula Soler; Carlos R S Machado; 
Daiane Gautério; Eugênia Antunes Dias; Paulo Ricardo Opuszka 
 
 
 
 
2009 
 
 
 
 
 
Ilustração da capa: gravura do artista cubano Amílkar Chacón, 
cedida pelo Professor Pablo René Estévez. 
Formatação e diagramação: 
Antonio Soler, João Balansin, Daiane Teixeira Gautério; 
Eugênia Antunes Dias e Marcelo Fagundes Mirailh 
Revisão: Anna Jardim (annajardim@terra.com.br) 
 
 
C565c A cidade sustentável e o desenvolvimento 
humano na América Latina: temas e 
pesquisas / organizado por Antônio 
Carlos Porciúncula Soler ... [et al.] – 
Rio Grande: FURG, 2009. 
 222p.; 21cm 
 
 ISBN 978-85-7566-140-6 
 
1. Sociologia 2. Sociologia urbana 
3.Comunidades urbanas I. Soler, Antônio 
Carlos Porciúncula 
 
CDU 316.334.56 
 
Bibliotecária responsável: Jandira Maria Cardoso Reguffe – CRB 10/1354 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTO 
 
Dedicamos esta obra a todos e todas que de alguma forma 
colaboram para a construção e concretização da utopia em torno da 
Cidade Sustentável. 
Não podemos deixar de registrar que, para a elaboração 
desta obra, muitos esforços foram imprescindíveis. 
Assim, agradecemos a colaboração do coletivo da Pró-
Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC) da Universidade 
Federal do Rio Grande – FURG, do Núcleo de Desenvolvimento 
Social e Econômico (NUDESE), do Grupo de Pesquisa Política, 
Natureza e Cidade, do Grupo Transdisciplinar em Pesquisa 
Jurídica para a Sustentabilidade, do Grupo Transcultural de Estado 
e Pesquisa em Educação Estética e Ambiental, do Centro de 
Estudos Ambientais, do Programa de Pós-Graduação em Educação 
Ambiental e da Prefeitura Municipal de Santa Vitória do Palmar. 
Em especial, nosso forte agradecimento a Pró-Reitora de 
Extensão e Cultura da FURG, Msc Darlene Torrada Pereira, pela 
permanente motivação e apoio sem os quais a materialização desta 
publicação e de outros tantos sonhos e projetos não seria possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
A presente coletânea teve origem há três anos quando alguns 
dos autores e organizadores desenvolveram atividade de extensão na 
Universidade Federal do Rio Grande – FURG, motivados pela idéia 
de outra cidade, diferente daquela em que vivemos – estudamos e 
lutamos – na perspectiva de que seu futuro seja melhor e mais justo, 
sem exploração humana e destruição dos ecossistemas. 
Desde então, claro que muita coisa aconteceu. Nossas 
pesquisas foram aperfeiçoadas, agregaram-se colaborações 
diversas e nossa análise em torno do tema cidade qualificou-se e, 
mais ainda, no processo de elaboração (aos poucos), a partir do 
andar dos mais lentos, como dizem os Zapatistas, não perdemos o 
foco na utopia da discussão e construção de uma cidade 
sustentável socialista ou de uma cidade socialista sustentável, onde 
princípios ecológicos não sejam rechaçados. 
Insistimos na referida discussão, todavia, para além do 
discurso hegemônico em torno do Desenvolvimento Sustentável, 
atentando para a (in)sustentabilidade da cidade capitalista e da 
crise de paradigma, a partir de debates inconclusos ou parcos, do 
que seria (ou como seria) a concretização da antiga utopia – o 
horizonte socialista. 
Diante disso, a estrutura do livro parte do geral, relacionado à 
América Latina, desde reflexões e proposições de superação da 
condição de exploração e dependência das elites e modelos de 
desenvolvimento que não beneficiam o conjunto da humanidade e 
exploram negativamente o ambiente natural e o construído – a cidade. 
O tema do desenvolvimento humano sustentável é 
salientado neste livro, fundamentalmente a partir da contribuição 
da experiência cubana. Tal desenvolvimento, ao contrário daquele 
consagrado pelo capitalismo, o qual impõe o mercado e o lucro 
como ordem primeira em benefício de poucos, apresenta uma 
perspectiva onde todos os seres humanos encontram-se no centro 
das considerações, sem deixar de propor uma forma de uso da 
natureza garantidora desse direito também para as gerações 
futuras. A experiência cubana evidencia inúmeros aspectos neste 
sentido, partindo da fundamentação de um projeto macro 
desenvolvido com mais três países (Venezuela, México e Bolívia). 
Em seguida, se vislumbra uma introdução ao tema 
relacionado ao conceito de cidade. Avançando na produção teórica e 
política da cidade sustentável, destacadamente encontramos algumas 
diretrizes primárias indissociáveis da cidade utópica e que certamente 
os autores e autoras lançam como pontos de partida para a 
continuidade de nossa caminhada. Neste caso, a produção, ou melhor, 
uma outra produção/atividade econômica, que estamos denominando 
de solidária, mas também cooperada, além do marco jurídico para 
cidade, mirando atividades concretas como a pesca artesanal, a eco-
estética nos espaços escolares e/ou educativos, a agroecologia, podem 
ser exemplos de ações que avançam na produção da cidade 
sustentável, ou como queiram, da sustentabilidade. 
Nem todos os colaboradores e colaboradoras deste livro 
comungam da mesma base formadora da idéia de cidade utópica. 
No entanto, compartilham da reflexão/ação sobre a produção da 
cidade sustentável, como se perceberá na leitura da contribuição de 
cada um, as quais apontam para sugestões, insights, nuances, 
enfim, fragmentos dessa busca, cuja discussão sempre pode (e 
deve) ser aprofundada. 
Nossa perseguição permanente da utopia começa no 
conhecimento e na forma como enxergamos o espaço da 
Universidade Pública. Assim podemos passar para a prática, 
incondicionalmente emancipatória dos seres humanos e uma 
relação desses com a natureza, onde todas as formas de vida 
tenham direito a tal. 
 
Organizadores 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
Apresentação………………………………………………… 7 
 
Desarrollo Sustentable e Integración para América Latina y 
el Caribe 
Jaime García Ruiz…………………………………………… 
 
 
11 
 
A Cidade com Desenvolvimento Humano Sustentável 
Carlos R S Machado e Jaime García Ruiz............................... 
 
35 
 
Aspectos Emergentes para/da Cidade Sustentável: a 
Natureza, a Educação, a Justiça e a Economia Popular e 
Solidária 
Carlos R S Machado, Eder Dion de Paula Costa, Francisco 
Quintanilha Véras Neto e Antônio Carlos Porciúncula Soler .. 
 
 
 
 
59 
 
Conscientização Ambiental e Legitimidade da Política 
Ambiental 
Francisco Quintanilha Véras Neto e Benilson Borinelli......... 
 
 
71 
 
Flexibilização da Tutela Jurídica dasÁreas de Preservação 
Permanente e Direito à Moradia nas Cidades Sustentáveis: 
convergência ou incompatibilidade? 
Eugênia Antunes Dias e Antônio Carlos Porciúncula Soler... 
 
 
 
93 
 
Direito Coletivo do Trabalho e Cooperativismo Popular. A 
contribuição da autonomia coletiva do Direito Coletivo do 
Trabalho para organização dos trabalhadores em Cooperativas 
Paulo Ricardo Opuszka ......................................................... 
 
 
 
121 
A (In)Sustentabilidade Local no Processo de Globalização da 
Laguna dos Patos: o caso da Pesca Artesanal 
Maicon Dourado Bravo......................................................... 
 
 
153 
 
Natureza da/na Crise dos Paradigmas no Século XXI 
Denise Gamio Dias, Claudia Battestin e Carlos R S Machado .. 
 
173 
 
Lo Estético en la Naturaleza Humana 
Pablo René Estévez……………………..…………………… 
 
193 
 
As Três Naturezas e a Natureza das Três 
Carlos R S Machado, Fabiana Dendena, Daiane Gautério.... 
 
205 
 
 11 
 
 
 
 
 
DESARROLLO SUSTENTABLE E INTEGRACIÓN 
PARA AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE 
 
Jaime García Ruiz*
 
* Departamento de Filosofía, Faculdade de Ciências Sociais, Universidade 
Central “Marta Abreu” de Las Villas, Cuba. Este trabalho apresenta as bases 
fundamentais do projeto “Fundamentacion del Desarrollo Humano Sustentabel 
desde una vision transdisciplinar para América Latina e Caribe”, o qual gerou 
projeto de investigadores da FURG/PPGEA, sob a coordenação do professor 
Dr. Franscico Quintanilha Véras Neto, pelo Brasil (FURG), e Dr. Jaime G. Ruíz 
pela parte cubana (Universidade de Las Villas), em março de 2009 (CAPES-
MES, 2009). 
 
 
RESUMO 
O trabalho propõe-se a apresentar para discussão os princípios e 
fundamentos de um novo paradigma de desenvolvimento, tendo o 
desenvolvimento humano sustentável como perspectiva 
orientadora de suas reflexões. No entanto, ao inserir tal debate em 
diferentes perspectivas disciplinares referente às áreas do 
conhecimento econômico, político, cultural e socioambiental, 
dentre outras, bem como no contexto da América Latina e Caribe, 
o autor insere suas reflexões na utopia de uma América integrada. 
Neste caso, tendo a ALBA (Alternativa Bolivariana para as 
Américas) como texto de base – como proposição – pelo autor, e 
coletivos de investigadores cubanos da Universidade Central 
Marta Abreu de Las Villas (Cuba) e, mais recentemente, um 
coletivo de investigadores da FURG (Universidade Federal do 
Rio Grande) na inserção da sustentabilidade, numa perspectiva, 
também alternativa, mas em produção/construção por cada 
grupo/coletivo e subprojeto ao articularem investigação, ensino e 
extensão por parte dos envolvidos. 
 
 
 12 
Introducción 
 
En la copiosa bibliografía publicada en los últimos años 
sobre el desarrollo encontramos un conjunto de acepciones para 
designar o calificar el fenómeno. Entre estas acepciones tenemos: 
“desarrollo humano”, “desarrollo sostenible”, “autodesarrollo”, 
“desarrollo social”, “desarrollo integral”, “desarrollo endógeno”, 
“desarrollo local”, “desarrollo comunitario”, etc. Para nosotros 
estas denominaciones no son más que lados de un mismo proceso 
que ponen el énfasis en una u otra dimensión o en uno u otro 
principio del desarrollo y pueden subestimar otras. 
Durante los años 50 y parte de los 60 en el pensamiento y 
la acción desarrollista Latinoamericanas prevaleció la concepción 
de la CEPAL. La teoría cepaliana y su máximo representante – 
Raúl Prebisch – “en respuesta a una visión neoliberal creada por 
economistas norteamericanos y europeos”1 orientaba su crítica a la 
teoría clásica del comercio internacional como palanca del 
desarrollo y sostenía que “la única solución para lograr el progreso 
económico era la industrialización; lo cual permitiría un desarrollo 
hacia adentro”2. Con el fracaso del modelo de desarrollo 
sustentado en la industrialización por sustitución de 
importaciones3
 
1 Colectivo de autores. Economía Internacional. Editorial “Félix Varela”, La 
Habana, 1998, T. II; p. 34. 
2 Ver: Economía Internacional. Op. Cit. P. 36. 
3 Cuando se ha tratado el desarrollo económico, el crecimiento cuantitativo y la 
maximización del Producto Interno Bruto (PIB) han servido de guía 
fundamental: el desarrollo se ha entendido como crecimiento económico. En 
otros casos el desarrollo se ha vinculado a la industrialización bajo los efectos 
positivos del progreso técnico. En tales circunstancias el desarrollo se ha 
interpretado como industrialización. Para América Latina, los modelos de 
desarrollo industrial por sustitución de importaciones y más recientemente el 
neoliberal, han sido impuestos desde afuera en respuesta a los intereses de los 
países centrales. Con ello los esquemas de desarrollo y también de integración 
de la región han quedado atrapados en la lógica y subordinados a los intereses 
del gran capital transnacional. 
 aparece la alternativa de la integración. 
 13 
A partir de la segunda mitad de la década de los años 60 “se 
comienza a desarrollar un pensamiento crítico tanto de la Teoría 
del desarrollo o modernización como de la Teoría desarrollista 
cepaliana. Este nuevo enfoque se conoce con el nombre de Teoría 
de la dependencia – cuyo padre fundador es Fernando Enrique 
Cardoso. Otros exponentes importantes lo han constituido: 
Theotonio Dos Santos, André Gonder Frank, Samir Amin, Octavio 
Ianni, Darcy Ribeiro, Ruy Mauro Marini, Marcos Kaplan, Celso 
Furtado y Vania Bambirra”4
1. ¿Qué tipo de desarrollo necesitan nuestros pueblos? 
 . 
En el presente trabajo pretendemos ilustrar el 
condicionamiento objetivo y la interdependencia existente entre 
los proceso de integración y de desarrollo en América Latina y el 
Caribe, partiendo de que en las condiciones actuales de la región 
es necesario construir un nuevo paradigma de desarrollo y su 
realización sería posible tomando como base un modelo de 
integración que esté al servicio y haga realidad nuevos principios 
en todas las dimensiones del nuevo paradigma de desarrollo. 
Dicho de otra manera; la integración no es un objetivo en si 
misma, sino un medio al servicio del desarrollo que necesitan 
nuestros pueblos. 
De la hipótesis anterior surgen dos interrogantes: 
2. ¿Qué integración o cuál es el tipo de integración que 
puede garantizar el desarrollo que necesitamos? 
 
Partimos de que el desarrollo que necesitan nuestros 
pueblos es de contenido multidimensional, que abarca lo 
económico, lo social, lo medioambiental, lo cultural, lo 
tecnológico y lo político jurídico, sustentado en los principios y 
valores de la eficiencia, la equidad, la sustentabilidad, la 
cooperación, la participación, la potenciación y la seguridad y, que 
el proceso de integración que se ha comenzado a implementar – el 
ALBA – se sustenta y cataliza dichos principios y valores, al 
 
4 Idem., p. 37. 
 14 
transformar y fomentar nuevas relaciones sociales de producción. 
Dichas relaciones de producción se basan en un nuevo tipo de 
empresas Grannacional, diametralmente opuestas a las Empresas 
Transnacionales (ETN) por su contenido y objetivos; las Empresas 
de Producción Social Integradas (EPSI-ALBA) del ALBA. 
 
1 El contenido y el carácter del desarrollo como proceso 
 
Las teorías y conceptos que nos han llegado en los últimos 
tiempos sobre el desarrollo – y también sobre la integración –, 
como norma obvian el contenido y el carácter del sistema de 
relaciones sociales de producción particular existente en el país y 
época concretos, cuando éstas, en última instancia han 
determinado los procesos de desarrollo e integración. 
El desarrollo es un proceso universal de carácter objetivohistóricamente determinado y de contenido multidimensional, que 
íntervincula las dimensiones económica, la social, la cultural, la 
ambiental, la tecnológica y la político-jurídica; cada una de las 
cuales incluye a su vez, múltiples categorías, variables e 
indicadores que se sustentan en un conjunto de principios básicos 
tales como: la eficiencia, la equidad, la sustentabilidad, la 
cooperación, la seguridad, la potenciación y la participación5. El 
desarrollo como proceso universal de cambio y transformación 
acusa su carácter conforme al tipo de relaciones sociales de 
producción prevalecientes, los valores, la ideología e intereses 
clasistas de la sociedad de que se trate6
 
5 El Informe de Cuba sobre el Desarrollo Humano del año 1996 consideró y 
explicó como dimensiones del desarrollo lo que aquí nosotros entendemos como 
principios básicos de cualquier proceso de desarrollo que se considere 
verdadero. Investigación sobre el Desarrollo Humano en Cuba 1996, 
Editorial Caguayo, La Habana 1997, pág. 3. 
. Todo ello determina los 
6 Federico Engels en el Anti- Duhring refiriéndose al objeto de estudio de la 
Economía Política apuntaba que de lo que se trataba era del estudio de el 
conjunto de las relaciones de producción social de la existencia de los hombres; 
“las leyes especiales de cada etapa de desarrollo de la producción y del cambio y 
 15 
objetivos, el tipo de mecanismo de realización, las políticas y 
estrategias de desarrollo, su implementación y los instrumentos 
jurídicos e institucionales que se empleen. 
Para nosotros el desarrollo se realiza (materializa) en 
espacio-tiempo concretos: la sociedades Latino caribeñas 
actuales; algunas en transición al socialismo del siglo XXI7, 
sustentadas en un sistema de relaciones sociales de producción 
heterogéneas y por lo tanto contradictorias, donde predominan las 
relaciones capitalistas de producción en transición hacia una nueva 
cualidad. Entonces, el desarrollo solo puede ser entendido, 
explicado y superado, explicando las tendencias regulares y 
superando las contradicciones de dicho sistema, convirtiéndose 
este último – el nuevo sistema de relaciones de producción que se 
construye – en el verdadero objeto de investigación y de 
transformación y no “la conciencia de si mismo”.8
1.1 La Dimensión Socioeconómica 
La integración 
no puede ser un fin en si misma, sino un proceso que se ponga al 
servicio del desarrollo que necesitan nuestros pueblos. 
 
 
Así, el proyecto social que se encamine y el proceso de 
integración que lo sustente y facilite, debe poner en el centro de 
atención a los seres humanos y su entorno, como gestores directos 
 
solo al llegar al final de esta investigación podrá formular las pocas leyes 
generales aplicables a la producción y al cambio.” Federico Engels. Anti-
Duhring, Editorial Pueblo y Educación, La Habana, 1979, p. 180. 
7 El tema del Socialismo del siglo XXI requeriría un trabajo adicional para su 
análisis, lo cual no es posible en los marcos de la presente ponencia. 
8 Carlos Marx en el Prólogo a la Primera Edición de El Capital escribió: “solo 
nos referimos a las personas en cuanto personificación de categorías 
económicas, como representantes de determinados intereses y relaciones de 
clase. Quién como yo concibe el desarrollo de la formación económica de la 
sociedad como un proceso histórico-natural, no puede hacer al individuo 
responsable de la existencia de las relaciones de que él es socialmente criatura, 
aunque subjetivamente se considere muy por encima de ellas.” C. Marx, El 
Capital. Editorial de Ciencias Sociales, La Habana, 1973, Prólogo. P. XI. 
 16 
de su destino y, por otro lado, como beneficiarios directos de los 
resultados del mismo. 
De lo anterior se desprende que un momento esencial de 
partida en la concepción del desarrollo está en determinar la 
estructura, características y tendencias (leyes) del sistema 
socioeconómico dado y con ello sus agentes. Debe identificarse 
las dimensiones y al interior de ellas los ejes socioeconómicos 
fundamentales y los sujetos en su estructuración en clases y grupos 
sociales. 
La estructura económica, Marx la defines como “el 
conjunto de las relaciones de producción que en ella priman, las 
cuales corresponden a un determinado grado de desarrollo de las 
fuerzas productivas materiales y constituyen la base real sobre la 
cual se eleva la superestructura jurídica y política y a la que 
corresponden determinadas formas de la conciencia social. El 
modo de producción de la vida material condiciona el proceso de 
la vida social, política e intelectual en general.”9 Y más adelante 
apuntaba: “Así como no se juzga a un individuo por la idea que él 
tenga de si mismo, tampoco se puede juzgar tal época de 
revolución por la conciencia (cursiva del autor) de si misma; es 
preciso, por el contrario, explicar esta conciencia por las 
condiciones de la vida material, por el conflicto que existe entre 
las fuerzas productivas y las relaciones sociales de producción.”10
El sistema socioeconómico de una sociedad concreta está 
compuesto por la unidad de dos estructuras que se presuponen y 
 
En el nuevo proyecto social de desarrollo la “superestructura 
jurídica y política” adquieren un papel activo en el proceso de 
transformación y creación de las nuevas bases; si importante es el 
acceso al poder político de las nuevas fuerzas revolucionarias, 
tanto o más lo es refrendar jurídicamente (nuevas constituyentes, 
referéndum, etc.) el nuevo rumbo para consolidarlo. 
 
9 Marx, C.: Contribución a la crítica de la Economía Política. Editorial Pueblo 
y Educación, La Habana, 1970. Prólogo, p. 12. 
10 Marx, C.: op. cit., p. 13. 
 17 
excluyen mutuamente: la estructura de las relaciones sociales de 
producción y la estructura de las fuerzas productivas. La ley 
marxista del cambio social (del desarrollo) se refiere precisamente 
a la correspondencia obligada entre las relaciones sociales de 
producción y el nivel de desarrollo de las fuerzas productivas. 
“Así, Marx nos plantea sistemáticamente, el contenido de la 
famosísima ley de la correspondencia entre el nivel de desarrollo 
de las fuerzas productivas y las relaciones de producción como 
fundamento de la teoría general del desarrollo histórico. Estas 
relaciones determinadas, necesarias, independientes de su 
voluntad tienen lugar siempre a partir de y en el marco de 
determinadas relaciones de propiedad.”11 Esta ley actúa lo mismo 
en el transito de una formación social a otra, que al interior de una 
formación.12
 
11 Figueroa Albelo, V. La economía política de la construcción del socialismo. 
Editorial Eumed.Net, 2006, p. 43. Figueroa Albelo aclara a pie de página que: 
“esta ley no puede ser interpretada mecánicamente – desgraciadamente así 
sucedió en no pocos casos – tampoco puede negarse la autonomía relativa de 
las relaciones de producción y su capacidad de movilizar o retrancar el 
desarrollo de las fuerzas productivas en la historia de la humanidad”. Ibidem. 
12“Una sociedad no desaparece nunca antes de que sean desarrolladas todas las 
fuerzas productivas que pueda contener, y las relaciones de producción nuevas y 
superiores no se sustituyen jamás en ella entes de que las condiciones materiales 
de existencia de esas relaciones hayan sido incubadas en el seno mismo de la vieja 
sociedad. Por eso la humanidad no se propone nunca más que los problemas que 
puede resolver, pues, mirando de más cerca, se verá siempre que del problema 
mismo no se presenta más que cuando las condiciones materiales para resolverlo 
existen o se encuentran en estado de existir.”C. Marx, op. cit., p. 13. 
La definición de sistema socioeconómico coincide con la de “sistema de 
relaciones de producción” que da Lenin según la cual: “cada sistema de 
relaciones de producción es, según la teoría de Marx, un organismo social 
particular, con sus leyes propias de aparición, de funcionamiento y de paso a una 
forma superior de conversión en otro organismo social.” Ver: Lenin, V. I., 
Contenido Económico del populismo y su crítica en el libro del Sr. Struve. O. 
C., T. I., p. 429. 
 Por lo tanto, es valida en los marcos de la transición 
Los distintos modos de producción que lo componen y sus respectivas formas 
organizativas y de propiedad son: 1) el modo de producción socialista 
sustentado en; a) la propiedad Estatal (Empresa Estatal), b) la propiedad estatal-
 18 
al socialismo y acompañará su evolución. 
Las relaciones de producción tienen una forma exterior de 
manifestación y una íntima realidad, que no siempre coincide con 
la apariencia. El concepto marxista se refiere a esa realidad oculta 
que es necesario descubrir y apropiarse mediante categorías y 
leyes y transformarla. 
El concepto se refiere al modelo del cambio social 
marxista, al concepto marxista de desarrollo, al explicar la 
sustitución de una estructura por otra o a los cambios que se dan al 
interior de una formación social: a) lenta transformación 
progresista de las fuerzas productivas, b) desajuste contradictorio 
con las relaciones sociales de producción y, c) conclusión; 
estructura socioeconómica de cualidad nueva. Los factores 
endógenos constituyen la base del análisis, son la base del cambio 
y del desarrollo y los factores exógenos actúan de modo indirecto 
acelerando o frenando el desarrollo de las fuerzas productivas. 
 
1.2 La Dimensión Tecnológica del Desarrollo 
 
Las Ciencias Sociales sitúan la Ciencia y la Tecnología 
como elemento esencial de las fuerzas productivas y la conceptúa 
como los medios de producción que intervienen entre el trabajo y 
los objetos de la naturaleza.13
 
cooperativa (Unidades Básicas de Producción Cooperativa) y c) la propiedad 
cooperativa (sector CPA), 2) el modo de producción mixto; sustentado en la 
propiedad mixta estatal-capital extranjero; 3) el modo de producción pequeño 
mercantil – formal e informal del campo y la ciudad – basado en la propiedad 
privada individual. 
13 Es preciso recordar que Carlos Marx define la producción de la forma 
siguiente: “Toda producción es apropiación de la naturaleza por los individuos, 
en el interior y por medio de una determinada forma de sociedad.” Carlos Marx. 
Contribución a la crítica de la Economía Política. Op. Cit., p. 241. 
 Se debe inferir entonces, que la 
Ciencia y la Tecnología es mucho más que objetos materiales 
(“volumen y eficacia de los medios de producción”). Ella acumula 
“destreza del obrero”, costumbres y cultura, “progreso de la 
 19 
ciencia y su aplicación”, conocimientos, experiencias y tradiciones 
que se van transfiriendo de generación en generación. La Ciencia y 
la Tecnología, producto directo del ingenio humano, debe ser 
puesta definitivamente al servicio de los seres humanos y su 
entorno, de tal manera que se minimicen sus costos económicos, 
sociales, culturales y ambientales. La atención debe centrarse en 
“que el progreso científico y tecnológico no puede constituir un fin 
en si mismo, sino un medio para promover el desarrollo humano 
equitativo de la sociedad”.14
1.3 La Dimensión Medioambiental 
 La historia ha demostrado que para 
acceder al progreso científico y tecnológico tan añorados y 
necesarios desde épocas pasadas en la región, es necesario 
apropiarse de los medios de producción fundamentales y de la 
riqueza en los sectores claves, sin absolutizar formas sociales 
apropiación y esquemas caducos de socialización. En tal sentido 
los proyectos de desarrollo e integración se encaminan en tal 
dirección, con criterios autóctonos basados en el principio de 
independencia nacional, soberanía, equidad y justicia social. 
 
 
Los seres humanos y el medio conforman un sistema único 
integrado en el cual los hombres entran en determinadas relaciones 
sociales al apropiarse de la naturaleza y éste actúa sobre la 
sociedad. Por tanto, los seres humanos y las relaciones que se 
originan no son un elemento aislado en relación con el medio y 
este último no puede tratarse en un sentido estrictamente 
naturalista y aislado. De lo que se trata entonces es de establecer 
un enfoque y soluciones humanistas a los problemas que surgen de 
la relaciones entre los hombres en sus vínculos con la naturaleza. 
 
 
 
 
14 Investigación sobre ciencia, tecnología y desarrollo humano en Cuba, 2003. 
p. XIX. 
 20 
1.4 La Dimensión Cultural 
 
La cultura en el sentido amplio del término, incluye no solo 
la educación y la cultura artística y literaria – la literatura, la danza, 
el teatro, el cine, la plástica, la música y la poesía –, sino que 
sintetiza las tradiciones y costumbres acumuladas, enriquecidas 
constantemente y transferidas de generación a generación. Es un 
producto histórico y un factor del desarrollo de la sociedad que la 
identifica como nación. La cultura en general y la artística y 
literaria en particular y su producto, el producto cultural o artístico, 
están determinados por las relaciones sociales imperantes, a pesar 
de que en ocasiones se le quiera atribuir una “subjetividad”, 
“intangibilidad” e “individualidad” particular que lo independizan. 
Recordemos con Marx que “el desarrollo de la formación 
económica de la sociedad como un proceso histórico-natural, no 
puede hacer al individuo – al productor cultural, al creador (nota 
del autor) – responsable de la existencia de las relaciones de que él 
es socialmente criatura, aunque subjetivamente se considere muy 
por encima de ellas.”15
Así, la producción, la distribución, el intercambio y el 
consumo del producto artístico y literario, aunque adquiera 
particularidades e independencia relativa, no dejan de estar 
subordinados al sistema de relaciones imperantes en el país y 
 Por lo tanto, las distintas culturas – la 
cultura productiva, la cultura económica, la cultura 
medioambiental, tecnológica y política – son expresión de las 
relaciones necesarias históricamente dadas. 
Solo el método de la abstracción nos permite el análisis de 
la cultura en si misma, aislándola del resto de las dimensiones del 
desarrollo y tratarla como un fenómeno relativamente 
independiente y en su mayor pureza. De igual forma, nos permite 
abordar la cultura en su sentido estrecho; como cultura artística y 
literaria. 
 
15 C. Marx, El Capital. Editorial de Ciencias Sociales, La Habana, 1973, 
Prólogo. P. XI. 
 21 
épocas concretas y su entorno y expresan sus tendencias y 
contradicciones. Por lo tanto, las contradicciones que hoy se 
perciben en la superficie de la sociedad en cuanto a la producción, 
distribución, al intercambio o circulación – el mercado, 
comercialización y sus mecanismos e instrumentos – y el consumo 
del producto artístico, tiene sus orígenes en el proceso de 
producción artístico y literario, su contenido y estructura 
socioeconómica. Descubrir el contenido y la estructura de dicho 
proceso de producción artístico y literario, no solo a nivel de la 
sociedad, sino también a escala regional y local, es trascendente 
para el afianzamiento de nuestra identidad cultural latinoamericana 
y el reconocimiento de la diversidad cultural existente. 
Es conocida las transformaciones e impactos del 
Neoliberalismo en nuestras sociedades desde finales de los años 
80ta. Esto creó necesidades y planteó nuevas contradicciones 
nuncaentes experimentados por nuestras culturas nacionales. Así 
entonces, se produce un cambio en el contenido y la estructura de 
nuestros productores o creadores artísticos y literarios, en la 
circulación y el consumo del producto cultural. 
¿Cuál es entonces la tipología de nuestros productores o 
creadores artísticos y literarios a nivel de sociedad y cuáles son sus 
peculiaridades a nivel regional y local? 
Sabemos que quizás sea en el campo de la cultura artística 
y literaria donde la división social del trabajo sea más marcada.16
 
16 Al respecto de la división social del trabajo Federico Engels apuntaba: “Las 
diferentes fases del desarrollo de la división del trabajo son otras tantas formas 
distintas de la propiedad; o, dicho en otros términos, cada etapa de la división 
del trabajo determina también las relaciones de los individuos entre sí, en lo 
tocante al material, el instrumento y el producto del trabajo.” Federico Engels. 
La Ideología Alemana. Editora Política, La Habana, 1979. p. 20. 
 
Sin embargo, aún cuando la división social del trabajo en esta 
esfera imprima con más énfasis el sello individual al producto del 
trabajo del creador, al producto artístico, este último no deja de 
tener o contener y expresar la sustancia misma de las relaciones 
sociales específicas, sin perder el sello de lo individual – los 
 22 
sentimientos, espiritualidad del creador – y lo diverso. De este 
modo se ha venido dando una contradicción entre los intereses, los 
sentimientos y necesidades del creador de una parte y de otra 
parte, la demanda del mercado y las necesidades del consumidor 
del producto artístico en muchos casos artificialmente creadas o 
importadas hacia la región. Aquí sería muy útil diferenciar entre el 
destinatario nacional y extranjero, dado el contexto en que se han 
desenvuelto las sociedades de la región desde los años 80ta, bajo el 
dominio del neoliberalismo. 
Una contradicción primaria que se ha exacerbado es la que 
se da entre la producción artística y literaria y la distribución. La 
distribución es la vía por la cual el creador recibe de la sociedad el 
equivalente al trabajo (producto artístico) por él aportado. Aparece 
un primer problema: ¿Cómo valorar el trabajo y el producto 
artístico, “subjetivo” “intangible” surgido de los sentimientos más 
íntimos de un creador autentico y autóctono? ¿Cómo medir la 
calidad, pongamos como ejemplo, de una canción, de una obra 
teatral, de una pintura o de una novela? Aquí los criterios son muy 
relativos, lo mismo que podría decirse de la valoración de un 
descubrimiento hecho por un científico en un laboratorio en el área 
de la salud. 
Es cierto también, que todas las creaciones en este campo, 
por más que se originen y contengan la subjetividad más profunda, 
se objetivizan y hacen tangibles indefectiblemente; la música en un 
CD o en un concierto, una obra de teatro en la puesta en escena, 
etc. Al final, los criterios que deben primar son los valores 
morales, artísticos y estéticos del proyecto social que encaminan 
nuestros pueblos; legitimado por el público y no por criterios del 
mercado. Los proyectos de desarrollo y de integración ALBA 
ponen en el centro de atención la cultura artística y literaria 
autóctonas de la región. 
¿A qué necesidades debe responder el producto artístico?, 
¿Debe estar orientado al mercado y a la demanda solvente o a las 
necesidades sociales? 
Por su parte el vínculo entre la producción y el consumo 
 23 
está mediado por la distribución y el intercambio (mercado). Hay 
que distinguir entonces, las vías, formas de producción y creación 
y para qué público y a través de qué mecanismos les llega. Si nos 
atenemos a la dialéctica producción-consumo; una cosa es lo que 
considere el creador de su producto y otra lo que considera la 
sociedad como destinatario y final legitimador de dicho producto. 
Como decíamos anteriormente, el creador (productor) aún cuando 
actúe a titulo individual, es un producto social y al final como 
“criatura” social responderá a los patrones tendenciales de su 
época. 
Aquí aparece entonces una contradicción entre la 
producción artística y literaria, expresión de las identidades 
nacionales y valores propios del proyecto en construcción y el 
creador; que es único – Venezolano, Boliviano, Cubano, 
Latinoamericano – y el destinatario; el público, su pueblo o 
extranjero, cuyas necesidades y demandas pueden ser diferentes. 
El objetivo fundamental en la que se ha de sustentar la política la 
política cultural de la región es la de elevar constantemente la 
cultura y favorecer los valores morales, artísticos y estéticos de los 
procesos de revoluciones sociales en marcha y no elevar las 
ganancias del productor. No es un producto para satisfacer 
necesidades consumistas o el consumo de elite, sino para el 
disfrute y satisfacción de necesidades auténticas de masas. En este 
empeño, habría que diferenciar entre las necesidades culturales 
objetivas y la demanda; entendida ésta última como demanda 
solvente: la capacidad adquisitiva de los ingresos de los 
consumidores. Debe evitarse por todos los medios y con todos los 
medios que el consumo artístico sea inducido por el mercado en 
términos absoluto. De lo anterior se deriva otra contradicción: 
entre la calidad del producto artístico y lo inevitable del consumo. 
17
 
17 Rudy Mora en la Revista TEMAS refiriéndose a la televisión refería que: 
“Sabemos que nuestro producto se va a consumir inevitablemente porque no es 
posible – por las condiciones económicas en el país y la producción – tener dos 
 Esto hace más necesario que sea validado constantemente por 
 24 
las masas18
Como se apuntó con anterioridad, las teorías y modelos han 
enfocado generalmente el desarrollo como un fenómeno macro, 
. 
¿Cómo se manifiestan estas tendencias y las 
contradicciones y se resuelven a escala regional y local? Son 
problemas que están por indagar en investigaciones más concretas. 
 
2 Los principios del desarrollo 
 
Los principios del desarrollo enunciados anteriormente – la 
eficiencia, la equidad, la sostenibilidad, la cooperación, la 
seguridad, la potenciación y la participación – expresan en su 
interdependencia reciproca; y con las dimensiones, los valores que 
en última instancia contiene el proyecto de desarrollo (de 
transición al socialismo del siglo XXI) y de integración que se ha 
comenzado a desplegar en la región, los cuales lo caracterizan 
desde su origen y lo diferencian del resto de los paradigmas de 
desarrollo, implementados y existentes, especialmente del 
Imperialista-Neoliberal. 
 
proyectos simultáneos para un mismo horario. Esto crea, y no en todos, la poca 
necesidad de buscar la calidad a ultranza porque nunca se pone en crisis la 
permanencia en el espacio como creador, y entonces la búsqueda y la necesidad de 
la competitividad sana para este destinatario, y como artista desaparece. Creo que 
la no presencia de un mercado en términos de exigencias como en la música, la 
plástica u otras zonas de la creación artística hace que, de manera general, en los 
seriados cubanos viva el inmovilismo. No se siente la necesidad de la medida, no 
hay un sistema directo y sincrónico, algo que te esté exigiendo determinadas 
reglas, porque además nuestro sistema televisivo transmite productos terminados. 
Revista Temas, No. 33/34, abril/septiembre de 2003. p. 155. 
18 El propio Rudy más adelante añade: “Hay productos artísticos que pueden 
convertirse en algo masivo, sobre todo en Cuba, por las características que 
mencioné, pero tienen que comunicarse de verdad con el público. De lo 
contrario, puede estar y la gente no reparar, simplementeverla, o verla para 
criticarla. Eso es muy de Cuba con respecto a otros mercados, otros países u 
otros canales de televisión, porque casi nunca, por muy baja calidad que tenga, 
se levanta del aire.” Ídem, p. 157. 
 25 
asistido de forma exógena por los Estados-Nación, de “arriba – 
abajo” y desde afuera como parte del lugar asignado a las naciones 
en la División Internacional Capitalista del Trabajo (DICT). Para 
los teóricos, decisores e implementadores de estrategias de 
desarrollo lo local-comunitario ha sido el Estado Nación y el 
desarrollo ha estado dirigido a la Nación en su conjunto pero, 
como totalidad fragmentada. 19
Al concepto y la práctica de lo local debe dársele un 
contenido diferente y una importancia trascendental a los fines de 
elevar los niveles de desarrollo, manteniendo los niveles de 
seguridad y potenciar su integración con los restantes niveles 
superiores. El concepto de localidad nos permite hacer 
interpretaciones y ejecutar acciones desde lo local hasta lo global y 
reconocer el derecho a las teorías, las construcciones y 
transformaciones propias desde la realidad concreta. Lo local 
representa el punto de encuentro, el ámbito donde los agentes 
 
 
19 En un mirada crítica a las teorías burguesas sobre lo local-comunitario habría 
que señalar con Néstor Kohan que: “la literatura filosófica de la Academia post 
68 abandona de un plumazo las categorías críticas de estirpe marxista que 
cuestionan el fetichismo de la sociedad mercantil capitalista y su fragmentación 
social… La mirada crítica de la dominación y explotación capitalista se 
desplazó a partir de esos años desde la la gran teoría – centrada, por ejemplo, en 
el concepto explicativo del ‘modo de producción’ entendido como totalidad 
articulada de relaciones sociales históricas – al relato micro, desde el 
cuestionamiento del carácter clasista del aparato de Estado a la descripción del 
enfrentamiento capilar y a la ‘autonomía’ de la política, desde el intento por 
trascender políticamente la conciencia inmediata de los sujetos sociales a la 
apología populista de los discursos específicos propio de cada parcela de la 
sociedad” (página 10). “Las instancias y segmentos que forman parte del 
entorno social se volvieron a partir de entonces absolutamente ‘autónomas’. El 
fragmento local cobró vida propia. Lo micro comenzó a independizarse y a darle 
la espalda a toda lógica de un sentido de lucha” (página 12). “La sociedad 
capitalista queda sancionada, administrativamente y con el sello prestigioso de 
las metafísicas académicas ‘post’, como algo eterno. Solo nos resta seguir 
pataleando y protestando en el ámbito local.” Néstor Kohan. Fetichismo y 
hegemonía en tiempos de Rebelión. Editorial de Ciencias Sociales, La Habana, 
2005. 
 26 
(Recursos Humanos) territoriales adquieren capacidades, fijan el 
rumbo y construyen el futuro. El desarrollo local es, por tanto, un 
proceso territorializado de concreción y maduración de las 
relaciones sociales de producción. Es un proceso generado y 
adquirido por los sujetos locales. Los sujetos socioeconómicos 
pasan de espectadores y simples receptores, a protagonistas de su 
propio destino mediante su participación directa en el sistema de 
relaciones sociales de producción que se materializa o se hace 
tangible en el ámbito local, superándose la visón sectorial, 
verticalizada y fragmentada de la economía y la sociedad para 
entenderla como sistema económico social, como totalidad 
concreta. Nada de esto es absoluto y por tanto, nada tiene que ver 
con la autarquía. El desarrollo local lo concebimos como 
desarrollo endógeno que utiliza y aprovecha las oportunidades 
externas y comparte las ventajas de cada nación o región. 
En tal sentido debe apuntarse que el desarrollo local no es 
únicamente desarrollo municipal o comunitario. El territorio, 
como un sistema económico social compuesto por un entramado 
complejo y contradictorio de relaciones sociales de producción 
incluye el conjunto de vínculos, relaciones, tendencias internas, 
estables y objetivas que se dan entre los sujetos en un contexto 
histórico social determinado. Incluye además, el conjunto de 
eslabonamientos productivos, institucionales y políticos. 
En tercer lugar, el desarrollo local tiene que ver con un 
enfoque territorial y de “abajo-arriba”, pero debe buscar también 
las intervenciones de los restantes niveles de relaciones y 
decisiones del Estado (provincia, región y nivel central) que 
faciliten el logro de los objetivos de la estrategia de desarrollo 
local y solucione las contradicciones. Se precisa, pues, de una 
eficiente coordinación de los diferentes niveles territoriales de las 
administraciones públicas y de un contexto integrador de los 
niveles nacional, provincial, y local y en sentido inverso. 
Las decisiones de “arriba-abajo” son también importantes 
para el enfoque del desarrollo local. Además, es concebido como 
un conjunto organizado de sujetos, recursos e instituciones 
 27 
(públicas, sociales, científicas, no gubernamentales, etc.) que 
interactúan dialécticamente en el entorno. 
La dimensión político-axiológica del desarrollo debe 
construir y/o potenciar un pensamiento inclusivo de matriz 
transdisciplinar que reconstruya los conceptos e indicadores de 
desarrollo necesarios a nuestras realidades sobre la base de 
repensarla desde la unidad en la diferencia, el antiinjerencismo, la 
independencia política y económica y la solidaridad y crear una 
conciencia crítica hacia los modelos euro céntricos y 
norteamericanos y por ende consumistas de desarrollo, a partir de 
una metodología de evaluación coherente de políticas públicas 
para el desarrollo. 
La cooperación y participación son principios rectores del 
desarrollo y la integración ALBA que se implementan en la región. 
Su potenciación convierte a los actores en los protagonistas 
principales del desarrollo a través de su participación directa. 
En tal sentido Ernesto Che Guevara señalaba que: “la última y más 
importante ambición revolucionaria (que) es ver al hombre 
liberado de su enajenación”, y que para ello “todavía es preciso 
acentuar su participación consciente, individual y colectiva, en 
todos los mecanismos de dirección y producción y ligarla a la idea 
de la necesidad de la educación técnica e ideológica, de manera 
que sienta como estos procesos son estrechamente 
interdependientes y sus avances son paralelos. Así logrará la total 
conciencia de su ser social, lo que equivale a su realización plena 
como criatura humana, rotas las cadenas de la enajenación.”20
 
20 Ernesto Che Guevara: El Socialismo y el hombre en Cuba. Editora Política, 
La Habana, 1988, p. 15. 
 Es 
necesario esclarecer el concepto de participación como principio y 
método que se convierte en el hilo conductor de nuestro modelo de 
desarrollo. El proceso de participación puede considerarse como la 
unidad de dos subprocesos: 1) se trata de aprovechar y potenciar 
las capacidades de pensar de los Recursos Humanos implicados, 
lo que conduce a la planificación del desarrollo y potencia el valor 
 28 
de la participación y, 2) se trata de aprovechar y potenciar la 
capacidad de actuar de los Recursos Humanos en grupo (en 
colectivo) y por consenso, lo que debe garantizar el proceso de 
ejecución y potenciar el valor de la implicación. 
No se trata solo de la cooperación y la participación de los 
que hasta ahora se han considerado simples receptores, sino 
también de implicar a los Universidades, integrada en sus distintas 
disciplinas en los procesos de desarrollo e integración. La 
academia y sus profesores-investigadores hasta hace poco, como 
norma se ha encargado de investigar, criticar, utilizar en la 
docencia y divulgar con sus medios el fenómeno deldesarrollo, 
pero no siempre han salido de sus predios para acompañar de 
forma participativa a los actores y beneficiarios directos de dichos 
procesos. De lo que se trata entonces es de transferir 
conocimientos y tecnologías, de generar nuevos conocimientos y 
tecnologías mediante la participación directa y coordinada de 
investigadores, actores y beneficiarios directos. 
Como se apuntara anteriormente, las distintas ciencias 
como regla han abordado el desarrollo en los marcos de su objeto 
de estudio específico. Los gobiernos en la decisión de políticas, su 
implementación y realización no han tenido siempre en cuenta el 
contenido multidimensional del proceso y el carácter 
transdisciplinar en que debe ser tratado. De aquí la necesidad de 
que en los procesos reales, el desarrollo sea atendido cada vez más 
por los actores como un proceso de contenido multidimensional y 
se atienda su carácter transdisciplinar, es decir, que se ponga el 
énfasis hacia el área donde convergen las distintas ciencias para 
impulsar el desarrollo y se construya tal transdisciplinariedad. 
Las dimensiones del desarrollo están relacionadas con una 
o más ciencias y disciplinas, cada una de las cuales se encuentran 
mutuamente relacionadas en los procesos reales de desarrollo en 
que se desenvuelven de forma compleja y contradictoria, por lo 
que lo transdisciplinar se convertiría en un resultado que debe ser 
construido a partir del proceso de formación de los Recursos 
Humano, de investigación, de transferencia de conocimientos y 
 29 
tecnologías y de la generación de nuevos conocimientos y 
tecnologías por los actores e investigadores, de transformación y 
extensión. 
La Investigación + Desarrollo debe concebirse entonces, en 
primer lugar, con un enfoque Transdisciplinar, que parta de lo 
global hasta llegar a lo local, vinculándose con las realidades más 
concretas en todas las dimensiones del desarrollo formuladas, para 
luego construir las generalizaciones teóricas y tecnológicas que 
emanen de los procesos reales de desarrollo y sirvan para 
explicarlos y transformarlos. 
El debate constante debe enriquecer la teoría acerca del 
desarrollo a partir de la sistematización de toda la experiencia 
acumulada y el quehacer práctico tomando en cuenta los 
problemas globales, las experiencias y particularidades nacionales, 
reconstruir la teoría del desarrollo con un enfoque 
transdisciplinar que explique la realidad y sus contradicciones y 
contribuya a solucionarlas. Cuba21
 
21 Ver: Investigación sobre ciencia, tecnología y desarrollo humano en Cuba 
2003. CIEM. P. 161. 
 acumula una experiencia y ha 
hecho aportes importantes en el plano teórico-metodológico, a la 
conformación y aplicación de índices para el diagnóstico y la 
medición del desarrollo humano. Ello se verifica en la 
Investigación sobre desarrollo humano en Cuba 1996 – donde se 
introduce un índice para evaluar el desarrollo humano de las 
provincias de Cuba (CIEM; Índice Provincial de Desarrollo 
Humano). Estos resultados fueron referenciados en el Informe 
sobre desarrollo humano 1999 (PNUD, 1999). Los debates 
posteriores permitieron introducir en la Investigación sobre 
Desarrollo Humano y Equidad en Cuba 1999, el Índice Territorial 
de Desarrollo Humano y Equidad (CIEM, 2000). La última 
aplicación de dicho índice fue en el año 2003. La utilización y 
perfeccionamiento de dicho índice servirá para el diagnóstico de 
las regiones seleccionadas y la evaluación de los logros esperados. 
 
 30 
3 La integración Latino caribeña y los agentes socioeconómicos 
de nuevo tipo: Las Empresas de Producción Social Integradas 
(EPSI) del ALBA 
 
¿Qué integración o cuál es el tipo de integración que puede garantizar 
el desarrollo que necesitamos? 
 
Los esquemas de integración desarrollados hasta hoy en 
nuestra región no han garantizado ni garantizarán el desarrollo que 
necesitan nuestros pueblos. Dichos esquemas han estado centrados 
en lo económico y particularmente en el comercio, soslayando el 
resto de las dimensiones del desarrollo y el objetivo supremo de 
todo proceso de desarrollo que se considere verdadero: los seres 
humanos y la potenciación de su bienestar pleno. Por el contrario, 
la integración ha estado regida por las relaciones capitalistas 
transnacionalizadas que han dominado en los últimos tiempos la 
región. 
Hasta hoy la industria dinámica integrada nacionalmente e 
independiente del capital transnacional en América Latina y el 
Caribe está por crear. Este debe ser el mayor empeño de cualquier 
proceso de desarrollo e integración en la región. El ALBA por 
primera vez se ha planteado dicho objetivo y ha comenzado a 
constituir las Empresas de Producción Social Integradas (EPSI) 
de nuevo tipo del ALBA. Estas por su esencia son diferentes a las 
Empresas Transnacionales del sistema capitalista mundial y a la 
Translatinas, creadas al calor de los procesos integracionistas 
planteados para dar respuesta al fracaso del modelo de desarrollo 
hacia adentro, de los años 50ta. 
La propuesta ALBA ya en marcha es más que un modelo 
acabado; es una guía estratégica que debe construirse desde 
adentro por, para y con los propios pueblos. El ALBA está creando 
los mecanismos de Cooperación y coordinación entre las naciones 
latinoamericanas para fortalecer la capacidad de negociación frente 
al ALCA, ha elaborado y ha puesto en marcha nuevos proyectos de 
desarrollo endógenos, apuesta al desarrollo del capital humano y 
 31 
las tecnologías internas y arranca con la solución de los graves 
problemas sociales existentes (educación, salud) y de exclusión. Se 
sustenta en la participación directa real de los pueblos. El objetivo 
del ALBA es el desarrollo socioeconómico de los países 
miembros. Así, “la integración para los países de América Latina y 
el Caribe se convierte en condición indispensable para aspirar al 
desarrollo”22
El triunfo definitivo del ALBA y el desarrollo que impulsa 
vendrá, al demostrar en cuanto a eficacia y nuevos principios, su 
superioridad frente a las Empresas Transnacionales y las 
. En los documentos programáticos del ALBA se 
señala que las bases de la misma están en la cooperación y la 
complementación de las economía, la solidaridad, la preservación 
de la independencia y la identidad nacionales y la eliminación de 
las desigualdades sociales para hacer las naciones más justas, más 
cultas, más participativas y fomentar la calidad de vida. De esta 
manera pudiera concluirse que el ALBA se sustenta en los mismos 
principios del proceso de desarrollo que necesitan nuestras 
naciones y que se formularan con anterioridad. 
El ALBA se distingue por la transformación de la bases 
socioeconómicas preexistentes en los países miembros y la 
creación de un nuevo sistema empresarial productivo mediante la 
ejecución de proyectos que fomentan las Empresas de Producción 
Social Integradas (EPSI) del ALBA. 
Por su esencia socioeconómica dichas empresas – y con 
ello el sistema empresarial ALBA – se sustentan en la propiedad 
pública (estatal, cooperativa o mixta existentes o que se creen a 
los fines de la integración y se centran en la creación de valores 
de uso social, la satisfacción de las necesidades sociales y y no en 
el mercado y la maximización de las ganancias. Es un sistema que 
persigue la máxima eficiencia privilegiando la complementación 
productiva, social, científica- tecnológica y financiera. 
 
22 Ver Acuerdos ALBA en Portal ALBA 
<http://www.alternativabolivariana.org/modules.php?name=News&file=article
&sid=4402> 
 32 
Oligarquías Financieras nacionales. El estudio del nuevo sistema 
socioeconómico y las nuevas leyes económicas que han de 
sustentarlo está por hacer, sabiendo que la investigación debeconcebirse en primer lugar, con un enfoque Transdisciplinar, que 
parta de lo global hasta llegar a lo local, vinculándose con las 
realidades más concretas en todas las dimensiones del desarrollo, 
para luego construir las generalizaciones teóricas que emanen de 
los procesos reales de desarrollo y sirvan para explicarlos y 
transformarlos. 
 
Conclusiones 
 
En el presente trabajo arribamos a las siguientes conclusiones 
generales: 
 
1. Dado el condicionamiento objetivo y la interdependencia existente 
entre los proceso de integración y de desarrollo en América Latina y el 
Caribe, en las condiciones actuales de la región, es necesario construir 
un nuevo paradigma de desarrollo y su realización sería posible 
tomando como base un modelo de integración que esté al servicio y 
haga realidad nuevos principios en todas las dimensiones del nuevo 
paradigma de desarrollo. 
2. El desarrollo es un proceso universal de carácter objetivo 
históricamente determinado y de contenido multidimensional, que 
íntervincula las dimensiones económica, la social, la cultural, la 
ambiental, la tecnológica y la político-jurídica; cada una de las cuales 
incluye a su vez, múltiples categorías, variables e indicadores que se 
sustentan en un conjunto de principios básicos tales como: la 
eficiencia, la equidad, la sustentabilidad, la cooperación y 
complementación, la seguridad, la potenciación y la participación. El 
desarrollo como proceso universal de cambio y transformación acusa 
su carácter conforme al tipo de relaciones sociales de producción 
prevalecientes, los valores, la ideología e intereses clasistas de la 
sociedad de que se trate. Es un proceso que se realiza (materializa) en 
espacio-tiempo concretos: la sociedades Latino caribeñas actuales; 
algunas en transición al socialismo del siglo XXI, sustentadas en un 
sistema de relaciones sociales de producción heterogéneas y por lo 
tanto contradictorias, donde predominan las relaciones capitalistas de 
producción en transición hacia una nueva cualidad. Entonces, el 
 33 
desarrollo solo puede ser entendido, explicado y superado, explicando 
las tendencias regulares y superando las contradicciones de dicho 
sistema. 
3. Los proyectos social revolucionarios que se encaminan y el proceso 
de integración que lo sustenta y facilita, ponen en el centro de atención 
a los seres humanos y su entorno, como gestores directos de su destino 
y como beneficiarios directos de los resultados del mismo. En dichos 
procesos la “superestructura jurídica y política” adquiere un papel 
activo en el proceso de transformación y creación de las nuevas bases; 
si importante es el acceso al poder político de las nuevas fuerzas 
revolucionarias, tanto o más lo es refrendar jurídicamente (nuevas 
constituyentes, referéndum, etc.) el nuevo rumbo para consolidarlo. 
4. La historia ha demostrado que para acceder al progreso científico y 
tecnológico tan añorados y necesarios desde épocas pasadas en la 
región, es necesario apropiarse de los medios de producción 
fundamentales y de la riqueza en los sectores claves, sin absolutizar 
formas sociales apropiación y esquemas caducos de socialización. Los 
proyectos de desarrollo e integración se encaminan en tal dirección, 
con criterios autóctonos basados en el principio de independencia 
nacional, soberanía, equidad y justicia social. 
5. Los proyectos de desarrollo y de integración ALBA ponen en el 
centro de atención la cultura artística y literaria autóctonas de la región. 
Los criterios que deben primar son los valores morales, artísticos y 
estéticos del proyecto social que encaminan nuestros pueblos; 
legitimado por el público y no por criterios del mercado. 
6. Pudiera concluirse que el ALBA se sustenta en los mismos 
principios del proceso de desarrollo que necesitan nuestras naciones. El 
ALBA se distingue por la transformación de la bases socioeconómicas 
preexistentes en los países miembros y la creación de un nuevo sistema 
productivo, de distribución (complementación) e intercambio mediante 
la ejecución de proyectos que fomentan las Empresas de Producción 
Social Integradas (EPSI) del ALBA ( Empresas Gran nacional). Tal 
Sistema debe ir cambiando y transformando las relaciones sociales de 
producción capitalistas transnacionalizadas basada en el capital y la 
maximización de la ganancia. 
7. Por su esencia socioeconómica dichas empresas –y con ello el 
sistema empresarial ALBA- se sustentan en la propiedad pública 
(estatal), cooperativa o mixta existentes o que se creen a los fines de la 
integración y se centran en la creación de valores de uso social, la 
satisfacción de las necesidades sociales y y no en el mercado y la 
maximización de las ganancias. Es un sistema que persigue la máxima 
eficiencia privilegiando la complementación productiva, social, 
 34 
científica- tecnológica y financiera. 
8. El triunfo definitivo del ALBA y el desarrollo que impulsa vendrá, 
al demostrar en cuanto a eficacia y nuevos principios, su superioridad 
frente a las Empresas Transnacionales y las Oligarquías Financieras 
nacionales. El estudio del nuevo sistema socioeconómico y las nuevas 
leyes económicas que han de sustentarlo está por hacer, sabiendo que la 
investigación debe concebirse en primer lugar, con un enfoque 
Transdisciplinar, que parta de lo global hasta llegar a lo local, 
vinculándose con las realidades más concretas en todas las 
dimensiones del desarrollo, para luego construir las generalizaciones 
teóricas que emanen de los procesos reales de desarrollo y sirvan para 
explicarlos y transformarlos. 
 
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Habana, 1998. 
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 35 
 
 
 
 
 
A CIDADE COM DESENVOLVIMENTO 
HUMANO SUSTENTÁVEL*
Carlos RS Machado
 
 
**
Jaime García Ruiz
 
***
No ano de 2008, começamos a produzir um intercâmbio 
acadêmico e de investigação que avançou para uma profícua 
relação entre dois grupos de pesquisa e de investigadores de duas 
Universidades, uma brasileira (Universidade Federal do Rio 
Grande) e uma cubana (Universidade Central Marta Abreu de Las 
Villas). O núcleo da articulação foi a sinergia construída entre os 
pesquisadores em torno de dois projetos: O “Desenvolvimento 
 
 
Introdução 
 
 
* Este trabalho apresenta as referências teóricas e conceituais de um subprojeto 
coordenado pelo primeiro autor, inserido no bojo do projeto coordenado pelo 
segundo autor. Além disso, o mesmo faz parte de um projeto macro, construído 
por um coletivo de pesquisadores brasileiros com um coletivo de professores 
cubanos em torno do projeto coordenado pelo prof. Dr. Jaime Ruiz (Cuba) e o 
Prof. Dr. FranciscoQuintanilha Veras-Neto (Brasil). 
** Professor da Universidade Federal do Rio Grande/FURG e do programa de 
Pós-Graduação em Educação Ambiental/PPGEA/FURG; coordenador do grupo 
de Pesquisa Política, Natureza e Cidade/CNPq-Brasil, trabalhando com 
pesquisa, docência e extensão (Instituto de Educação/FURG), nos seguintes 
temas: Políticas Ambientais e Educacionais, Gestão Democrática e Qualidade da 
educação/ensino; Cidade Sustentável, participação e democracia sem fim, Henri 
Lefebvre, obra, concepções e vivido. 
*** Economista, Professor Doutor da Faculdade de Ciência Sociais da 
Universidade Central Marta Abreu de Las Villas/UCLV (Cuba) e coordenador 
do Projeto Fundamentación para o desarrollo humano sustentable desde la 
perspectiva transdisciplinar em América Latina e Caribe-Cuba. 
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Humano Sustentável A Partir De Uma Perspectiva 
Transdisciplinar” (Universidade de Las Villas), e o projeto 
“Educação e Natureza da Cidade” (Universidade Federal do Rio 
Grande), sendo cada projeto coordenado pelos autores acima. O 
resultado, em processo de desenvolvimento, foi a inserção do 
segundo no primeiro, de pensar o desenvolvimento humano na 
cidade e/ou de pensar a cidade com desenvolvimento humano 
sustentable. Neste trabalho, apresentamos os aspectos teóricos e 
conceituais relacionados aos temas das duas pesquisas, bem como 
nossas perspectivas teóricas e utópicas. Ou seja, apresentamos 
algumas definições teóricas e conceituais que fundamentam o 
projeto de pesquisa que tem o título acima, coordenado pelo 
pesquisador brasileiro; e que é parte do projeto maior, coordenado 
pelo pesquisador cubano. Na primeira parte, demonstramos 
algumas reflexões sobre o contexto macro no qual a cidade e os 
investigadores e seus projetos inserem-se; depois, discorremos 
sobre a (in) sustentabilidade do modelo de desenvolvimento 
hegemônico; da natureza, da teorização sobre a cidade e sobre a 
natureza no desenvolvimento humano, e da sustentabilidade da/na 
cidade. Por fim, nas considerações relacionamos os 
encaminhamentos de nossas pesquisas, articulações e pontos que 
deveremos equacionar coletivamente, ao longo dos próximos anos, 
rumo à utopia de cada um dos projetos, de ambos e de seus 
investigadores. 
 
1 O contexto macro do desenvolvimento humano sustentável 
 
A destruição e exploração dos recursos energéticos, 
florestais e hídricos ou os efeitos do “desenvolvimento” industrial 
e tecnológico assumiram uma dimensão planetária de risco global 
para todos os seres vivos deste planeta (BROSWIMMER, 2005). 
O “aumento do controle e do domínio humano sobre a natureza” 
(PORTO-GONÇALVES, 2007), através dos processos 
desencadeados pelo desenvolvimento capitalista desregulado, 
acelerou extraordinariamente o domínio do homem sobre a 
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natureza, alterando as relações sociais de produção e de consumo 
e, consequentemente, as formas e conteúdos dos paradigmas. 
Estes, constituídos nos últimos 200 anos, com o capitalismo e a 
modernidade, instituíram a verdade científica, a objetividade, a 
racionalidade e a técnica usadas contra e na exploração da natureza 
e dos humanos (SANTOS, 1996, 2001; QUIJANO, 2001; 
ALIMONDA, 2002; MARTINEZ-ALIEZ, 2007; MACHADO, 
at.all, 2009). 
Nas últimas décadas, a globalização neoliberal, que se 
confunde com a americanização do mundo (PORTO-
GONÇALVES, 2006, 2007), a partir da hegemonia “desbragada” 
das grandes corporações empresariais e das elites capitalistas 
mundiais incidiu de forma aterradora sobre a(s) natureza(s). A 
natureza física é explorada de forma nunca antes observada; 
grandes contingentes humanos (consubstanciada nos pobres, nos 
trabalhadores, nos excluídos e nos indígenas) ampliaram-se de 
forma significativa. O desemprego, a violência, a falta de moradia, 
enfim, – a utopia “globalitária” (SANTOS, 2004) – não gerou a 
riqueza e a justiça alardeada por seus “pregadores”. 
Ao mesmo tempo, percebemos o crescimento das cidades 
na última década, que se urbanizam e mundializam, sem que, no 
entanto, muitos dos estudos elaborados propiciem indicadores 
capazes de sustentar uma teoria sobre a cidade (FREITAG, 2006; 
FARIAS, 2002). 
 
No Brasil, por exemplo, entre 1970 e 1980, dos 119 milhões de pessoas 
que constituíam sua população total, 80 milhões compunha a população 
urbana, o que significava um percentual de 67,7% (SANTOS, 1985). 
Dados do IBGE indicam que, em 2000, a população total do Brasil 
atingiu a marca de 169.590.693 habitantes. Deste número, a população 
urbana perfazia o total de 137.755.550 habitantes, isto é, 81,23% da 
população brasileira reside em cidades (CARVALHO, 2008). 
 
Menos ainda de uma cidade sustentável com 
desenvolvimento humano articulado às suas diversidades e 
particularidades inseridas no global, hegemônico e/ou alternativo 
 38 
do “outro mundo possível” apregoado pelos Fóruns Sociais 
Mundiais. 
Se no nível mais distante temos a globalização, o sistema-
mundo, as instituições e o Estado, esses “condicionam” o local, o 
cotidiano e as relações humanas. Todavia, a influência do global 
sobre o local\a cidade não é absoluta, havendo contradições, 
conflitos, rebeldias e resíduos nesse espaço de mediação entre a 
ordem distante e a ordem próxima (LEFEBVRE, 1991). Mas, as 
cidades também evidenciam diversas experiências, espaços e 
temáticas em disputa, o que torna cristalina uma não 
homogeneidade no nível local (ACSRLRAD et all 2006; 
CARLOS, 1996). 
 
2 (In)sustentabilidade do desenvolvimento econômico 
 
O ambiente físico é inseparável dos demais seres vivos, 
inclusive os humanos, fazendo parte de um todo em processo 
permanente de mudanças, conflitos; e que, com o ambiente social, 
produzido pelos humanos na relação com aquele, foram colocados 
pela humanidade no momento atual numa “encruzilhada”, para 
abrasileirarmos a “bifurcação” identificada por Prigogine (in. 
WALLERSTEIN, 1993). Isto porque, o sistema capitalista, além 
de (in) sustentável, deixado a seu “livre” funcionamento, como as 
crises atuais evidenciam; também, sua história ambiental pregressa 
na América Latina, mostra que desde a chegada dos europeus a 
exploração humana e da natureza caracterizaram-se como 
“economias de rapina” (HERRERA, 1994, 2004),1
 
1 Recentemente o Prof. Dr. Pedro Cunill Grau (Venezuela), na conferência de 
encerramento do 12º Encuentro de Geógrafos de América Latina, ao falar sobre 
a degradação ambiental na Venezuela quando da colonização española, mostra 
que a exploração dos humanos incluía a dos “recursos” minerais, árvores, 
plantas, animais, ouro, enfim, a natureza em seus múltiplos aspectos sofreu a 
degradação, e muitas sendo extintas no processo de domínio colonial das 
potências europeias daquele tempo. (Ver: 
 atualizadas 
www.egal2009.com; 07/04/2009, 
Hotel Radisson, Montevidéu, Uruguai). 
 39 
com a emergência dos Estados Unidos do Norte, como substituto 
dos europeus nesta tarefa. Mas, não imaginemos que os povos que 
aqui viviam desenvolviam uma relação “harmoniosa” com a 
natureza como nos mostraram Diegues (2004) e Javier Taks e 
Guillermo Foladori (2001), ou Broswimmer (2005), ao evidenciar 
o “ecocídio” atual, que tem suas raízes anteriores ao sistema 
capitalista atual. No entanto, na atualidade com a globalização 
neoliberal que “prometia o paraíso” para todos, diríamos que, a 
questão central seria o próprio sistema capitalista, ou como diz 
Wallerstein (2002), “é o sistema produtor de mercadorias”, 
consubstanciado em paradigmas hegemônicos (SANTOS, 1993, 
2001; MACHADO, et. alli, 2009). 
Mas, as experiências alternativas ao capitalismo, como o 
socialismo constituído na experiência da URSS (1917), além de ter 
apresentado problemas como burocratização, controle do Estado e 
do partido sobre a sociedade, definhamento dos “soviets”, não 
avançaram para a “auto-gestãodos produtores associados”. Além 
disso, a teoria política da transformação que as explicavam e 
justificavam se instituíram, e não deram conta de aspectos da 
complexidade humana em suas relações sociais e com a natureza. 
Isto levou à institucionalização da teoria, entendido por aqueles, 
apenas como “reflexo” das bases econômicas (LEFEBVRE, 1957, 
1959, 1968, 1973, 1991). Em decorrência disso, a própria 
concepção de desenvolvimento focou apenas no aspecto 
econômico, ou no “determinismo” da produção, em seu sentido 
restrito, de produção de bens e mercadorias predominou até 
recentemente, para citar apenas o caso da agricultura em Cuba 
(KOURI, 2003). 
 
La ecologia política [...] se ha constituído a partir del intento de 
‘discernir mejor los mecanismos económicos y políticos generadores de 
desequilíbrios ecológicos’ para, sobre la base de um análisis crítico del 
funcionamento de las sociedades industriales avanzadas, reflexionar 
‘sobre los médios que hay que poner em acción para llegar a um modo 
distinto de desarrollo (KOURI, 2003, p. 10). 
 
 40 
No debate da esquerda e do marxismo, a questão ambiental, 
nas últimas décadas, vem sendo problematizada de forma mais 
consistente através da ecologia política (ALIMONDA, 2003) ou de 
proposições de um ecossocialismo (LOWY, 2005). Questão que 
Perry Anderson (1992), já nos anos 1970, levantava como 
emergindo, e gerando parte da “crise do marxismo” e, depois da 
“crise desta crise” nos inícios dos anos 1980. No entanto, a crise 
da década perdida na América Latina (BELLUZO, 1999), o fim do 
socialismo da URSS e no Leste europeu, e a emergência do 
“capitalismo de cassino” (SANTOS, 2001) e de “rapina” 
(HERRERA, 1994, 2004) levaram-nos ao extremo do 
desenvolvimento e crescimento da riqueza para poucos. Portanto, 
incluir tais temas (ambiente, o desenvolvimento humano 
sustentável, uma cidade com direitos para todos e todas) nas 
utopias visando um “outro mundo possível” como propõem os 
Fóruns Sociais Mundiais de Porto Alegre, é urgente e parte das 
tarefas acadêmico-políticas dos cidadãos envolvidos neste projeto. 
 
3 A cidade: sua natureza no contexto macroconcebido 
 
O foco deste estudo será a cidade, ao entendermos que a 
mesma é um espaço de mediação, entre o que se 
desenvolve/produz no nível global (sistema-mundo e 
concepções/paradigmas) com o cotidiano/vivido, o dia a dia no 
espaço mais próximo de cada um de nós e de todos através das 
relações sociais. Sendo esse espaço, o lugar em que vivemos e 
desenvolvemos nossas atividades educativas, de investigação e de 
extensão, aí poderemos potencializar ações na produção da utopia 
do desenvolvimento humano sustentável como produção/obra dos 
sujeitos envolvidos na referida utopia.2
 
2 De um lado, a investigação enquanto processo de trabalho/produção individual 
articula-se coletivamente às pesquisas e especificidades de cada projeto e 
pesquisador, mas também, é formação na medida em que visamos ao definir os 
conceitos, realizar eventos e debates, reuniões e discussões entre os 
 
 41 
Mais precisamente, identificar o lugar da cidade em sua 
relação com seu entorno, é pensar suas relações com o exterior, 
seja o regional, o nacional e o mundial; mas, também, pensar seu 
interior, enquanto configuração de uma paisagem resultante das 
relações políticas, econômicas, ambientais, sociais, etc. através da 
história de sua coevolução com a natureza. É na cidade, no local e 
nas relações sociais cotidianas que se está produzindo e re-
produzindo o sistema. Mas tal determinação (ou indução) não é 
absoluta, e processos coletivos e participativos de decisão que 
tenham os humanos como centrais, como desenvolvimento 
humano sustentável na cidade, poderão orientar à produção de 
alternativas, e assim contribuir para pensarmos um 
desenvolvimento humano sustentável para todos e para todas em 
todo o mundo. A cidade é o foco deste projeto. E Lefebvre a 
concebe como: 
 
obra e ato perpétuos dá lugar a instituições específicas: municipais. As 
instituições mais gerais, as que dependem do Estado, da realidade e da 
ideologia dominante, têm sua sede na cidade política, militar, religiosa. 
Elas aí coexistem com as instituições propriamente urbanas, 
administrativas, culturais. Donde certas continuidades notáveis através 
das mudanças da sociedade (LEFEBVRE, 1969, p.53). 
 
Já Bárbara Freitag diz que 
 
as cidades são formações históricas próprias, cada uma com sua 
individualidade. Elas apresentam a cultura específica do seu tempo [...] 
[e] hoje as cidades, como centros culturais, econômicos e políticos, 
podem até mesmo substituir a realidade e o conceito de nação/Estado 
(FREITAG, 2006: 23). 
 
Mas, todos concordariam que vivemos num sistema-mundo 
(WALLERSTEIN, 2001) planetário, no qual uns vivem numa 
 
pesquisadores; além de extensão, pois serão realizadas atividades mais amplas 
de exposição, divulgação e debates de nossas conclusões – de cada projeto e dos 
projetos articulados. 
 42 
cidade capitalista, outros, numa cidade socialista, mas ambas em 
processos de constituição que decorreram de uma urbanização nas 
últimas décadas3
A autora apresenta seus argumentos, percorrendo a 
produção sobre a cidade nos aspectos sociológicos, 
antropológicos, econômicos e políticos, arquitetônico e urbanístico 
(FREITAG, 2006: 12), em autores da Alemanha, França, Inglaterra 
e EUA e da América Latina e seu impacto no Brasil. Sobre 
Lefebvre, um dos autores centrais deste projeto, diz que 
“reaproximou-se do Partido Comunista em 1978, por continuar a 
ser um marxista convicto e, por isso mesmo, menos prestigiado no 
mundo acadêmico europeu”, e que “sua obra só foi divulgada e 
traduzida para outras línguas (mesmo assim parcialmente) após 
sua morte, em 1991 (Lefebvre 1996)” (FREITAG, 2006: 72). E diz 
(p.70, nota 8), ao referir-se às mobilizações estudantis na França, 
em 2006, que suas “análises (e os conceitos) continuam válidos” 
segundo a socióloga. E destaca que, apenas Lefebvre preocupou-se 
com a história da cidade, ao contrário de outros autores franceses 
. Diz Ana Fani Carlos (CARLOS, 2004, p.7) que 
"a sociedade urbana constitui-se a partir da generalização do 
processo de urbanização no mundo" (Idem, 2004, p.11). 
No entanto, para avançarmos nesse debate sobre a cidade, 
diz Freitag ser necessário pensarmos em teorias da cidade: 
 
não podemos falar de uma ‘teoria da cidade’, ou seja, uma teoria que 
valha para todas as cidades que encontramos através da história e nas 
mais diversas regiões. Devemos, sim, falar de ‘teorias da cidade’, ou 
seja, das várias tentativas de conceituação da cidade como um 
fenômeno universal da vida em sociedade (FREITAG, 2006, p. 12). 
 
 
3 No caso, a cidade de Rio Grande; a cidade de Santa Clara/Cuba, são 
totalidades e parte de um país, o qual, por sua vez, insere-se nas relações 
internacionais e diplomáticas com muitos países da América Latina e de outros 
continentes. E, nesse sentido, ambas são influenciadas, mas, também, 
apresentam aspectos singulares, específicos de suas organizações 
socioeconômicas e políticas, bem como em seus marcos jurídicos. 
 43 
que “privilegiaram o estudo do espaço, sua ocupação, sua 
produção social, sem demonstrar interesse especial pela evolução 
histórica da cidade” (idem, p.72). É uma pena que, a edição 
brasileira utilizou-se da expressão a construção do espaço, e não, 
produção como é o sentido da obra principal do autor sobre esse 
tema.4
Henri Acselrad (2001), no entanto, lembra que a própria 
cidade e seu futuro estão sendo disputados pelos organismos 
internacionais, através de financiamento em infraestrutura pela

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