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Espanhol Manual do Candidato MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Ministro de Estado Embaixador Antonio de Aguiar Patriota Secretário-Geral Embaixador Ruy Nunes Pinto Nogueira Presidente Embaixador José Vicente de Sá Pimentel Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais Centro de História e Documentação Diplomática Diretor Embaixador Maurício E. Cortes Costa A Fundação Alexandre de Gusmão, instituída em 1971, é uma fundação pública vinculada ao Ministério das Relações Exteriores e tem a finalidade de levar à sociedade civil informações sobre a realidade internacional e sobre aspectos da pauta diplomática brasileira. Sua missão é promover a sensibilização da opinião pública nacional para os temas de relações interna- cionais e para a política externa brasileira. Ministério das Relações Exteriores Esplanada dos Ministérios, Bloco H Anexo II, Térreo, Sala 1 70170-900 - Brasília - DF Telefones: (61) 2030-6033/6034/6847 Fax: (61) 2030-9125 Site: www.funag.gov.br Fundação Alexandre de Gusmão Brasília, 2012 Espanhol Pedro Delgado Hernández e María del Mar Paramos Cebey Manual do Candidato Direitos reservados à Fundação Alexandre de Gusmão Ministério das Relações Exteriores Esplanada dos Ministérios, Bloco H Anexo II, Térreo, Sala 1 70170-900 Brasília - DF Telefones: (61) 2030-6033/6034 Fax: (61) 2030-9125 Site: www.funag.gov.br E-mail: funag@itamaraty.gov.br Equipe Técnica: Eliane Miranda Paiva Fernanda Antunes Siqueira Gabriela Del Rio de Rezende Jessé Nóbrega Cardoso Rafael Ramos da Luz Vanusa dos Santos Silva Wellington Solon de Sousa Lima de Araújo Projeto gráfico: Wagner Alves Programação Visual e Diagramação: Gráfica e Editora Ideal Fotografias da capa: Acoplados I, Acoplados II e Acoplados V, de Abelardo Zaluar. Obras participaram junto com Acoplados III, IV, VI, VII, e VIII, da 10ª Bienal de São Paulo, em 1969. Acervo do Ministério das Relações Exteriores Impresso no Brasil 2013 Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Talita Daemon James – CRB-7/6078 Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional conforme Lei nº 10.994, de 14/12/2004. D352 DELGADO HERNÁNDEZ, Pedro. Manual do candidato : espanhol / Pedro Delgado Hernández; María del Mar Para- mos Cebey; apresentação do Embaixador Georges Lamazière. – Brasília : FUNAG, 2012. 164 p.; 29 cm. – (Manual do candidato). Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-7631-419-6 1. Espanhol. 2. Manual do candidato. I. Fundação Alexandre de Gusmão. II. Insti- tuto Rio Branco. III. Manual do candidato. CDU: 811.134.2(076) “Para deciros la verdad, muy pocas cosas observo porque el estilo que tengo me es natural, y sin afectación ninguna escribo como hablo, solamente tengo cuidado de usar de vocablos que signifiquen bien lo que quiero dezir, y dígolo quanto más llanamente me es posible, porque a mi parecer en ninguna lengua stá bien el afetación.” Juan de Valdés. Diálogo de la Lengua (siglo XVI). Pedro Delgado Hernández y María del Mar Paramos Cebey Hispanistas, filólogos, traductores y docentes involucrados, durante muchos años, en la transmisión de la lengua y de la cultura de Cervantes a los hablantes de la lengua y de la cultura de Machado de Assis en diversas instituciones. 9 Agradecimientos al Excelentísimo Embajador Sr. D. José Vicente de Sá Pimentel, Presidente de la Fundação Alexandre de Gusmão, al Excelentísimo Embajador Sr. D. Georges Lamazière, Director del Instituto Rio Branco, a la Sra. Dña. Eliane Miranda, Jefe del Departamento de Publicaciones de la Fundação Alexandre de Gusmão, por su inestimable colaboración, al Sr. D. Márcio Rebouças, responsable del CACD (Concurso de Admisión a la Carrera Diplomática), Instituto Rio Branco, por su apoyo e interés. 11 A Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) retoma, em importante iniciativa, a publicação da série de livros “Manual do Candidato”, que comporta diversas obras dedicadas a matérias tradi- cionalmente exigidas no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata. O primeiro “Manual do Candidato” (Manual do Candidato: Português) foi publicado em 1995, e desde então tem acom- panhado diversas gerações de candidatos na busca por uma das vagas oferecidas anualmente. O Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata, cumpre ressaltar, reflete de maneira inequívoca o perfil do profissional que o Itamaraty busca recrutar. Refiro-me, em particular, à síntese entre o conhecimento abrangente e multifacetado e a capacidade de demonstrar conhecimento específico ao lidar com temas particulares. E assim deve ser o profissional que se dedica à diplomacia. Basta lembrar que, em nosso Serviço Exterior, ao longo de uma car- reira típica, o diplomata viverá em diversos países diferentes, exercendo em cada um deles funções distintas, o que exigirá do diplomata não apenas uma visão de conjunto e enten- dimento amplo da política externa e dos interesses nacionais, mas também a flexibilidade de compreender como esses interesses podem ser avançados da melhor maneira em um contexto regional específico. Nesse sentido, podemos indicar outro elemento importante que se encontra sempre presente nas avaliações sobre o CACD: a diversidade. O Itamaraty tem preferência pela diver- sidade em seus quadros, e entende que esse enriquecimento é condição para uma expressão externa efetiva e que faça jus à amplitude de interesses dispersos pelo país. A Chancelaria brasileira é, em certo sentido, um microcosmo da sociedade, expressa na miríade de diferen- tes divisões encarregadas de temas específicos, os quais formam uma composição dos temas prioritários para a ação externa do Governo brasileiro. São temas que vão da Economia e Fi- nanças à Cultura e Educação, passando ainda por assuntos políticos, jurídicos, sobre Energia, Direitos Humanos, ou ainda tarefas específicas como Protocolo e Assistência aos brasileiros no exterior, entre tantas outras. Essa diversidade de tarefas será tanto melhor cumprida quanto maior for a diversidade de quadros no Itamaraty, seja ela de natureza acadêmica, regional ou ainda étnico-racial. O CACD é, em razão disso, um concurso de caráter excepcional, dada a Proemio Embajador Georges Lamazière Director del Instituto Rio Branco grande quantidade de provas de diferentes áreas do co- nhecimento acadêmico, buscando com isso o profissional que demonstre o perfil aqui esboçado. No entanto, o perfil multidisciplinar do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata pode representar um desafio para o candidato, que deverá desenvolver sua própria estratégia de preparação, baseado na sua experi- ência acadêmica. Em razão disso, o Instituto Rio Branco e a Funag empenham-se em disponibilizar algumas ferra- mentas que poderão auxiliar o candidato nesse processo. O IRBr disponibiliza, anualmente, seu “Guia de Estudos”, ao passo que a Funag publica a série “Manual do Candidato”. Cabe destacar, a esse propósito, que as publicações se complementam e, juntas, permitem ao candidato iniciar sua preparação e delimitar os conteúdos mais importan- tes. O “Guia de Estudos” encontra-se disponível, sem cus- tos, no sítio eletrônico do Instituto Rio Branco e é cons- tituído de coletâneas das questões do concurso do ano anterior, com as melhores respostas selecionadas pelas respectivas Bancas. Os livros da série “Manual do Candidato”, por sua vez, são compilações mais abrangentes do conteúdo de cada matéria, escritos por especialistas como Bertha Becker (Geo- grafia), Paulo Visentini (História Mundial Contemporânea), Evanildo Bechara (Português), entre outros. São obras que permitem ao candidato a imersão na matéria estudada com o nível de profundidade e reflexão crítica que serão exigidos no curso do processo seletivo. Dessa forma, a ade- quada preparação do candidato, ainda quelonge de se es- gotar na leitura das publicações da Funag e do IRBr, deve idealmente passar por elas. Sumario 1. Introducción 15 2. ¿Qué se espera del candidato? 17 3. De lo que hay que saber para escribir bien en la prueba. Entre el Placer de Escribir y el Deber de Redactar 19 3.1 Organización de un texto: tema e ideas 20 3.2 Cualidades de un buen texto 20 3.3 Organización de ideas 21 3.4 Argumentación 21 3.5 Selección de léxico y el significado 21 3.6 La revisión del texto 22 3.7 Respuestas a las preguntas de un examen 23 4. La arquitectura de la respuesta 29 4.1 Comprensión textual 29 4.1.1 Cuestiones básicas para leer el texto de la prueba 30 4.2 Corrección gramatical 31 4.2.1 Heterosemánticos 31 4.2.2. Heterogenéricos 38 4.2.3 Acentuación 40 4.2.3.1. Reglas generales de acentuación 40 4.2.3.2. Reglas de acentuación de palabras con diptongos, hiatos y triptongos 41 4.2.3.3. Tilde diacrítica 43 4.2.3.4 Acentuación de palabras y expresiones compuestas 47 4.2.3.5. Acentuación de voces y expresiones latinas 49 4.2.3.6 Acentuación de palabras extranjeras 49 4.2.3.7. Letra O 49 4.2.3.8. Abreviatura 50 4.2.3.9. Acrónimo 50 4.2.3.10. Sigla 50 4.2.3.11. Símbolo 50 4.2.3.12. Palabras que terminan en dos consonantes 50 4.2.4 Verbos: Indicativo, subjuntivo, imperativo 53 4.2.5 Complementos de Régimen 57 4.2.6 Queísmo y dequeísmo 94 4.2.6.1 Queísmo 94 4.2.6.2 Dequeísmo 94 4.2.7 Preposiciones 97 4.2.8 Pronombres Átonos 105 4.2.9 Siglas 107 4.2.9.1 Tipos de siglas según su lectura 107 4.2.9.2 Plural 108 4.2.9.3 Género 108 4.2.9.4 Ortografía 108 4.2.9.5 Hispanización de las siglas 109 4.2.9.6 Omisiones 109 4.2.9.7 Acrónimos 109 4.2.10 Símbolo 111 4.2.10.1. Diferencia con las abreviaturas 111 4.2.10.2. Formación 111 4.2.10.3 Mayúsculas y minúsculas 111 4.2.10.4 Situación respecto de la cifra a la que acompañan 112 4.2.10.5 Lectura 112 4.2.10.6 Lista de símbolos alfabetizables 112 4.2.10.7 Lista de símbolos o signos no alfabetizables 121 4.2.11 Concordancia 123 4.2.11.1 Reglas generales 123 4.2.11.2 Casos especiales de concordancia nominal 124 4.2.11.3 Casos especiales de concordancia verbal 131 4.3 Organización y desarrollo de ideas 139 4.3.1 Buen uso de los marcadores textuales 140 4.3.2 Estructuradores de ideas 141 4.4 Calidad del lenguaje 144 5. Epílogo 147 6. Prática 149 7. Conclusión 153 8. Claves 155 Bibliografía 163 1. Introducción En el marco de las conmemoraciones del Aniversario de la muerte del Barón de Rio Branco, 520 años después de la publicación, en Salamanca, de la Gramática de la Lengua Española de Elio Antonio de Nebrija, primera de las gramáticas de las lenguas que derivan del latín y 477 años más tarde de que viera la luz el Diálogo de la Lengua del insigne Juan Valdés, redactamos este Manual que pretende ayudar a todo aquel que intente adentrarse en la vida diplomática brasileña y que para ello tiene que realizar una prueba de español en la que ha de demostrar el dominio de todas las destrezas. En sus manos puede disfrutar de un breve libro que le acerca a la lengua española y que pretende mostrar la idea de lo que ha de dominar para realizar una prueba adecuada de español. El enfoque del Manual le lleva a la resolución de las principales dificultades que tiene un hablante de lengua portuguesa cuando debe abordar la comprensión de un texto y la respuesta a una serie de cuestiones en un espacio y tiempo determinado. Inspirados por el espíritu de la mayéutica pretendemos que el lector sepa el nivel del candidato que puede realizar satisfactoriamente este examen, qué se requiere para abordar un texto como los que han de ser trabajados en la prueba de acceso a la carrera diplomática brasileña y cuál es el trabajo necesario para res- ponder satisfactoriamente a todos los apartados que se evalúan en cada cuestión. Mostramos, desde nuestra práctica en el campo de la educación, las cuestio- nes en las que se ha de prestar especial atención en la realización de la prueba; si bien, todo el contenido gramatical, ortográfico y cultural de la lengua de Cervantes ha de ser dominado y el lector podrá encontrarlo de una manera completa en los libros oficiales de la Asociación de las Academias de la Lengua Española que mos- tramos en la bibliografía. Todo el material conceptual tiene como fundamento dichas publicaciones. Lo hemos recopilado y adaptado en el presente volumen para facilitar el estudio del 15 16Espanhol candidato. El lector podrá encontrar en esta publicación la imagen del candidato que realice una prueba correcta, lo que ha de tener en cuenta cuando tiene que escribir. Es una obligación y tiene que intentar que sea algo placente- ro. Si utiliza los recursos que le proponemos en la prueba tiene un éxito seguro. Se muestra, a continuación, qué hay detrás de cada una de las cuestiones que se utilizan para evaluar cada una de las respuestas y en casi todos estos criterios se ofrecen ejercicios para poder dominar mejor estos apartados. En la bibliografía ofrecemos libros que pueden ayu- dar en la profundización de lo expuesto en este manual, que como manual ha de ser breve, aunque siempre en un futuro puede ser actualizado, ampliado y mejorado. Las cuestiones que analizamos están directamente enfocadas en la prueba. Si lo que presentamos en este libro constituye una ayuda para realizar mejor la prueba de español en el proceso de acceso a la carrera diplomática de Brasil que el lector se lo atribuya a su astucia y audacia más que a lo expuesto por los autores en estas hojas que pretendieron desde su expe- riencia docente y conocimiento de la lengua de Cervantes mostrar la senda que conduce a la realización de la prueba. Sin más, no siendo amigos de amplias introducciones, invi- tamos al lector a adentrarse en la lectura de estas páginas. 2. ¿Qué se espera del candidato1? Es importante saber qué nivel de español se ha de tener para realizar una prueba satisfactoria. Por todo ello, se espera que el candidato que realice la prue- ba sea un usuario competente en la lengua española según los criterios de la Asociación Europea de Organismos Certificadores de la Competencia Lingüística (ALTE, en sus siglas en inglés). Este usuario tendrá mayores facilidades para reali- zar una prueba de español adecuada que le proporcionará una puntuación ele- vada, la cual lo ayudará a tener una excelente calificación en la Prueba de Acceso a la Carrera Diplomática. Para ello, ha de ser capaz de comprender con facilidad prácticamente todo lo que oye o lee, principalmente las cuestiones relacionadas con el derecho, las relacio- nes internacionales y la economía. Además, debe saber reconstruir la formación y los argumentos procedentes de diversas fuentes, ya sean en lengua hablada o escrita y presentarlos de manera coherente y resumida. Asimismo, ha de poder expresarse es- pontáneamente con gran fluidez y con un grado de precisión que le permita diferen- ciar pequeños matices de significado incluso en situaciones de mayor complejidad. Concretizando más lo expuesto, se espera que el aspirante demuestre en la prueba, por una parte, que con relación a la comprensión es capaz de leer y comprender con facilidad prácticamente todas las formas de lengua escrita, in- cluyendo textos abstractos estructural o lingüísticamente complejos como, por ejemplo, manuales, artículos especializados y obras literarias; todos ellos con muchos coloquialismos y vinculados al mundo diplomático, además consigue apreciar distinciones sutiles de estilo y significado, tanto implícito como explícito. Por otra parte, debe ser capaz de escribir textos claros y fluidos en un estilo apropiado,dotándolos de una estructura adecuada y una lógica eficaz que ayu- de al lector a encontrar ideas significativas. 1 El nivel del que hablamos tiene como base el Marco Común de Referencia Europeo. 17 18Espanhol El postulante ha de demostrar en la prueba de es- pañol que no manifiesta ninguna limitación de lo que quiere comunicar en el texto escrito. Para ello, saca pro- vecho de un dominio amplio y fiable de un complejo re- pertorio de elementos lingüísticos para formular lo que quiere con precisión, poner énfasis o diferenciar y elimi- nar la ambigüedad. Todo lo anterior le llevará a demostrar que tiene un buen dominio de un repertorio léxico muy amplio, que incluye expresiones idiomáticas y coloquiales, mostran- do que es capaz de apreciar los niveles connotativos del significado. Por todo lo cual, utiliza con seguridad un vocabulario correcto y apropiado y, gramaticalmente, mantiene un con- sistente control sobre un repertorio lingüístico complejo. El candidato, asimismo, debe crear textos coheren- tes y cohesionados haciendo un uso complejo y apropia- do de una variedad de criterios de organización y de una gran diversidad de mecanismos de cohesión, transmi- tiendo con precisión matices sutiles de significado, utili- zando, con razonable corrección, una gran diversidad de elementos calificativos (por ejemplo, adverbios que ex- presan grado, cláusulas que expresan limitaciones). Todo ello le lleva a saber cómo poner énfasis, diferenciar y eli- minar la ambigüedad. En definitiva, el escrito no ha de presentar errores ortográficos. Las descripciones y narraciones han de ser detalladas integrando varios temas, desarrollando aspec- tos concretos de lo que se requiere y terminando con una conclusión apropiada. 19 3.De lo que hay que saber para escribir bien en la prueba. Entre el Placer de Escribir y el Deber de Redactar2 De las reglas que presentan los manuales de redacción seleccionamos las principales que aparecen en los manuales de estilo de la lengua española, ingle- sa y francesa, reglas que se adecúan a la prueba que se ha de realizar. Buscamos con ello que el escrito sea transparente para su perfecta inteligibilidad y que no confunda a los que tienen que leerlo. Quien escribe, después de entender lo leído, tiene que responder una serie de cuestiones y antes de hacerlo es importante que planifique bien lo que quiere decir; esto es, que se responda a la pregunta sobre qué quiero decir. Una vez que lo anterior esté claro hay que textualizarlo de una forma clara y coherente para lo cual es importante saber utilizar con agudeza y precisión las normas de la gramá- tica para así exponer de una manera transparente lo que se quiere comunicar; y, finalmente, es muy importante revisar lo escrito, siempre en el borrador, antes de pasarlo al papel oficial de la prueba donde se ha de realizar la última redacción con una presentación limpia y adecuada. El texto que se lee en la prueba suele ser del ámbito periodístico y la es- critura que se tiene que realizar es de un carácter funcional que busca como objetivo principal informar, comunicar con patrones altamente estandarizados y siguiendo fórmulas convencionales. Esta obligación que tenemos que realizar si la hacemos de una forma pla- centera será mucho más provechosa y productiva. Para conseguirlo es importan- te tener en cuenta los puntos que presentamos a continuación que pretenden ayudarnos a redactar de una forma inteligente. 2 Lo expuesto a continuación está adaptado de ALEZA IZQUIERDO, M., 2010; y de CASSANY, D., 1995, 1999. 20Espanhol 3.1 Organización de un texto: tema e ideas Un texto suele presentar un tema principal, asunto del que trata el texto y presente –generalmente– en todos los párrafos, y temas secundarios. Tanto el tema principal como los secundarios se expresan mediante ideas. Los te- mas secundarios aparecen desarrollados, generalmente, en las ideas que se presentan en los diferentes párrafos. Las ideas del texto, por lo tanto, no tienen la misma relevancia, ya que están jerarquizadas a los temas. 3.2 Cualidades de un buen texto Para que un texto pueda considerarse bien escrito ha de reunir cuatro condiciones: • ser adecuado: en relación al contenido que se pre- tende transmitir y para el destinatario al que se diri- ge (adecuado a sus expectativas e intereses); • ser efectivo: tiene que lograr conseguir el objeti- vo por el que fue escrito; • ser coherente: debe transmitir el contenido con claridad, de manera organizada y sin contradic- ciones, siendo concreto y evitando lo abstracto; • ser correcto: presupone no presentar errores de expresión (erratas, faltas ortográficas, faltas de construcción y concordancia) y estar bien pre- sentado, evitando tachones. Escribir es un proceso complejo que exige pensar, textualizar, evaluar y modificar constantemente un escrito hasta conseguir la forma definitiva. La elaboración de las fases conlleva: • El proyecto de la escritura que empieza con una idea de lo que queremos escribir. A partir de esa idea (o pregunta) –que tenemos en mente y queremos que el lector capte– se debe planifi- car la escritura delimitando claramente el tema, la finalidad, el tipo de texto y el destinatario. • La redacción: una vez delimitada la fase ante- rior, se debe escribir un borrador que se ajustará al plan previsto. A medida que se va escribiendo es normal que vayan surgiendo nuevas ideas que pueden modificar parcialmente el proyecto inicial. • Revisión: la revisión del borrador tiene como ob- jetivo mejorar la calidad del texto, evaluando y modificándolo, verificando la posible ausencia de ideas importantes y si estas ideas son com- prensibles (o solicitadas) por el destinatario. 21 • La edición de un texto consiste en pasarlo a lim- pio y organizarlo de forma adecuada. En esta fase hemos de comprobar si el texto se lee bien, si está limpio, si la presentación causa buena im- presión, etc. 3.3 Organización de ideas Otro aspecto esencial en la planificación textual es el de la organización de ideas. En el texto deben figurar las ideas estrictamente pertinentes. Para ello, es impor- tante obtener la información suficiente en relación a es- tas ideas (documentación). Es fundamental recopilar toda la información necesaria y relacionar entre sí todas las in- formaciones. 3.4 Argumentación Argumentar es intentar convencer a alguien de una afirmación. El autor debe formular la tesis que debe- rá apoyarse en argumentos racionales convenientemen- te ensamblados según recursos lingüísticos apropiados. Entre los recursos de ensamblaje argumentativo más destacados están los conectores, procedimientos grama- ticales o textuales que se utilizan para engarzar entre sí las oraciones que forman parágrafo, o bien para enlazar los diferentes párrafos entre sí. Los conectores atienden adecuadamente a las relaciones lógicas o más párrafos. Advierten, además, de las características, de la importan- cia, relevancia o irrelevancia de la información que rela- cionan, al tiempo que son imprescindibles en el proceso de construcción textual: el texto tendrá una mayor articu- lación interna, mayor cohesión, mayor claridad en la me- dida en que utilice más adecuadamente las expresiones conectivas. Ahora bien, las expresiones conectivas no de- ben introducirse gratuitamente, a la búsqueda de falsos efectismos estilísticos. 3.5 Selección de léxico y el significado Uno de los principales problemas en la composición de un texto es encontrar las palabras justas para expresar lo que se quiere. Debe haber adecuación al género y al tema. Debemos llevar en consideración la importancia de un amplio repertorio léxico, ya que la ausencia de vocabu- lario producirá textos vagos o repetitivos. En el ámbitodel léxico merece especial atención el uso de neologismos y barbarismos. Es importante dominar con precisión el vocabulario y evitar, entre otros, verbos comodines, tener cuidado con los falsos cognatos. De lo que hay que saber para escribir bien en la prueba. Entre el Placer de Escribir y el Deber de Redactar 22Espanhol En la composición de un texto un elemento im- prescindible es la percepción de los actantes, vocablos que se pueden transformar, pero no eliminar en los textos pues son estructurales. La repetición de estas palabras hace que el escrito sea empalagoso, por lo que utilizar sinónimos enriquece la expresión y demuestran un per- fecto nivel de la lengua. Al mismo tiempo se requiere un buen dominio de la nominalización, los parasinónimos, los hiperónipos e hipónimos, las definiciones, las anáforas conceptuales, el encadenamiento de las frases. Todo esto se llega a dominar con la lectura, realizando técnicas adecuadas para construir textos (en grupo, binomios imaginativos, hipótesis imaginativas, transformaciones o combinacio- nes de palabras, de locuciones o de refranes, de títulos de películas…, instrucciones, aprovecharse de los erro- res, interpretar al pie de la letra metáforas, metonimias, elipsis, comparaciones o expresiones enfáticas, transfor- mación de relatos conocidos, introducción de anacro- nismos, completando textos…). 3.6 La revisión del texto ¿Qué se debe revisar? Existe una cierta tendencia a pensar que solo deben corregirse los errores ortográficos o gramaticales. Pero también es importante la revisión del contenido. En el texto escrito solo debe incluirse informa- ción para el desarrollo textual, huyendo de valoraciones subjetivas o excesivamente personales. El texto debe poseer unidad de sentido que pre- serve la inteligibilidad de texto. Deben además evitarse tanto la ambigüedad como la redundancia, ya que afec- tan negativamente a la coherencia del texto. No hay que olvidarse de adecuar el contenido del texto a la situación comunicativa; por eso, en un texto formal, no caben colo- quialismos excesivos. Algunos truquillos que nos ayudan a revisar son: • Lea su escrito como un auténtico profesional de la escritura ¿El papel dice exactamente lo que está en su mente? ¿Se entiende todo? Arregle lo que no sea aún bastante bueno. • Lea su escrito como un auténtico profesional de la lectura. Lea su escrito y deténgase en cada párrafo. ¿Qué piensa? ¿Lo entiende? ¿Está de acuerdo? ¿Cómo rebatiría lo que dice? ¿Es la res- puesta a lo que le están preguntado? ¿Qué opi- nión le produce? Haga un diálogo con el autor para ver si se corresponde lo que se quiere decir con lo que está escrito y si esto responde a lo preguntado. • Adopte una actitud crítica. Relea el texto como si fuera un crítico implacable, con actitud dura. 23 Exagere los errores, busque todo lo que los lec- tores puedan caricaturizar. Después recupere el tono racional y valore si estas críticas tienen algún fundamento. Si acaso lo tienen, rectifique los excesos. • Oralice lo escrito. El oído puede descubrir lo que no ha descubierto el ojo. Lea el texto en voz alta como si estuviera diciéndolo a una audiencia. Escuche cómo suena: ¿queda bien?, ¿le gusta? • Compare los planes iniciales que había trazado antes de escribir la respuesta con el producto final. ¿Ha olvidado algo? ¿Responde a lo que se había planteado? • No olvide la máxima de los mayores, toda pro- ducción escrita ha de corregirse siempre. 3.7 Respuestas a las preguntas de un examen Hay que tener claro que no existe un único modelo para responder correctamente a una pregunta de examen. Obviamente, es de suma importancia conocer la respues- ta, pero la manera en que plasmamos el contenido puede, si no determinar el éxito o el fracaso del examen, al menos sí contribuir decisivamente a uno u otro. Presentamos, a continuación, un esquema en tres fa- ses que ilustra los momentos de la redacción de un examen: • Crear un borrador. El primer paso antes de re- dactar un examen es el borrador. Es peligro- so lanzarse a escribir sin haber elaborado la respuesta ya que, podemos, a mitad de cami- no, acordarnos de un concepto importante y, ante ello, nos veremos obligados a poner as- teriscos, incisos, grafías que ofrecen una ima- gen deficiente. • Proceder a la redacción. Al haber realizado el trabajo anterior, la redacción resulta más fácil, ya que se trataría de desarrollar mejor los con- ceptos ya apuntados en el esquema. Sin em- bargo, debemos tener en consideración: a) no divagar: más no siempre es mejor. Rellenar las líneas solicitadas con un contenido completo, sin contenido y sin el espacio requerido no dará el resultado esperado; b) se debe ser sistemá- tico y coherente pero siempre ajustándonos al volumen de texto que nos es solicitado. Ser excesivamente conciso tampoco es una virtud. La extensión de la respuesta debe ser significa- tiva, porque de lo contrario estaríamos llenando hueco con palabras vacías. De una forma esquematizada podríamos decir que los requisitos que tendríamos que cumplir antes de iniciar el proceso de redacción son: De lo que hay que saber para escribir bien en la prueba. Entre el Placer de Escribir y el Deber de Redactar 24Espanhol Forma desaconsejable Forma preferible El adjetivo explicativo suele ir antes del nombre. Expresa subjetividad - Anoche me dieron una noticia grata. - Anoche me dieron una grata noticia. El adjetivo especificativo suele ir detrás del nombre. Expresa objetividad - Los más afectados ciudadanos fueron los de los periféricos barrios. - En un extremo del oscuro salón, se veía colgar de una gran pared un pequeño cuadro con desfigurados dibujos. - Los ciudadanos más afectados fueron los de los barrios periféricos. - En un extremo del salón oscuro, se veía colgar de una pared grande un cuadro pequeño con dibujos desfigurados. Uso adecuado de los nexos coordinados - Tu amigo es simpático y abogado. - Este arquitecto es buen diseñador y de Lima. - Tu amigo es un abogado simpático. - Este arquitecto de Lima es un buen diseñador. Un párrafo no se inicia por cifra en número - 200 personas asistieron a la fiesta de cumpleaños. - Doscientas personas asistieron a la fiesta de cumpleaños. Forma desaconsejable Forma preferible Las fechas llevan punto detrás de mil excepto los años - Mi ciudad tenía 90 000 habitantes en el año 2.010 - Mi ciudad tenía 90.000 habitantes en el año 2010. Sustitución de palabras y expresiones que actúan de comodines - Bueno, no entremos de lleno en el tema de la eutanasia, ¿te parece? Aunque, mira por dónde, hombre, me gustaría tratarlo, ¿no? pues, como sabemos, está en pleno debate. - No entremos de lleno en el tema de la eutanasia, aunque me gustaría tratarlo por estar de actualidad. Se ha de evitar el exceso de conjunciones, adverbios o partículas - De todos modos, una de las mejores formas de aprender idiomas, a ciencia cierta y sin lugar a dudas, es la inmersión lingüística. - Una de las formas más eficaces para dominar idiomas es la inmersión lingüística. Se han de evitar las expresiones cacofónicas - Su pretensión consistía en atraer la atención sin más razón que una escasa argumentación. - Pretendía persuadir con escasos argumentos. 25 Forma desaconsejable Forma preferible Uso correcto de los pronombres y de las partículas interrogativas - A mis padres los cuento todo. - El libro le he dejado en la mesa - No sabes cuanto lo siento. - No has dicho a que te refieres. - A mis padres les cuento todo. - El libro lo he dejado en la mesa. - No sabes cuánto lo siento. - No has dicho a qué te refieres. Uso correctode las preposiciones tras el verbo - Trata que venga pronto. - Adviérteles que va a venir. - Trata de que venga pronto. - Adviérteles de que va a venir. Formas pronominales: activa o pasiva refleja en vez de la pasiva nominal - Han sido desactivadas por la policía dos artefactos explosivos. - Ha sido descubierta una medicina que ayudará a los enfermos de sida. - La policía ha desactivado dos artefactos. - Se ha descubierto una medicación contra el sida. Abreviaturas y siglas -*MERCOSUR colabora con la UNESCO y UNICEF - Mercosur colabora con Unesco y Unicef Forma desaconsejable Forma preferible Uso adecuado de “quien, que, cual y cuanto” - Nos relacionamos con los que nos parece oportuno. - El Ayuntamiento es el que tiene la última palabra. - He visitado su casa, cuya vivienda tiene dos salones. - Este pueblo tiene una iglesia en la que en el campanario anidan las golondrinas. - Me han regalado un libro en el cual las hojas están manuscritas. - Sean los que sean los motivos, no me convencen. - Nos relacionamos con quienes nos parece oportuno. - El Ayuntamiento es quien tiene la última palabra. - He visitado su casa que tiene dos salones. - Este pueblo tiene una iglesia en cuyo campanario anidan las golondrinas. - Me han regalado un libro cuyas hojas están manuscritas. - Sean cuales sean los motivos, no me convencen. Activa y pasiva. Formas pronominales - Ha sido desalojada la sala por razones de seguridad. - Solo ha sido prevista una reunión. - La operación ha estado dirigida por el jefe de la policía. - Se ha desalojado la sala por razones de seguridad. -Solo está prevista/se ha previsto una reunión. -El jefe de policía ha dirigido la operación. De lo que hay que saber para escribir bien en la prueba. Entre el Placer de Escribir y el Deber de Redactar 26Espanhol Forma desaconsejable Forma preferible Rigen preposición - Le advierto que ha incumplido el compromiso. - Confía que todo saldrá en condiciones. - Lo que me refiero es a tus palabras iniciales. - Le advierto de que ha incumplido el compromiso. - Confía en que todo saldrá en condiciones. - A lo que me refiero es a tus palabras iniciales. No rigen preposición - Pienso de que no dice la verdad. - Me temo de que se va a presentar cualquier día. - Pienso que no dice la verdad. - Me temo que se va a presentar cualquier día. Palabras inadecuadas e impropias - Barajar una posibilidad. - Resultó deleznable su postura sobre libertad de expresión. - Adolece de bienes. - Barajar posibilidades. - Resultó detestable su postura sobre libertad de expresión. - Carece de recursos. Palabras-comodín - Ríete, venga, hombre, aunque no esté el horno para bollos. - Ha estado con nosotros todo el día, ¿no es así? - Ríete, aunque no sea fácil. - Es evidente que ha estado con nosotros todo el día. Forma desaconsejable Forma preferible Palabras generalizadoras - Se ha estropeado el aparato. - No hablemos más de este asunto tan molesto. - Se ha estropeado el televisor/el ordenador, etc. - No hablemos de la política inmigratoria. Ordenación textual: nexos y elementos de relación Corren nuevos aires en la comunidad china. Del silencio y anonimato que siempre les caracterizó, a la dramática exposición pública: asesinatos, alimentos caducados, extorsiones, incendio de almacenes, mafias, clínicas piratas… Malo para ellos y malo para el ciudadano de a pie, que teme pasar del rumor a la certeza. ¿Cómo llegan? ¿Cómo mueren? ¿Cómo viven? Pasaportes al poder. Lo dicho: mejor el anonimato. La comunidad china pasa por una situación difícil ante la opinión pública. Lejos queda el silencio y el anonimato en que vivían por las extorsiones, las mafias y las actuaciones clandestinas. Esta forma de vida no beneficia para nada a los chinos ni a los demás ciudadanos con quienes conviven. Surgen al respecto muchos interrogantes sobre la llegada y la instalación en nuestro país. Lo mejor de todo sería permanecer en el anonimato como antes. 27 Forma desaconsejable Forma preferible Retomar los actantes en el texto Las compañías han acordado con el Gobierno bajar el precio de la gasolina. El Gobierno prevé que la bajada sea efectiva a partir de la próxima semana. Las compañías han acordado con el Gobierno bajar el precio de la gasolina. La Administración prevé que la medida sea efectiva a partir de la próxima semana. • Revisar lo escrito. Antes de pasarlo a limpio, utilizando los recursos que el español ofrece, siempre es importante hacer un análisis de la respuesta para mejorarla. De lo que hay que saber para escribir bien en la prueba. Entre el Placer de Escribir y el Deber de Redactar 4. La arquitectura de la respuesta 29 En este apartado nos acercamos a cada uno de los criterios que son eva- luados según las bases de la prueba, para que el candidato tenga claro qué es lo que requiere trabajar para que la respuesta sea más completa. Quien tiene una buena comprensión del texto, utiliza adecuadamente los contenidos gramaticales y ortográficos y lo hace con calidad demuestra un alto dominio de la lengua. 4.1 Comprensión textual Comprender un texto requiere penetrar en el significado del texto y, al mis- mo tiempo, construir un modelo de la situación tratada en él. La primera dimensión y, por tanto, la construcción de una representa- ción textual, supone a su vez tres niveles: macroestructura, microestructura y superestructura. La macroestructura se refiere al significado global que impregna y da sen- tido al texto. Sus funciones son: a) proporcionar coherencia global; b) individua- lizar la información referida al tema central: jerarquizar y diferenciar; c) permitir reducir extensos fragmentos a un número de ideas manejables. La identificación de la macroestructura responde entonces al hecho de que debemos apreciar aquellas ideas que son centrales y prestan sentido uni- tario y globalizador a lo leído. Este nivel permite individualizar la información y diferenciar el grado de importancia de unas ideas respecto de otras. Si un lector no puede construir la macroestructura de un texto, fracasa en esa misma medida su comprensión. 30Espanhol La microestructura se refiere a las siguientes cues- tiones: a) las ideas elementales del texto; b) la continuidad temática entre esas ideas (progre- sión temática/hilo conductor); c) las relaciones entre las ideas en términos causa- les, motivacionales o descriptivos. La macroestructura procede y deriva de la microes- tructura. En efecto, el significado global de un párrafo puede ser condensado junto con el de otros párrafos en otro aún más global, y así sucesivamente, hasta resumir un texto en una idea o un número limitado de ideas o proposiciones. La noción de superestructura alude a la forma o a la organización de los textos. En lo que se refiere a los textos expositivos las formas de organización pueden ser: a) como problema-solución (superestructura de respuesta); b) como causas o efectos (superestructura causal); c) como semejanzas o diferencias (superestructura comparativa); d) como rasgos, propiedades (superestructura des- criptiva); e) como fases o estadios (superestructura secuencial). Por lo tanto, comprender un texto es: desentrañar las ideas que encierran las palabras del texto; conectar las ideas entre sí; asumir o construir la jerarquía que hay entre esas ideas; y, reconocer la trama de relaciones y sutilezas que articulan las ideas globales. La segunda dimensión de la comprensión es cons- truir un modelo sobre el mundo o situación que el texto describe. Comprenderentonces no es únicamente tener un duplicado proposicional del texto sino también tener la situación o mundo descripto en él. El modelo de la situa- ción puede y debe relacionarse e integrarse con el resto de nuestras estructuras de conocimiento. Alcanzar esta segunda dimensión implica trascender al texto y lograr conocimientos abstractos que permitan abordar con estos y otros ya existentes, situaciones nuevas. Cuando se alcanza un grado muy bajo de represen- tación textual es difícil ir más allá del texto. 4.1.1 Cuestiones básicas para leer el texto de la prueba 1. Realizar una primera lectura exploratoria o global para anticipar o predecir el propósito para el cual fue escri- to y anticipar también su contenido. Esto implica: a) Leer el título y la entradilla. Leerlos de forma con- junta y buscar una lógica. 31 b) Leer el primer párrafo y el último. Subrayar lo considerado esencial. 2. Completar la lectura exploratoria con una lectura más detallada de cada párrafo e intentan conocer el signi- ficado del léxico. 3. Subrayar la información que se retoma párrafo a párrafo, puesto que constituye la información más impor- tante, llamada también frase temática. Esto permite reco- nocer el tema del texto. Para reconocer acertadamente la frase temática de cada párrafo se debe tener en cuenta que la información puede aparecer reiterada bajo la forma de un sinónimo, actante. 4. Relacionar las ideas de todos los párrafos. 5. Identificadas la macroestructura, la microestructu- ra y la superestructura, identificar conocimientos más abs- tractos y sutiles que pudieran ser usados. 4.2 Corrección gramatical3 En este apartado el candidato ha de ser capaz de re- dactar manteniendo los criterios normativos de la lengua española. Dicha norma culta se encuentra en la Gramática y en la Ortografía de las Academias de la Lengua Española. Pensando en la prueba y en las dificultades que el hablante de portugués presenta a la hora de la redacción de textos, ofrecemos algunos temas relevantes que se han de tener en cuenta. Los presentamos haciendo una adaptación de lo que se presenta en los manuales oficiales que aparecen en la bibliografía. 4.2.1 Heterosemánticos Dada la familiaridad del español y del portugués, uno de los temas a los que se debe prestar especial atención es el de los falsos amigos. Por ello, presentamos una lista de es- tos términos denominados heterosemánticos, palabras muy semejantes en la grafía y en la pronunciación del portugués y del español, pero que poseen significados diferentes en cada lengua. Son conocidos como «falsos amigos». La arquitectura de la respuesta 3 El contenido gramatical de ese apartado es una adaptación de la Nueva Gramática de la Lengua Española, 2009; del Diccionario Panhispánico de Dudas, del 2005; y, del Manual de Español Urgente, 2008. 32Espanhol ESPAÑOL PORTUGUÉS PORTUGUÉS ESPAÑOL abono adubo abono gratificación abrigo sobretudo abrigo refugio aceitar lubrificar aceitar aceptar acordar(se) lembrar acordar despertar adobo tempero adubo abono agasajo acolhimento agasalho abrigo (ropa de) alargar alongar alargar ensanchar alejado afastado aleijado lisiado alias alcunha, apelido aliás además, por cierto aliñar temperar alinhar alinear alza subida alça tirante apagar desligar apagar borrar apellido sobrenome apelido apodo asignar atribuir assinar firmar asignatura disciplina, matéria assinatura firma aula sala de aula aula clase azar acaso azar mala suerte balcón varanda balcão mostrador balón bola balão globo 33 ESPAÑOL PORTUGUÉS PORTUGUÉS ESPAÑOL beca bolsa de estudo beca toga berro agrião berro grito billete nota bilhete entrada bolsa sacola bolsa cartera, bolso bolso bolsa bolso bolsillo borracha bêbada borracha goma borrar apagar borrar emborronar brincar pular, saltar brincar jugar brinco salto, pulo brinco pendiente, aro cacho pedaço cacho racimo cachorro filhote (mamífero) cachorro perro cadera anca, quadril cadeira silla calzada pista calçada acera, vereda cana cabelo branco cana caña cartón papelão cartão tarjeta cena jantar cena escena cerca perto cerca valla chulo bonito, proxeneta chulo vulgar, grosero coche carro coche carruaje La arquitectura de la respuesta 34Espanhol ESPAÑOL PORTUGUÉS PORTUGUÉS ESPAÑOL cola fila, rabo cola pegamento colar coar colar pegar comedor sala de jantar comedor comilón comisaría delegacia comissária azafata concertar combinar, marcar consertar arreglar copa taça copa despensa,vajilla copo floco copo vaso clavo prego cravo clavel crianza criação criança niño cueca dança cueca calzoncillo cuello pescoço coelho conejo dependiente balconista, vendedor dependente que depende de desechable descartável desejável deseable desenvolver desembrulhar desenvolver desarrollar despido demissão despido desnudo doce doze doce dulce embarazada grávida embaraçada avergonzada encuesta enquete encosta ladera escoba vassoura escova cepillo 35 ESPAÑOL PORTUGUÉS PORTUGUÉS ESPAÑOL escritorio escrivaninha escritório oficina esposas algemas esposas esposas experto especialista esperto ingenioso, astuto exquisito saboroso, delicioso esquisito raro fantasía imaginação fantasia disfraz faro farol faro olfato fechar datar fechar cerrar firma assinatura firma empresa flaco magro fraco débil, flojo frente testa frente delante funda fronha funda honda gallo galo galho rama garrafa garrafão, botilhão garrafa botella halagar elogiar alagar inundar hinchada torcida inchada dilatada, hinchada largo comprido largo ancho leyendas lendas legendas subtítulos lienzo tela lenço pañuelo lista pronta, esperta lista catálogo La arquitectura de la respuesta 36Espanhol ESPAÑOL PORTUGUÉS PORTUGUÉS ESPAÑOL mala má, ruim mala maleta neto líquido (peso) neto nieto niño menino ninho nido oficina escritório oficina taller oso urso osso hueso padre pai, padre padre cura, padre palco camarote palco escenario pareja casal parelha yunta de animales pasta massa pasta carpeta pegar bater pegar agarrar, tomar, bater pelo cabelo pelo por el pipa cachimbo pipa la cometa polvo pó, poeira polvo pulpo prestar emprestar prestar servir presunto suposto presunto jamón pronto rápido pronto listo puente ponte poente poniente rasgo traço (rosto) rasgo corte rato momento, instante rato ratón 37 ESPAÑOL PORTUGUÉS PORTUGUÉS ESPAÑOL reparar consertar reparar darse cuenta de rojo vermelho roxo morado rubio loiro ruivo pelirrojo salada salgada salada ensalada seta cogumelo seta flecha, saeta sitio lugar, página web sítio finca sobremesa tempo à mesa depois da refeição sobremesa postre sótano porão sótão desván suceso acontecimento sucesso êxito taller oficina talher cubierto tapa petisco, tampa tapa bofetada taza xícara taça copa tirar atirar, jogar tirar quitar todavía ainda todavia no obstante traído trazido traído traicionado trampa armadilha trampa excremento vaga preguiçosa vaga libre, plaza, vacante vaso copo vaso maceta zurdo canhoto surdo sordo La arquitectura de la respuesta 38Espanhol 4.2.2. Heterogenéricos Otro de los cuidados que se han de tener es con los heterogenéricos, vocablos que tienen forma semejante pero con variación de género entre el español y el portu- gués. A continuación aparece una lista con los más usuales: ESPAÑOL PORTUGUÉS ESPAÑOL PORTUGUÉS el aguardiente a aguardente la leche o leite la alarma o alarme la masacre o massacre el análisis a análise la miel o mel el árbol a árvore la nariz o nariz la cárcel o cárcere el origen a origem el cólico a cólica el puente a ponte el color a cor el ordena ordem la computadora o computador la radio o rádio la crema o creme la sal o sal el dolor a dor la samba o samba el énfasis a ênfase la sangre o sangue el equipo a equipe la señal o sinal el fraude a fraude el tequila a tequila 39 ESPANHOL4 PORTUGUÊS - Palabras terminadas en – aje (masculinas) - agem (femeninas) el viaje, el maquillaje, el paisaje a viagem, a maquiagem, a paisagem - Días de la semana (masculinas) (femeninas) el lunes, el martes, el miércoles a segunda-feira, a terça-feira, a quarta-feira - Las letras del alfabeto (femeninas) (masculinas) la a, la be, la ce, la de, ... o a, o bê, o ce, .... - Las palabras terminadas en – umbre (femeninas) - ume (masculinas) la costumbre, la legumbre, ... o costume, o legume, ... Práctica (Clave 1) Hay palabras en español que pueden ser de ambos géne- ros, intente unir cada oveja con su pareja: 1. La cura sacerdote 2. El cura todo hombre que trabaja en el cuer- po de policía 3. La policía hombre que trabaja como guía 4. El policía miembro de un consejo 5. La guía cantidad de dinero 6. El guía zona en la que se combate en una guerra 7. La vocal la enfermedad 8. El vocal manera de ordenar, clasificar, con- trario de desorden 9. La capital sustantivo de cortar 10. El capital bolso de señora 11. La frente sustantivo del verbo curar 12. El frente todo el cuerpo, la institución o mu- jer que trabaja en él 13. La cólera mujer que trabaja como guía o libro 14. El cólera letra, o miembro femenino de un consejo 15. La orden ciudad en la que está el Gobierno de un país 16. El orden parte de la cara La arquitectura de la respuesta 4 Presentamos las reglas generales siendo conscientes de que siempre hay alguna excepción que confirma la regla. 40Espanhol 17. La corte la rabia, el enfado 18. El corte sustantivo de ordenar, mandar, or- den militar o religiosa 19. El bolso personas próximas al rey 20. La bolsa lugar donde se efectúan la compra- venta de acciones; saco de papel o de plástico, o pequeña maleta de viaje. 4.2.3 Acentuación 4.2.3.1. Reglas generales de acentuación a. Polisílabos La acentuación gráfica de las palabras de más de una sílaba se atiene a las reglas siguientes: a.1. Las palabras agudas (aquellas cuya última sílaba es tónica: reLOJ, aVIÓN, iGLÚ ) llevan tilde cuando terminan en -n, en -s o en vocal: balón, compás, café, colibrí, bonsái; pero si terminan en -s precedida de otra consonante, se escriben sin tilde: zigzags, robots, tictacs. Tampoco llevan tilde las palabras agudas que terminan en -y, pues esta letra se considera con- sonante a efectos de acentuación: guirigay, virrey, convoy, estoy. a.2. Las palabras llanas o graves (aquellas cuya pe- núltima sílaba es tónica: LÁpiz, BLANco, carTEra) llevan tilde cuando no terminan en -n, en -s o en vocal: clímax, hábil, tándem. También se acentúan cuando terminan en -s pre- cedida de otra consonante: bíceps, cómics, fórceps; y cuan- do terminan en -y, pues esta letra se considera consonante a efectos de acentuación: póney, yóquey. a.3. Las palabras esdrújulas (aquellas cuya antepenúlti- ma sílaba es tónica: PÁjaro, esDRÚjulo, SÁbado ) y sobresdrúju- las (aquellas en las que es tónica alguna de las sílabas anterio- res a la antepenúltima: CÓmetelo, haBIÉNdosenos, LLÉvesemela. En español solo son sobresdrújulas las palabras compuestas de una forma verbal y dos o tres pronombres enclíticos ) siem- pre llevan tilde: cántaro, mecánica, cómetelo, llévesemelo. b. Monosílabos Las palabras de una sola sílaba no se acentúan nun- ca gráficamente, salvo en los casos de tilde diacrítica : mes, bien, fe, fui, pan, vio. Puesto que, dependiendo de distintos factores, una misma secuencia de vocales puede articularse como diptongo o como hiato, para saber si una palabra es o no monosílaba desde el punto de vista ortográfico, hay que tener en cuenta que algunas combinaciones vocálicas se consideran siempre diptongos a efectos de acentuación gráfica, sea cual sea su pronunciación. En concreto, toda combinación de vocal abierta (a, e, o) + vocal cerrada (i, u), o viceversa, siempre que la cerrada no sea tónica, así como la combinación de dos vocales cerradas distintas, han de considerarse diptongos desde el punto de vista ortográfico. Esta convención es una de las novedades introducidas en 41 la Ortografía académica de 1999. Por eso, algunas palabras que antes de esta fecha se consideraban bisílabas pasan aho- ra a ser consideradas monosílabas a efectos de acentuación gráfica, por contener alguna de las secuencias vocálicas antes señaladas, y, como consecuencia de ello, deben escribirse sin tilde. Estas palabras son formas verbales como crie, crio, criais, crieis (de criar); fie, fio, fiais, fieis (de fiar); flui, fluis (de fluir); frio, friais (de freír); frui, fruis (de fruir); guie, guio, guiais, guieis (de guiar); hui, huis (de huir); lie, lio, liais, lieis (de liar); pie, pio, piais, pieis (de piar); rio, riais (de reír); los sustantivos guion, ion, muon, pion, prion, ruan y truhan; y, entre los nombres propios, Ruan y Sion. No obstante, es admisible acentuar gráficamente estas palabras, por ser agudas acabadas en -n, -s o vocal, si quien es- cribe articula nítidamente como hiatos las secuencias vocáli- cas que contienen y, en consecuencia, las considera bisílabas: fié, huí, riáis, guión, truhán, etc. La pronunciación monosilábica es predominante en amplias zonas de Hispanoamérica, espe- cialmente en México y en el área centroamericana, mientras que en otros países americanos como la Argentina, el Ecua- dor, Colombia y Venezuela, al igual que en España, es mayori- taria la pronunciación bisilábica. 4.2.3.2. Reglas de acentuación de palabras con diptongos, hiatos y triptongos En la descripción de diptongos, hiatos y triptongos se utilizará la clasificación de las vocales en abiertas (a, e, o) y cerradas (i, u). a. Diptongos a.1. Diptongos ortográficos. A efectos de acentua- ción gráfica, se consideran diptongos las secuencias vocá- licas siguientes: i) Vocal abierta + vocal cerrada o, en orden inver- so, vocal cerrada + vocal abierta, siempre que la cerrada no sea tónica: amáis, peine, alcaloi- de, aplauso, Eugenio, estadounidense; suave, huevo, continuo, confiado, viento, canción. ii) Dos vocales cerradas distintas: huida, ciu- dad, jesuítico, veintiún, diurno, viudo. a.2. Acentuación de palabras con diptongo. Las pala- bras con diptongo se acentúan siguiendo las reglas genera- les de acentuación. Así, vio no lleva tilde por ser monosílaba; bonsái la lleva por ser aguda terminada en vocal, y huésped, por ser llana terminada en consonante distinta de -n o -s; su- perfluo, cuentan y viernes se escriben sin tilde por ser llanas terminadas en vocal, -n y -s, respectivamente; y cuáquero y lingüístico se tildan por ser esdrújulas. a.3. Colocación de la tilde en los diptongos: i) En los diptongos formados por una vocal abierta tónica y una cerrada átona, o vice- La arquitectura de la respuesta 42Espanhol versa, la tilde se coloca sobre la vocal abier- ta: adiós, después, marramáu, soñéis, inició, náutico, murciélago, Cáucaso. ii) En los diptongos formados por dos vocales cerradas, la tilde se coloca sobre la segunda vocal: acuífero, casuística, demiúrgico, interviú. b. Hiatos b.1. Hiatos ortográficos. A efectos de acentuación gráfica, se consideran hiatos las combinaciones vocálicas siguientes: i) Dos vocales iguales: afrikáans, albahaca, po- seer, dehesa, chiita, microondas, duunviro. ii) Dos vocales abiertas: anchoa, ahogo,teatro, aéreo, eólico, héroe. iii) Vocal cerrada tónica + vocal abierta átona o, en orden inverso, vocal abierta átona + vo- cal cerrada tónica: alegría, acentúa, insinúe, enfríe, río, búho; raíz, baúl, transeúnte, reír, oír. b.2. Acentuación de las palabras con hiato i) Las palabras con hiato formado por dos vocales iguales, o por dos vocales abier- tas distintas, siguen las reglas generales de acentuación. Así, creó y deán llevan tilde por ser agudas terminadas en vocal y en -n, res- pectivamente, mientras que poseer y peor, también agudas, no la llevan por terminar en consonante distinta de -n o -s; bóer y Sáez llevan tilde por ser llanas terminadas en consonante distinta de -n o -s, mientras que bacalao, chiita, vean y anchoas no la llevan por ser llanas terminadas en vocal, -n y -s, respectivamente; océano, coágulo y zoólogo se tildan por ser esdrújulas. ii) Las palabras con hiato formado por una vo- cal cerrada tónica y una vocal abierta átona, o por una vocal abierta átona y una cerrada tónica, siempre llevan tilde sobre la vocal ce- rrada, con independencia de que lo exijan o no las reglas generales de acentuación: ar- monía, grúa, insinúe, dúo, río, hematíe, laúd, caída, raíz, feúcho, cafeína, egoísmo, oír. La presencia de una hache intercalada no exi- me de la obligación de tildar la vocal tónica del hiato: búho, ahíto, prohíbe. c. Triptongos c.1. Triptongos ortográficos. Cualquier grupo de tres vocales formado por una vocal abierta situada entre dos voca- 43 les cerradas, siempre que ninguna de las vocales cerradas sea tónica, se considera un triptongo a efectos de acentuación gráfica: averiguáis, buey, Paraguay, vieira, confiáis, opioide. c.2. Acentuación de palabras con triptongo. Las pala- bras con triptongo siguen las reglas generales de acentuación. Así, lieis no lleva tilde por ser monosílaba (aunque pueda llevarla si se articula como bisílaba); continuéis y despreciáis la llevan por ser agudas terminadas en -s, mientras que biaural y Uruguay, que también son agudas, no se tildan por terminar en conso- nante distinta de -n o -s; tuáutem lleva tilde por ser llana termi- nada en consonante distinta de -n o -s, mientras que vieira y opioide no la llevan por ser llanas terminadas en vocal. c.3. Colocación de la tilde en los triptongos. La til- de va siempre sobre la vocal abierta: consensuéis, habituáis, tuáutem. 4.2.3.3. Tilde diacrítica Se llama tilde diacrítica al acento gráfico que per- mite distinguir palabras con idéntica forma, pero que per- tenecen a categorías gramaticales diferentes. En general, llevan tilde diacrítica las formas tónicas (las que se pronun- cian con acento prosódico o de intensidad) y no la llevan las formas átonas (las que carecen de acento prosódico o de intensidad dentro de la cadena hablada. Hay algunas excepciones, como es el caso de los nombres de las letras te y de y los de las notas musicales mi y si, que, siendo pa- labras tónicas, no llevan tilde (al igual que las respectivas formas átonas: la preposición de, el pronombre personal te, el adjetivo posesivo mi y la conjunción si); o la palabra más, que aunque tiende a pronunciarse átona cuando se usa con valor de adición o suma (dos más dos son cuatro) se escribe con tilde. En otras ocasiones, la tilde diacrítica tiene como función evitar dobles sentidos (anfibologías), como en el caso de los demostrativos este, ese y aquel o de la palabra solo. Salvo en estos dos últimos casos, la tilde diacrítica no distingue parejas de palabras de igual forma y que siempre son tónicas; así, di es forma del verbo decir y del verbo dar; fue y fui, son formas del verbo ir y del verbo ser; vino es forma del verbo venir y un sustantivo, etc. a. Tilde diacrítica en monosílabos Muchos de los usos de la tilde diacrítica en espa- ñol afectan a palabras de una sola sílaba: La arquitectura de la respuesta 44Espanhol Tilde Diacrítica en Monosílabos* de preposición: Hace barquitos de papel. sustantivo (‘letra’): Le bordó una de en el pañuelo. dé forma del verbo dar: Dé recuerdos a su hija de mi parte. el artículo: El problema está resuelto. él pronombre personal: Él se hace responsable. mas conjunción adversativa: Lo sabía, mas no dijo nada. más adverbio, adjetivo o pronombre: Tu coche es más rápido que el mío. Ponme más azúcar en el café. No quiero más. conjunción con valor de suma o adición: Tres más cuatro son siete. sustantivo (‘signo matemático’): En esta suma falta el más. mi adjetivo posesivo: Manuel es mi amigo. sustantivo (‘nota musical’): Empieza de nuevo en el mi. mí pronombre personal: Dámelo a mí. Me prometí a mí misma no volver a hacerlo. se pronombre, con distintos valores: Se lo compré ayer. José se mancha mucho. Se casaron por la iglesia. Se arrepiente de sus palabras. El barco se hundió en pocos minutos. Indicador de impersonalidad: Se duerme bien aquí. indicador de pasiva refleja: Se venden melocotones. sé forma del verbo ser o saber: Sé bueno y pórtate bien. Yo sé lo que ha pasado. 45 Tilde Diacrítica en Monosílabos* si conjunción, con distintos valores: Si llueve, te mojarás. Dime si lo hiciste. ¡Cómo voy a olvidarlo, si me lo has repetido veinte veces! Si será boba... ¡Si está lloviendo! sustantivo (‘nota musical’): Compuso una melodía en si mayor. sí adverbio de afirmación: Sí, estoy preparado. pronombre personal reflexivo: Vive encerrado en sí mismo. sustantivo (‘aprobación o asentimiento’): Tardó varios días en dar el sí al proyecto. te pronombre personal: Te agradezco que vengas. sustantivo (‘letra’): La te parece aquí una ele. té sustantivo (‘planta’ e ‘infusión’): Es dueño de una plantación de té. ¿Te apetece un té? tu posesivo: Dame tu dirección. tú pronombre personal: Tú ya me entiendes. * Se tratan fuera de este cuadro otras parejas de monosílabos afectadas por la tilde diacrítica, como qué/que, cuál/cual, cuán/cuan, quién/quien, porque forman serie con palabras polisílabas. También se trata aparte el caso del par aún/aun, puesto que esta palabra puede articularse como bisílaba o como monosílaba. Sobre el uso de la tilde en la conjunción o. b. Otros casos de tilde diacrítica b.1. Demostrativos. Los demostrativos este, ese y aquel, con sus femeninos y plurales, pueden ser pronombres (cuando ejercen funciones propias del sustantivo): Eligió este; Ese ganará; Quiero dos de aquellas; o adjetivos (cuando modi- fican al sustantivo): Esas actitudes nos preocupan; El jarrón este siempre está estorbando. Sea cual sea la función que desem- peñen, los demostrativos siempre son tónicos y pertenecen, por su forma, al grupo de palabras que deben escribirse sin tilde según las reglas de acentuación: todos, salvo aquel, son palabras llanas terminadas en vocal o en -s y aquel es agu- La arquitectura de la respuesta 46Espanhol da acabada en -l . Por lo tanto, solo cuando en una oración exista riesgo de ambigüedad porque el demostrativo pue- da interpretarse en una u otra de las funciones antes seña- ladas, el demostrativo llevará obligatoriamente tilde en su uso pronominal. Así, en una oración como la del ejemplo siguiente, únicamente la presencia o ausencia de la tilde en el demostrativo permite interpretar correctamente el enun- ciado: ¿Por qué compraron aquéllos libros usados? (aquéllos es el sujeto de la oración); ¿Por qué compraron aquellos li- bros usados? (el sujeto de esta oración no está expreso, y aquellos acompaña al sustantivo libros). Las formas neutras de los demostrativos, es decir, las palabras esto, eso y aquello, que solo pueden funcionar como pronombres, se escriben siempre sin tilde: Eso no es cierto; No entiendo esto. b.2. Interrogativos y exclamativos. Las palabras adónde, cómo, cuál, cuán, cuándo, cuánto, dónde, qué y quién, que tienenvalor interrogativo o exclamativo, son tó- nicas y llevan tilde diacrítica. Introducen enunciados direc- tamente interrogativos o exclamativos: ¿Adónde vamos?; ¡Cómo te has puesto!; ¡Qué suerte ha tenido!; ¿De quién ha sido la idea?; o bien oraciones interrogativas o exclamati- vas indirectas: Pregúntales dónde está el ayuntamiento; No tenían qué comer; Imagínate cómo habrá crecido que no lo reconocí; Verá usted qué frío hace fuera. Además, pueden funcionar como sustantivos: Se propuso averiguar el cómo, el cuándo y el dónde de aquellos sucesos. Estas mismas palabras son átonas —salvo cual, que es siempre tónico cuando va precedido de artículo— cuan- do funcionan como relativos o como conjunciones y, por consiguiente, se escriben sin tilde: El lugar adonde vamos te gustará; Quien mal anda, mal acaba; El que lo sepa que lo diga. b.3. sólo/solo. La palabra solo puede ser un adjetivo: No me gusta el café solo; Vive él solo en esa gran mansión; o un adverbio: Solo nos llovió dos días; Contesta solo sí o no. Se trata de una palabra llana terminada en vocal, por lo que, según las reglas generales de acentuación, no debe llevar tilde. Ahora bien, cuando esta palabra pueda interpretarse en un mismo enunciado como adverbio o como adjetivo, se puede utilizar la tilde en el uso adverbial para evitar am- bigüedades: Estaré solo un mes (al no llevar tilde, solo se in- terpreta como adjetivo: ‘en soledad, sin compañía’); Estaré sólo un mes (al llevar tilde, sólo se interpreta como adverbio: ‘solamente, únicamente’); también puede deshacerse la ambigüedad sustituyendo el adverbio solo por los sinóni- mos solamente o únicamente. b.4. aún/aun. Este adverbio oscila en su pronuncia- ción entre el hiato [a - ún] y el diptongo [aun], dependiendo de diferentes factores: su valor semántico, su situación dentro del enunciado, la mayor o menor rapidez o énfasis con que se emita, el origen geográfico del hablante, etc. Dado que no es posible establecer una correspondencia unívoca entre los usos 47 de esta palabra y sus formas monosílaba (con diptongo) o bisí- laba (con hiato), es preferible considerarla un caso más de tilde diacrítica. i) La palabra aún lleva tilde cuando puede sustituir- se por todavía (tanto con significado temporal como con valor ponderativo o intensivo) sin alte- rar el sentido de la frase: Aún la espera; Este mode- lo tiene aún más potencia; Tiene una biblioteca de más de cinco mil volúmenes y aún se queja de te- ner pocos libros; Aún si se notara en los resultados..., pero no creo que mejore; Ahora que he vuelto a ver la película, me parece aún más genial. ii) Cuando se utiliza con el mismo significado que has- ta, también, incluso (o siquiera, con la negación ni), se escribe sin tilde: Aprobaron todos, aun los que no estu- dian nunca; Puedes quejarte y aun negarte a venir, pero al final iremos; Ni aun de lejos se parece a su hermano. Cuando la palabra aun tiene sentido concesivo, tan- to en la locución conjuntiva aun cuando, como si va seguida de un adverbio o de un gerundio, se escribe también sin tilde: Aun cuando no lo pidas [= aunque no lo pidas], te lo darán; Me esmeraré, pero aun así [= aunque sea así], él no quedará satisfecho; Me referiré, aun brevemente [= aunque sea brevemente], a su obra divulgativa; Aun conociendo [= aunque conoce] sus limitaciones, decidió intentarlo. 4.2.3.4 Acentuación de palabras y expresiones compuestas a. Palabras compuestas sin guion Las palabras compuestas escritas sin guion entre sus formantes se pronuncian con un único acento pro- sódico (a excepción de los adverbios en -mente, que tie- nen dos. Este acento, que recae sobre la sílaba tónica del último elemento, es el que se tiene en cuenta a efectos de acentuación gráfica; por tanto, las palabras compues- tas se comportan como las palabras simples y siguen las reglas de acentuación, con independencia de cómo se acentúen gráficamente sus formantes por separado: die- ciséis (diez + y + seis) se escribe con tilde por ser palabra aguda terminada en -s; baloncesto (balón + cesto) no lleva tilde por ser palabra llana terminada en vocal; y vendehú- mos (vende + humos) sí la lleva para marcar el hiato de vocal abierta átona y cerrada tónica. b. Adverbios en -mente Los adverbios terminados en -mente se pronuncian, de forma natural y no enfática, con dos sílabas tónicas: la que corresponde al adjetivo del que derivan y la del ele- mento compositivo -mente (LENtaMENte). Estas palabras conservan la tilde, si la había, del adjetivo del que derivan: fácilmente (de fácil), rápidamente (de rápido); pero cordial- mente (de cordial), bruscamente (de brusco). La arquitectura de la respuesta 48Espanhol c. Formas verbales con pronombres enclíticos Los pronombres personales me, te, lo(s), la(s), le(s), se, nos, os son palabras átonas que se pronuncian necesaria- mente ligadas al verbo, con el que forman un grupo acen- tual: si preceden al verbo se llaman proclíticos; si lo siguen, enclíticos. Al contrario que los proclíticos, los pronombres enclíticos se escriben soldados al verbo: mírame, dilo, dá- selo (pero me miró, lo dijo, se lo di). Las formas verbales con enclíticos deben acentuarse gráficamente siguiendo las re- glas de acentuación; así, formas como estate, suponlo, deles se escriben ahora sin tilde por ser palabras llanas termina- das en vocal o en -s, mientras que déselo, léela, fíjate llevan tilde por ser esdrújulas, y oídme, salíos, reírte, por contener un hiato de vocal cerrada tónica y vocal abierta átona. Las formas del imperativo de segunda persona del singular propias del voseo siguen, igualmente, las reglas de acen- tuación; así, cuando se usan sin enclítico, llevan tilde por ser palabras agudas terminadas en vocal: pensá, comé, decí; cuando van seguidas de un solo enclítico, pierden la tilde al convertirse en llanas terminadas en vocal (decime, anda- te, ponelo) o en -s (avisanos, buscanos) y, si van seguidas de más de un enclítico, llevan tilde por tratarse de palabras esdrújulas: decímelo, ponételo. d. Palabras compuestas con guion Las palabras unidas entre sí mediante un guion, sean del tipo que sean y con independencia de cómo se pronuncien, siempre conservan la acentuación gráfica que corresponde a cada uno de los términos por separado: Sánchez-Cano, germano-soviético, teórico-práctico. e. Expresiones compuestas escritas en varias pa- labras En las expresiones formadas por palabras que se escriben separadamente, pero constituyen una unidad fó- nica y léxica, se conserva siempre la acentuación gráfica independiente de cada uno de sus componentes: i) Antropónimos compuestos. Los nombres pro- pios de persona que se combinan entre sí para formar un antropónimo compuesto se escriben normalmente separados y sin guion intermedio. Aunque en la pronunciación solo suele ser tónico el segundo nom-bre, ambos conservan su acen- tuación gráfica independiente: José Luis [joseluís], María José [mariajosé]. ii) Numerales formados por varias palabras. Con- servan la acentuación gráfica que corresponde a cada una de las palabras que los componen, con independencia de que, en su pronunciación, la primera de ellas sea normalmente átona: veinti- dós mil [beintidosmíl], cuarenta y seis [kuarentai- séis], vigésimo séptimo [bijesimoséptimo] (en los casos en que es posible escribir el numeral en 49 una o en dos palabras, como ocurre con los or- dinales correspondientes a la serie del veinte, el primer elemento pierde la tilde cuando el ordinal se escribe en una sola palabra: vigesimoséptimo. 4.2.3.5. Acentuación de voces y expresiones latinas a. Las voces y expresiones latinas utilizadas corriente- mente en español se someten a las reglas de acentuación: tedeum (sin tilde, por ser palabra aguda terminada en -m); quórum (con tilde,por ser palabra llana terminada en -m); há- beas corpus (hábeas lleva tilde por ser una palabra esdrújula, mientras que corpus no la lleva por ser llana terminada en -s). b. Las palabras latinas usadas en el nombre cientí- fico de las categorías taxonómicas de animales y plantas (especie, género, familia, etc.) se escriben siempre sin tilde, por tratarse de nomenclaturas de uso internacional: Rana sphenocephala, Quercus ilex, familia Pongidae. 4.2.3.6 Acentuación de palabras extranjeras a. Palabras extranjeras no adaptadas Los extranjerismos que conservan su grafía original y no han sido adaptados (razón por la cual se deben escribir en cursiva, en los textos impresos, o entre comillas, en la escritura manual), así como los nombres propios originarios de otras lenguas (que se escriben en redonda), no deben llevar ningún acento que no tengan en su idioma de procedencia, es decir, no se someten a las reglas de acentuación del español: disc- jockey, catering, gourmet, Wellington, Mompou, Düsseldorf. b. Palabras extranjeras adaptadas Las palabras de origen extranjero ya incorporadas al español o adaptadas completamente a su pronunciación y escritura, incluidos los nombres propios, deben someterse a las reglas de acentuación de nuestro idioma: béisbol, del ingl. baseball; bidé, del fr. bidet; Milán, del it. Milano; Icíar, del eusk. Itziar. Las transcripciones de palabras procedentes de lenguas que utilizan alfabetos no latinos, incluidos los nom- bres propios, se consideran adaptaciones y deben seguir, por tanto, las reglas de acentuación: glásnost, Tolstói, Taiwán. 4.2.3.7. Letra O Se suprime la tilde diacrítica en la conjunción disyun- tiva o escrita entre cifras. Hasta ahora se venía recomen- dando escribir con tilde la conjunción disyuntiva o cuando aparecía entre dos cifras, a fin de evitar que pudiera con- fundirse con el cero. Este uso de la tilde diacrítica no está justificado desde el punto de vista prosódico, puesto que La arquitectura de la respuesta 50Espanhol la conjunción o es átona (se pronuncia sin acento) y tampoco se justifica desde el punto de vista gráfico, ya que tanto en la escritura mecánica como en la manual los espacios en blanco a ambos lados de la conjunción y su diferente forma y menor altura que el cero evitan suficientemente que ambos signos puedan confundirse (1 o 2, frente a 102). Por lo tanto, a partir de este momento, la conjunción o se escribirá siempre sin til- de, como corresponde a su condición de palabra monosílaba átona, con independencia de que aparezca entre palabras, ci- fras o signos: ¿Quieres té o café?; Terminaré dentro de 3 o 4 días; Escriba los signos + o – en la casilla correspondiente. 4.2.3.8. Abreviatura Las abreviaturas mantienen la tilde en caso de in- cluir la vocal que la lleva en la palabra desarrollada: pág. por página, íd. por ídem, C.ía por compañía. 4.2.3.9. Acrónimo Solo los acrónimos que se han incorporado al léxi- co general y que, por tanto, se escriben con minúsculas, admiten su división con guion de final de línea y se so- meten a las reglas de acentuación gráfica en español: lá- / ser, ra- / dar. 4.2.3.10. Sigla Las siglas presentan normalmente en mayúscula to- das las letras que las componen (OCDE, DNI, ISO) y, en ese caso, no llevan nunca tilde; así, CIA (del ingl. Central Intelli- gence Agency) se escribe sin tilde, a pesar de pronunciarse [sía, zía], con un hiato que exigiría acentuar gráficamente la i. Las siglas que se pronuncian como se escriben, esto es, los acrónimos, se escriben solo con la inicial mayúscula si se trata de nombres propios y tienen más de cuatro letras: Unicef, Unesco; o con todas sus letras minúsculas, si se trata de nombres comunes: uci, ovni, sida. Los acrónimos que se escriben con minúsculas sí deben someterse a las reglas de acentuación gráfica: láser. 4.2.3.11. Símbolo No llevan nunca tilde, aunque mantengan la letra que la lleva en la palabra que representan: a (y no á) por área y ha (y no há) por hectárea. 4.2.3.12.Palabras que terminan en dos consonantes En estos casos habría que diferenciar las palabras agudas de las graves o llanas: 51 En el caso de las agudas, estas no deben llevar tilde si tienen una doble consonante. Ejemplos: Isbert, robots, tictacs. En el caso de las graves que tengan dos consonan- tes, deberán llevar tilde aunque terminen en -s. Ejemplos: bíceps, cómics. Práctica (Clave 2) + Coloque las tildes donde sean necesarias. “Soy Ines Suarez, vecina de la leal ciudad de San- tiago de la Nueva Extremadura, en el Reino de Chile, en el año 1580 de Nuestro Señor. De la fecha exacta de mi na- cimiento no estoy segura, pero, segun mi madre, naci des- pues de la hambruna y la tremenda pestilencia que asolo a España cuando murio Felipe el Hermoso. No creo que la muerte del rey provocara la peste, como decia la gente al ver pasar el cortejo funebre, que dejo flotando en el aire, durante dias, un olor a almendras amargas, pero nunca se sabe. La reina Juana, aun joven y bella, recorrio Castilla du- rante mas de dos años llevando de un lado a otro el catafal- co, que abria de vez en cuando para besar los labios de su marido, con la esperanza de que resucitara. A pesar de los ungüentos del embalsamador, el Hermoso hedia. Cuando yo vine al mundo, ya la infortunada reina, loca de atar, es- taba recluida en el palacio de Tordesillas con el cadaver de su consorte; eso significa que tengo por lo menos setenta inviernos entre pecho y espalda y que antes de la Navidad he de morir. Podria decir que una gitana a orillas del rio Jerte adivino la fecha de mi muerte, pero seria una de esas falsedades que suelen plasmarse en los libros y que por es- tar impresas parecen ciertas. La gitana solo me auguro una larga vida, lo que siempre dicen por una moneda. Es mi co- razon atolondrado el que me anuncia la proximidad del fin. La arquitectura de la respuesta 52Espanhol Siempre supe que moriria anciana, en paz y en mi cama, como todas las mujeres de mi familia; por eso no vacile en enfrentar muchos peligros, puesto que nadie se despacha al otro mundo antes del momento señalado. “Tu no estaras muriendo de viejita no mas, señoray”, me tranquilizaba Ca- talina, en su afable castellano del Peru, cuando el porfiado galope de caballos que sentia en el pecho me lanzaba al suelo. Se me ha olvidado el nombre quechua de Catalina y ya es tarde para preguntarselo –la enterre en el patio de mi casa hace muchos años-, pero tengo plena seguridad de que la precision y veracidad de sus profecias. Catalina entro en mi servicio en la antigua ciudad de Cuzco, joya de los incas, en la epoca de Francisco Pizarro, aquel corajudo bas- tardo que, segun dicen las lenguas sueltas, cuidaba cerdos en España y termino convertido en marques gobernador del Peru, agobiado por su ambicion y por multiples traicio- nes. Asi son las ironias de este mundo nuevo de las Indias, donde no rigen las leyes de la traicion y todo es revoltura: santos y pecadores, blancos, negros, pardos, indios, mesti- zos, nobles y gañanes. Cualquiera puede hallarse en cade- nas, marcado por un hierro al rojo, y que al dia siguiente la fortuna, con un reves, lo eleve. He vivido mas de cuarenta años en el Nuevo Mundo y todavia no me acostumbro al desorden, aunque yo misma me he beneficiado de el; si me hubiese quedado en mi pueblo natal, hoy seria una anciana pobre y ciega de tanto hacer encaje a la luz de un candil. Alla seria la Ines, costurera de la calle del Acueducto. Aqui soy doña Ines Suarez, señora muy principal, viuda del excelentisimo gobernador don Rodrigo de Quiroga, con- quistadora y fundadora del Reino de Chile. Por lo menos setenta años tengo, como dije, y bien vividos, pero mi alma y mi corazón, atrapados todavía en los resquicios de la juventud,
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