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Literaturas da Língua Espanhola: Prosa

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Autora: Profa. Sandra Regina Moreira
Colaboradora: Profa. Cielo Festino 
Literaturas da Língua 
Espanhola: Prosa
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Professora conteudista: Sandra Regina Moreira
Sandra Regina Moreira, brasileña – de São Paulo – desde que empezó el curso de Letras por la Universidade de 
São Paulo ha desarrollado una profunda pasión por la lengua española y por sus literaturas, especialmente. Esa pasión 
la llevó a hacer el mestrado sobre el Quijote, obra mayor de Miguel Cervantes y de las literaturas en Lengua Española. 
Paralelamente al mestrado, empezó a trabajar como profesora de lengua española en los cursos Español en el Campus 
ofrecidos por el Departamento de Letras Modernas de la USP y luego pasó a trabajar con cursos regulares en el Colégio 
Bandeirantes, en el año 2000. Un año más tarde tuvo la oportunidad de trabajar con el español en cursos superiores, 
en la Unifieo, Osasco. Durante ese tiempo, participó en varios congresos sobre la enseñanza de la lengua española y de 
sus literaturas, especialmente el Congresso de Hispanistas. En 2005, movida por su pasión por la cultura hispánica, fue 
a España a hacer un curso de doctorado llamado El Quijote y la Novela Moderna en la Universidad de Valladolid. Vivió 
durante un año en España – península – y después me cambió a las Islas Canarias, donde se estableció y donde nació 
su hija. En 2008, de regreso a Brasil, pasó a actuar como docente en el Colégio Visconde de Porto Seguro y en See Saw 
Panamby Bilingual School. Actualmente sigue en See Saw y estoy en el Colegio Dante Alighieri.
Además de su práctica como docente e investigadora – actualmente está preparando un proyecto para un nuevo 
doctorado en el area de Educación –, desarrolla paralelamente trabajos con traducción y producción de materiales 
didácticos para la Revista Newsweek – Newsweek Education Program –, y también junto a la EaD – UNIP. 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M838l Moreira, Sandra Regina.
Literaturas da língua espanhola: prosa. / Sandra Regina Moreira. 
– São Paulo: Editora Sol, 2016.
152 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXII, n. 2-095/16, ISSN 1517-9230.
1. Literatura. 2. Língua espanhola. 3. Prosa. I. Título.
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Amanda Casale
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Índice
Literaturas da Língua Espanhola: Prosa
PRESENTACIÓN .......................................................................................................................................................7
INTRODUCCIÓN ......................................................................................................................................................7
Unidad I
1 LA LITERATURA ESPAÑOLA: EL NACIMIENTO DE LA LENGUA Y 
LA LITERATURA MEDIEVAL .............................................................................................................................. 11
1.1 Primeros textos escritos en castellano ........................................................................................ 12
1.2 Literatura medieval .............................................................................................................................. 13
1.2.1 Arcipreste de Hita ................................................................................................................................... 14
1.2.2 Don Juan Manuel .................................................................................................................................... 16
1.2.3 La Celestina ............................................................................................................................................... 18
1.2.4 Los libros de caballerías ........................................................................................................................ 23
2 DE LOS SIGLOS DE ORO A LA DECADENCIA IMPERIAL .................................................................... 24
2.1 El Renacimiento .................................................................................................................................... 25
2.1.1 La picaresca: El Lazarillo de Tormes................................................................................................. 25
2.2 El Manierismo ........................................................................................................................................ 29
2.2.1 Miguel de Cervantes .............................................................................................................................. 30
2.3 El Barroco ................................................................................................................................................ 39
2.3.1 El Buscón de Francisco de Quevedo ................................................................................................ 40
2.3.2 Tirso de Molina: El Burlador de Sevilla ........................................................................................... 45
2.4 La ilustración y el influjo francés: Jovellanos y Moratín ...................................................... 49
3 DEL ROMANTICISMO A PRINCIPIOS DEL SIGLO XX ........................................................................... 52
3.1 El Romanticismo ................................................................................................................................... 52
3.1.1 José Zorrila y su Don Juan Tenorio .................................................................................................. 54
3.2 El Realismo: Pérez Galdós ................................................................................................................. 60
3.3 El Modernismo: Valle-Inclán ............................................................................................................ 64
3.4 La Generación del 98: Unamuno y Pío Baroja .......................................................................... 66
3.4.1 Miguel de Unamuno: creador de la “nivola” ............................................................................... 68
3.5 Novecentismo ........................................................................................................................................ 70
3.5.1 Valle-Inclán y el esperpento ...............................................................................................................71
3.5.2 Juan Ramón Jiménez ............................................................................................................................ 73
3.6 Ensayo y crítica: Menéndez y Pelayo, Ortega y Gasset y Menéndez Pidal ................... 74
4 DE LA GENERACIÓN DEL 27 A LA DEMOCRACIA................................................................................ 75
4.1 La Generación del 27 .......................................................................................................................... 75
4.2 La literatura del posguerra: Miguel Delibes y Camilo José Cela ........................................ 75
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4.2.1 Camilo José Cela...................................................................................................................................... 76
4.2.2 Miguel Delibes .......................................................................................................................................... 78
4.3 La España de la democracia ............................................................................................................. 78
Unidad II
5 CRÓNICAS DEL DESCUBRIMIENTO Y DE LA CONQUISTA ................................................................ 84
5.1 La Crónica del Descubrimiento ....................................................................................................... 85
5.2 La crónica de la conquista ................................................................................................................ 87
5.2.1 Hernán Cortés .......................................................................................................................................... 88
5.2.2 Bernal Díaz del Castillo ......................................................................................................................... 90
5.3 La cuestión humana: Cabeza de Vaca y Las Casas ................................................................. 92
5.3.1 El Padre Bartolomé de Las Casas ...................................................................................................... 93
5.4 Crónicas Reales: Inca Garcilaso ...................................................................................................... 94
6 EL BARROCO Y EL ILUMINISMO ................................................................................................................ 96
6.1 El Barroco: Sor Juana Inés de la Cruz .......................................................................................... 96
6.2 El Iluminismo: Andrés Bello ...........................................................................................................100
7 LAS INDEPENDENCIAS Y LA CONSTRUCCIÓN DE LA NACIÓN ....................................................101
7.1 La identidad nacional: el Romanticismo y Facundo ............................................................102
7.1.1 El Romanticismo ...................................................................................................................................102
7.2 El ensayo y la cuestión de la identidad hispanoamericana: Martí y Rodó .................106
7.3 Narrativa de cambio de siglos: Horacio Quiroga ...................................................................109
8 DE LAS VANGUARDIAS A LA LITERATURA CONTEMPORÁNEA ...................................................113
8.1 La vanguardia: Vicente Huidobro ................................................................................................113
8.2 Dos caminos literarios: Florida y Boedo ....................................................................................115
8.3 Octavio Paz y Mario Benedetti .....................................................................................................121
8.4 El “Boom”: Cortázar, Rulfo, García Márquez y Vargas Llosa .............................................124
8.4.1 Juan Rulfo: el ambiente adentro ................................................................................................... 125
8.4.2 Julio Cortázar: el fantástico cotidiano ........................................................................................ 126
8.4.3 García Márquez: vivimos todos en Macondo ........................................................................... 130
8.4.4 Mario Vargas Llosa .............................................................................................................................. 133
8.5 La cultura en las dictaduras: Saer y Piglia ...............................................................................138
8.6 La literatura y la cultura contemporáneas ...............................................................................140
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PRESENTACIÓN
Este curso tiene por objeto el estudio de la literatura en prosa producida en lengua española desde 
su formación, su desarrollo y sus relaciones con los más diversos períodos históricos, políticos y sociales. 
Uno de los objetivos de esta disciplina es llevar a que cada estudiante pueda reconocer a través del 
estudio y de la reflexión la importancia y las características de las literaturas en lengua española en su 
relación con la realidad a las que se conectan directamente.
Para ello, vas a desarrollar habilidades de comprensión e interpretación de textos literarios en español, 
a través del estudio de sus características específicas según el momento en que fueron producidos. 
También conocerás los principales autores, obras y momentos literarios de las literaturas en español.
Por último, el estudio de las literaturas en lengua española va a brindarte la oportunidad de descubrir 
usos nuevos de la lengua y de su enseñanza a través de la literatura.
INTRODUCCIÓN
En este curso que vamos a empezar, vamos a estudiar la producción en prosa de las Literaturas 
en Lengua Española a través de los períodos históricos, políticos y sociales, de forma que tú puedas 
entender su desarrollo y características. Vamos también a detenernos sobre la realidad que la literatura 
nos presenta en relación con nuestra vida diaria.
Pero antes de empezar a estudiar las literaturas de lengua española en prosa, creemos que vale la 
pena hacernos una pregunta: ¿por qué estudiar literatura? Si queremos estudiar, aprender, hablar y 
comprender la lengua española, ¿qué papel puede tener la literatura en esa lengua?
Para responder a esas cuestiones, debemos preguntarnos qué es una lengua, qué es eso que queremos 
normalmente aprender cuando ingresamos a un curso de Letras. Bueno, una manera de entender qué 
es una lengua es entenderla como manifestación cultural de un pueblo, tal vez la primordial, la más 
importante. Y eso porque es a través de ella que muchas veces un pueblo se reconoce, es a través de ella 
que las historias de ese pueblo son contadas, la gente se comunica.
Muy bien, ¿y la literatura?
La literatura es una de esas manifestaciones culturales de un pueblo a través de su lengua. Estudiando 
la literatura, conocemos un poco más y mejor a ese pueblo que habla el idioma que queremos aprender, 
lo que es fundamental, ya que, al fin al cabo, la lengua es algo vivo en la gente que la utiliza, la lengua 
no existe sin sus hablantes o será lengua muerta. Además, en la literatura encontramos registros escritos 
de la lengua, podemos conocer un poco de su historia – cómo surgió, cómo se desarrolló – y hasta 
imaginar cómo será en el futuro.
Por otra parte, tenemos el aspecto artístico de la literatura. Los escritores, en sus poemas, 
novelas, cuentos, obras teatrales, buscan lo que hay de más bello, más original o más sorprendente 
en la lengua, haciéndonos sus cómplices. Con la obra literarianos emocionamos, reímos, pensamos, 
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sentimos miedo, compasión, curiosidad. Con la literatura, pasamos a vivir una lengua junto a todos 
sus hablantes, nativos o no.
Cuando nos deparamos para estudiar las Literaturas de Lengua Española, sabemos que hay que 
tomar bastante cuidado para delimitar nuestro objeto de estudio. Normalmente lo que entendemos 
por Literatura en lengua española es la literatura producida en la Península Ibérica escrita en español, o 
castellano, y es a eso que volvemos nuestra atención.
Dejamos de lado así las literaturas producidas en la Península en otras lenguas – no sólo la Literatura 
Portuguesa, como sería obvio, como también las literaturas producidas en España pero en otros idiomas, 
como el gallego, el catalán y el euskera (vascuence) – bien como las obras escritas en español fuera de 
España y de la Península Ibérica, con excepción de obras que influyen directamente en la Literatura 
Española peninsular, como es el caso de la obra de Rubén Darío, escrita mayormente en América, donde 
nació y vivió la mayor parte de su vida el escritor nicaragüense.
Una última pregunta que quizás te estés haciendo es sobre el género literario – prosa – que vamos 
a estudiar. ¿Qué tipos de textos estudiaremos en este momento? ¿Cómo podemos separar la prosa de la 
poesía o del teatro?
Los géneros literarios
El concepto de género se ha ido conformando históricamente. Se entiende por género un conjunto 
de constantes retóricas y semióticas que identifican y permiten clasificar los textos literarios. Los géneros 
literarios son los distintos grupos o categorías en que podemos clasificar las obras literarias atendiendo 
a su contenido.
Al estudiar las obras literarias individualmente, el concepto de “género” se hace imprescindible, pero 
la definición de los géneros literarios ha resultado complicada desde la Antigüedad. Según dice Boris 
Tomachevski (2002), es imposible llegarse a una clasificación lógica y duradera, y propone:
[…] adoptar una actitud descriptiva en el estudio de los géneros; reemplazar la 
clasificación lógica por una pragmática y utilitaria que tenga en cuenta sólo 
la distribución del material dentro de los marcos definidos. La clasificación 
de los géneros es compleja: las obras se distribuyen en vastas clases que, a 
su vez, se diferencian en tipos y especies (TOMASHEVSKI; 2002, p. 115-126).
Así, un género es una abstracción que se efectúa a partir de una serie de obras que caen dentro de 
cierto funcionamiento.
La teoría clásica y clasicista, que se basa en las diferentes formas de mimesis o imitación, nace 
prácticamente con la Poética de Aristóteles (2003), en la que se diferencian tres géneros en función del 
tipo de expresión, o sea, distingue entre género épico (narrativa), género trágico (teatro) y género lírico 
(poesía). Hoy se mantiene básicamente la misma clasificación con distintos nombres (narrativa, poesía y 
teatro), pero la evolución de los gustos y modas estéticas ha provocado que en muchos textos modernos 
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resulte difícil fijar rígidamente los límites entre lo puramente lírico, lo narrativo o lo dramático. Por otro 
lado, durante siglos la forma de clasificar los géneros ha ido cambiando y todavía no hay un consenso 
entre los diversos críticos de literatura.
Podemos resaltar, a modo de ejemplo, a Frye (1991), quien propone clasificar los géneros según el 
auditorio que deberían tener, y distingue entre el drama (obras representadas), la poesía lírica (obras 
cantadas), la poesía épica (obras recitadas) y la prosa (obras leídas).
Delante de la extensa historia literaria, para nuestro estudio, trataremos una división de géneros más 
próxima a la aristotélica, o sea:
Género lírico: los textos líricos expresan el mundo subjetivo del autor, sus emociones y sentimientos, 
o una profunda reflexión. Suele escribirse en verso pero también se utiliza la prosa.
Género épico: relata sucesos que le han ocurrido al protagonista y es de carácter más objetivo 
objetivo. Su forma de expresión ha sido durante mucho tiempo el verso, pero ahora se utiliza la prosa.
Género dramático: obras escritas en forma de diálogo y destinadas a la representación. En ellas el 
autor plantea conflictos diversos. Pueden estar escritas en verso o en prosa.
Naturalmente, dentro de cada uno de estos géneros también vas a encontrar subgéneros. Dentro del 
género épico – que es el que nos interesa en este estudio, los principales subgéneros son:
• el cuento: es una narración breve de un suceso imaginario y con argumento muy sencillo. 
Aparecen en él un reducido número de personajes que participan en una sola acción con un solo 
foco temático. Aunque tradicionalmente poseía una intención moralizante, hoy su finalidad suele 
ser provocar en el lector una respuesta emocional;
— el apólogo: es un relato breve de finalidad didáctico-moral;
— la leyenda: es una narración breve basada en un relato tradicional de carácter misterioso, 
sobrenatural o terrorífico.
— la novela: es una narración más extensa y su auge en los siglos XIX y XX ha sido tal, y sus 
variantes tan dispares, que resulta difícil una definición rigurosa. Suele entenderse por novela 
una narración extensa en prosa, con personajes y situaciones reales o ficticios, que implica un 
conflicto y su desarrollo que se resuelve de una manera positiva o negativa. Es un relato largo, 
aunque de extensión variable, con un argumento mucho más desarrollado que el del cuento. 
Y, a diferencia de lo que sucede con el cuento, al lector le importa no sólo lo que ocurre a los 
personajes, sino también lo que piensan y sienten, cómo evolucionan espiritualmente y cómo 
influye en ellos la sociedad donde viven. Su estructura es muy variable y puedes leer diversos 
tipos de novelas: realista, histórica, picaresca, intelectual, psicológica, policíaca, de terror, de 
ciencia-ficción, gótica, rosa, sentimental, pastoril, de caballerías, etc.
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Otros tipos de textos en prosa de los que trataremos son la oratoria (de carácter oral, su objetivo 
es convencer a un cierto público), la historia (tiene por objetivo contar hechos reales de forma más 
objetiva), el ensayo (consiste en la exposición de un tema científico, filosófico, artístico, político, 
literario, religioso, etc., con carácter general, en otras palabras, sin que el lector necesite tener 
conocimientos especiales para comprenderlo) y la crítica (analiza y valora las obras o las acciones 
realizadas por otras personas).
Para este curso, vamos a empezar, en la primera unidad, por el estudio de la literatura española 
en prosa desde sus primeras manifestaciones hasta la literatura de posguerra. En la segunda unidad 
pasaremos a trabajar con la literatura hispanoamericana en prosa desde la conquista del Nuevo Mundo 
por los soldados españoles, pasando por el período colonial y la independencia de las antiguas colonias 
españolas en América hasta llegar a la producción literaria contemporánea.
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LITERATURAS DA LÍNGUA ESPANHOLA: PROSA
Unidad I
1 LA LITERATURA ESPAÑOLA: EL NACIMIENTO DE LA LENGUA Y LA 
LITERATURA MEDIEVAL
Antes del año 200 a.C. vivían en la Península Ibérica pueblos divididos en varias tribus y que se suelen 
clasificar como iberos y celtiberos, en su mayoría. Además de esos pueblos pasaron por la península 
fenicios, griegos y cartagineses, pero sólo a partir de 200 a.C. un pueblo “extranjero” se estableceefectivamente en la península: los romanos.
El Imperio Romano se establece en la península, la divide en provincias e impone a los pueblos 
locales sus leyes, sus costumbres y, lo más importante para nosotros, su lengua: a partir de entonces en 
Hispania – nombre que los romanos dieron al lugar – se habla latín. Por supuesto que la lengua latina 
no se impuso del día a la noche, pero poco a poco llegó a toda la península.
A partir del siglo V, como ocurre en otras partes de Europa, el Imperio Romano empieza a perder 
poder y a fragmentarse con las invasiones bárbaras. Es lo que pasa en las provincias hispánicas del 
imperio, con la caída del poder romano y constitución de reinos visigodos y suevos, pueblos bárbaros 
del norte y este de Europa. Además, en el año 711 (siglo VIII) la península es invadida y en buena parte 
conquistada por árabes musulmanes provenientes del norte de África. Aquí hacemos una pausa ya que 
de lengua no hemos hablado casi nada. Pues vamos a ella.
Vimos que los romanos al expandir su imperio llevaban a todas partes su lengua, el latín. Por eso es 
que a partir del latín se formaron muchas de las lenguas modernas europeas: el español, el portugués, el 
francés, el italiano, el catalán… Pero, ¿por qué a partir de una sola lengua – el latín – surgieron tantos y 
tan diferentes idiomas, aunque parecidos entre sí? Para eso hay varias explicaciones.
En primer lugar, los romanos no conquistaron a casi toda Europa de una sola vez, este proceso 
tardó siglos. Así, como la lengua evoluciona y cambia siempre, el latín hablado por los romanos cuando 
empezaron la conquista de Italia es bastante diferente del latín hablado cuando de las conquistas de las 
diferentes partes de la Galia (Francia actual) o de la Hispania (Portugal y España actuales).
En segundo lugar, a cada sitio a que llegaban los romanos se encontraban con pueblos diferentes 
que ya tenían su lengua propia, como los iberos en Hispania o los gauleses de las historietas de Asterix 
en Galia. Así, el latín ya se modificaba un poco con la influencia de las lenguas y de los hablantes locales. 
Por último, aun después de establecido el latín sigue recibiendo influencias de otras lenguas, que no son 
iguales en todas partes.
Volviendo a la Península Ibérica, la situación lingüística entre los siglos IX y X es más o menos la 
siguiente: en el sur y centro de la península, por la presencia de los moros (árabes musulmanes), se habla 
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Unidad I
árabe o una variación suya, el mozárabe, que mezcla influencias del latín, y en el norte los últimos reinos 
visigodos, ya cristianizados y en gran parte asimilados a la cultura románica preexistente, hablan varias 
formas de un latín ya bastante corrompido y modificado por las razones que vimos anteriormente.
1.1 Primeros textos escritos en castellano
La lengua latina hablada en la Península Ibérica, aunque conservara una cierta “pureza” en su forma 
escrita, ya se había modificado mucho en su forma oral y se dividía en cinco grandes grupos en el norte 
de la región. En la parte más oriental empieza a surgir el galaico-portugués, que posteriormente se 
dividirá en dos lenguas, el gallego y el portugués, ambas vivas y habladas hasta hoy.
En dirección al naciente, encontramos el asturiano-leonés, virtualmente desaparecido, especialmente 
en la forma escrita, absorbido por el tercer grupo, el castellano, hablado a principio en una pequeña 
región del centro-norte de la península, pero que se va a expandir enormemente, convirtiéndose en la 
lengua más hablada del territorio ibérico actualmente.
Hacia el este, tenemos el navarro-aragonés, también desaparecido actualmente, absorbido por el 
castellano, y en el extremo occidental el catalán, que sigue vivo y fuerte en los días de hoy. Además de 
esas lenguas, todas llamadas romances o neolatinas, por tener como base el latín, se habla aún hoy en 
día en la Península Ibérica el euskera o vascuence, lengua del pueblo vasco, que ya vivía en la península 
antes de la llegada de los romanos. Así, el vascuence no es una lengua romance o neolatina, ya que ella 
preexiste al latín y es de muy difícil comprensión para nosotros que hablamos español o portugués.
 Observación
El idioma euskera es de origen desconocida y su forma difiere en mucho 
a las lenguas latinas. La afirmación “El euskera es una lengua muy antigua” 
se dice así:
Euskara antzinako hizkuntza bat da.
Con todo eso volvemos a nuestra pregunta anterior: ¿qué es la Literatura Española? Como el 
castellano creció enormemente en la Península Ibérica, absorbiendo otras lenguas y convirtiéndose en la 
lengua principal de la nación que se creó a partir de fines de la Edad Media, España, hoy en día, cuando 
hablamos de idiomas, solemos considerar como lo mismo “castellano” o “español”.
De ese modo, lo que vamos a estudiar en este curso es la Literatura Española entendida como la 
literatura en prosa en lengua española o en lengua castellana. De todas maneras, si habláramos de 
Literatura de España, tendríamos que llevar en cuenta las obras escritas en gallego, catalán y en euskera, 
y a lo mejor lo más adecuado sería hablar, usando el plural, en Literaturas de España.
En la Literatura Española como la definimos, o sea, la literatura en lengua castellana, los primeros 
registros, en el siglo X, son de glosarios, de los cuales los más importantes son las Glosas Emilianenses 
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LITERATURAS DA LÍNGUA ESPANHOLA: PROSA
y las Glosas Silenses. Los nombres se deben a que se produjeron en los monasterios de San Millán de 
la Cogolla y de Santo Domingo de Silos, respectivamente. Los glosarios no eran más que anotaciones 
hechas en lengua romance – castellano – en documentos y obras de la iglesia.
Así, en las márgenes, al pie de página o entre las líneas algunos monjes hacían apuntes con el 
objetivo de dejar más clara la comprensión del texto en latín, “poniendo las frases en orden”, ya que el 
latín no tenía propiamente un orden directo, como sujeto – verbo – complemento, lo que dejaba a veces 
su lectura y entendimiento bastante difícil, y traduciendo términos más oscuros.
Este trabajo, se supone, sirvió para que los textos religiosos pudieran transmitirse de manera más 
clara entre religiosos y a los creyentes, ya que especialmente estos ya hablaban en lengua romance y no 
comprendían bien textos complejos escritos en latín clásico o eclesiástico.
Más o menos de la misma época que se conservan los más antiguos glosarios en castellano, es 
decir, alrededor del siglo X, tenemos los más antiguos diplomas en lengua romance. Los diplomas, 
diferentemente del significado que le damos hoy, como certificados de conclusión de un curso, se 
consideran en el estudio de la literatura medieval como cualquier documento escrito en castellano: de 
documentos notariales – contratos, registros de inmuebles, testamentos – a listas diversas como la de 
un despensero de un convento.
Esos documentos son importantes para el conocimiento de la historia del idioma, ya que nos 
muestran sus inicios, sus primeros registros. Aunque nos parezca raro considerar anotaciones a pie de 
página y una lista con material de cocina de una iglesia como literatura, es posible y útil que lo hagamos, 
puesto que una de las definiciones más primarias de literatura es como “cosa escrita”, independiente de 
su valor artístico o estético, y tales obras nos muestra una lengua naciendo y empezando su expansión, 
de un registro oral entre la gente a tímidas intromisiones en lo que se consideraba la lengua culta 
de la época, el latín. Sin eso, nadie se animaría después a componer en castellano las obras de real e 
incontestable valor artístico.1.2 Literatura medieval
Ya en lo que podemos considerar más propiamente como textos literarios, del punto de vista artístico, 
tenemos entre los siglos XI y XII las jarchas. Las jarchas son pequeñas estrofas (estribillos o codas). Entre los 
siglos X y XIV surge en Castilla la primera forma literaria artística propiamente castellana, en el sentido en 
que se integra a su pueblo y a su lengua por completo. Eso es importante porque, como vimos a principios 
de este libro, conocer la literatura de un pueblo es también conocer un poco más de su lengua y de su alma.
Así, el castellano medieval – pueblo y lengua – se dan a conocer más y mejor a través de una 
forma de poesía épica: los Cantares de Gesta. Este tipo de poema épico cuenta, en líneas generales, la 
trayectoria dramática de un héroe que sufre injusticias, penas o fracasos terribles y, después de realizar 
una serie de hechos con bravura y sabiduría, triunfa. Entre los cantares de gesta el que más destaca es 
el Cantar de Mio Cid, considerado la obra más importante de ese período. Sin embargo, dejaremos las 
jarchas y los cantares de gesta para cuando tratemos de la poesía en castellano y seguimos nuestro 
trabajo con la producción en prosa castellana.
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1.2.1 Arcipreste de Hita
El siglo XIII en España está marcado por el reinado de Alfonso X, rey importante no sólo en la esfera 
política sino en la cultural. Se consideran de su autoría obras de diversos tipos: tratados científicos 
(astrología, astronomía, magia), legales y jurídicos, obras historiográficas (Estoria de España, General 
Estoria), composiciones poéticas, líricas y narrativas, y cantigas religiosas.
La verdad es que no se sabe al cierto cuáles obras de hecho las escribió personalmente el rey, pero 
de todos modos es incuestionable su importancia en el florecimiento de las artes, de las ciencias y de la 
literatura en el período. En un fragmento de su General Estoria, se puede leer:
[…] el rey faze un libro, non por quel el escriua con sus manos, mas porque 
compone las razones del, e las emienda et yegua e enderesça, e muestra 
la manera de como se deuen fazer, e desi escriue las qui el manda, pero 
dezimos por esta razón que el rey faze el libro (SOLALINDE; 1915, p. 286).
En el Libro de la Ochaua Espera, sobre el uso del castellano, encontramos este fragmento:
Et después lo endrecó, et lo mandó componer este rey sobredicho et tollo 
las razones que entendió eran soueianas, et dobladas et que non eran en 
castellano drecho, et puso las otras que entendió que complian, et quanto 
en el lenguage endreçólo él por sise (RICO Y SINOBAS; 1867, p. 7).
La expresión “castellano drecho”, utilizada en el texto se entiende como lengua romance en contraste 
con el latín o el árabe y no como la lengua castellana, en oposición a las muchasvigentes en ese tiempo, 
como el aragonés, el leonés, etc.
Tras la muerte de Alfonso X, Castilla entra en cierto período de crisis política, lo que parece prenunciar 
también la crisis del pensamiento político y cultural de la Edad Media. Los últimos grandes representantes 
de esta cultura que podríamos considerar como plenamente medieval vienen de los dos segmentos que 
detienen la cultura clásica y erudita en el período: la Iglesia y la Aristocracia.
Del seno de la Iglesia surge en el siglo XIV la figura del Arcipreste de Hita. La verdad es que arcipreste 
es un título de la Iglesia correspondiente al principal de los presbíteros de una determinada región e 
Hita es la parroquia donde actuaba. El Arcipreste de Hita de quien hablamos aquí fue probablemente 
un hombre llamado Juan Ruiz. Hay poquísimos documentos que nos pueden hoy en día aclarar algo 
de su vida: se supone que nació alrededor de 1282 y que murió antes de 1351. Lo más importante, sin 
embargo, es la obra que nos ha dejado: el Libro de Buen Amor.
Esta obra está sin duda entre las más originales de su tiempo y de la Literatura Española por la cantidad 
que influencias y referencias que sabe mezclar, aportando rasgos de la cultura clásica greco-latina, de 
los Cantares de Gesta, del Mester de Clerecía, de la literatura en prosa y en verso. En su único libro el 
Arcipreste de Hita nos presenta aun elementos de las fábulas orientales y de la literatura árabe.
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Con todo ese caudal de influencias sería de suponerse que le pudiera faltar originalidad y frescor a 
la obra de Juan Ruiz. Todo lo contrario. Mientras hasta este momento lo que vimos en la literatura son 
expresiones de una cultura o popular o extranjera o religiosa trasladada a las letras cultas, en el Libro de 
Buen Amor tenemos lo que se puede considerar por primera vez en España como una manifestación de 
individualismo artístico y literario. Eso nos hace considerar a Juan Ruiz también, desde el punto de vista 
cultural, como un hombre entre dos eras.
A partir de los siglos XIV y XV va perdiendo fuerza poco a poco el sentido de colectivismo bajo la 
regencia del Dios omnipotente en la vida de los hombres y surgen las ideas del Renacimiento, con su 
antropocentrismo y énfasis en lo individual como marca humana.
¿Pero de qué trata y cómo se compone el Libro de Buen Amor? Sobre su tema, en líneas generales, 
lo que leemos es una narración de carácter autobiográfico en la que el protagonista nos cuenta sobre 
los sufrimientos y desilusiones en sus pretensiones amorosas en tono a veces serio y solemne, muchas 
veces de manera jocosa y humorística.
Aparte de este resumen bastante sencillo, la realidad es que el libro no es precisamente una obra de 
lectura fácil por su estructura, ya que en ella aparecen partes escritas en prosa (la introducción) y en 
verso. Los versos siguen diversos modelos de la tradición, como la cuaderna vía, el verso popular, la copla 
y la cantiga, mientras en prosa encontramos ejemplos, fábulas de carácter oriental, diálogos, sermones 
y discusiones y explanaciones sobre obras de otros autores, incluso clásicos como Ovidio. Además, entre 
tantos temas y formas, muchas veces otros personajes, que no el Arcipreste de Hita, asumen la condición 
de protagonista de la historia. Destacamos a seguir un fragmento de la introducción del Libro de Buen 
Amor en prosa, en el que se mezcla el castellano y el latín siempre que el autor se refiere a palabras y 
enseñanzas de profetas y de la literatura religiosa:
Intellectum tibi dabo, et instruam te in via hac, qua gradieris: firmabo 
super te oculos meos.
El profeta David, por Espíritu Santo fablando, a cada uno de nos diçe en 
el psalmo triçésimo primo del verso deçeno, que es el que primero suso 
escrebí. En el qual verso entiendo yo tres cosas, las quales diçen algunos 
doctores filósofos que son en el alma et propriamente suyas, que son éstas: 
entendimiento, voluntad, et memoria. Las quales digo, si buenas son, que 
trahen al alma consolaçión, e aluengan la vida al cuerpo, et danle honra con 
pro e bona fama: ca por el buen entendimiento entiende hombre el bien, 
et sabe d’ello el mal. Et por ende una de las petiçiones que demandó David 
a Dios, porque sopiese la su Ley, fuer ésta: Da mihi intellectum, etc. Ca el 
home entendiendo el bien, avrá de Dios temor; el qual es comienço de toda 
sabiduría, de que dise el dicho profeta: Initium Sapientiae timor Domini. Ca 
luego es el buen entendimiento en los que temen a Dios, et por ende sigue 
la raçón el dicho David en otro logar, en que dise: Intellectus bonus omnibus 
facientibus eum, etc. Otrosí dise Salomón en el libro de la Sapiençia: Qui 
timet Dominum, façiet bona. Et esto se entiende en la primera raçón del 
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verso, que yo començé en lo que dise: Intellectum tibi dabo; et desque está 
informada et instruida el alma que se ha de salvar en el cuerpo limpio, e 
piensa, e ama, e desea omen el buen amor de Dios, e sus mandamientos: et 
esto a tal, dise el dicho profeta: Et meditabar in mandatis tuis quae dilexi: et 
otro si desecha, et aborresçe el alma el pecado del amor loco d’este mundo 
(HITE, 1995, p. 37-38).
De todas maneras, de este conjunto aparentemente caótico, una lectura atenta encontrará una obra 
coherente, de un carácter novelesco que se puede considerar una novedad en la Literatura Española. 
Encontrará también el valor estético y literario que pone al Arcipreste de Hita entre uno de los primeros 
grandes escritores españoles.
1.2.2 Don Juan Manuel
Si en el período que corresponde a los últimos siglos de la época medieval, el Arcipreste de Hita 
representa a una de las dos clases instruidas y letradas, la Iglesia, la otra, la Aristocracia, viene representada 
por el infante don Juan Manuel.
Contemporáneo del arcipreste, nació en 1282 y murió en 1348. Como hijo del infante don Manuel, 
hermano menor de Alfonso X, era representante de la alta nobleza castellana y participó activamente 
de la política de su época. Sin embargo, más allá de su importancia histórica como noble y político, es 
como escritor que su figura nos interesa.
Don Juan Manuel escribió diversos libros, de los cuales muchos ya no se conservan, como el Libro 
de la Cavallería o el Libro de las Cantigas. De los que se conservan hasta hoy en día, podemos ver en 
don Juan Manuel un escritor de obras básicamente didácticas, bien como tratados sobre diversos temas 
(Libro de la Caza; Libro de de las Armas), incluso religiosos (Tratado de la Asunción de la Virgen María); 
bien como libros en que el didactismo se presenta en narrativas en prosa, como el Libro de los Estados y 
El Conde Lucanor, su principal obra.
El Conde Lucanor no es una obra que se destaca especialmente por su didactismo, ya que esa es 
una característica común de gran parte de la producción literaria de la Edad Media. Lo que pone de 
relieve esta obra de don Juan Manuel es, en realidad, el estilo de su escritura, que representa un paso 
más allá en la evolución y consolidación de la literatura en lengua castellana. El libro se divide en cinco 
partes, más o menos independientes: la última la llamamos “Tratado de doctrina”; las partes II, III y IV, 
“Libro de los proverbios”; y la primera, “Libro de los exemplos”.
Aunque el libro presente en cada una de sus cinco partes características distintas, incluso con otras 
subdivisiones, la obra también muestra características que le dan una cohesión fuera de dudas: es un 
libro que se escribe todo en prosa y en ella hay un diálogo entre un noble importante, un “grand señor”, 
el conde Lucanor, y su consejero, Patronio.
Vamos a ver ahora con más detalle la parte más interesante de la obra, el “Libro de los ejemplos 
del conde Lucanor et Patronio”. Lo que leemos aquí es una narrativa dividida en 50 episodios 
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independientes (que podríamos llamar cuentos), pero con una unidad fundamental ya que en todos 
ellos la misma situación se repite: el conde le presenta a Patronio una situación cualquiera y le pide 
consejos de cómo proceder.
A partir de ahí, para cada situación el consejero cuenta una historia de la cual el autor saca una 
moraleja. Para entender mejor esta estructura del libro, vamos a un ejemplo. E el cuento VII, “Lo que 
sucedió a una mujer llamada doña Truhana”, el conde Lucanor le da la siguiente noticia a Patronio:
— Patronio, un hombre me ha aconsejado que haga una cosa, y aun me 
ha dicho cómo podría hacerla, y os aseguro que es tan ventajosa que, 
si Dios quisiera que saliera como él dijo, me convendría mucho, pues 
los beneficios se encadenan unos con otros de tal manera que al fin 
son muy grandes (DON JUAN MANUEL, 1996, p. 42).
Al oír tal relato, Patronio le dice al conde que es prudente atenerse a la realidad y no a lo que 
imaginamos. Para ejemplificar el consejo, le cuenta la historia de una tal doña Truhana. Esta mujer, 
según el cuento del consejero, era una persona “más pobre que rica” que llevaba al mercado una olla de 
miel para vender.
En el camino, pensaba que con el dinero que ganaría por la miel se compraría unos huevos, que 
le darían gallinas que, vendidas, le darían dinero para comprar ovejas y así por delante, hasta que se 
convirtiera en una mujer rica, que podría conseguir buenos casamientos para sus hijos e hijas.
Tan distraída iba con sus pensamientos de riqueza y prosperidad, que se distrajo, tropezó y dejó caer 
la olla al suelo. Al ver la olla rota, empezó a lamentarse por todo lo que había perdido en su imaginación 
y Patronio termina la historia aconsejándole al conde que se fíe en las cosas reales, seguras y ciertas y 
no en las fantásticas, dudosas y vanas.
Como en todos los cuentos del libro, podemos ver aquí un doble movimiento. Patronio usa el 
didactismo del ejemplo para aconsejar al conde Lucanor, mientras el autor/narrador del libro usa la 
misma situación con el mismo propósito didáctico con relación a su público lector. Eso se puede ver 
claramente por la forma como finaliza el cuento:
Al conde agradó mucho lo que dijo Patronio, hízolo así y le salió muy bien. 
Y como don Juan gustó de este ejemplo, lo mandó poner en este libro y 
escribió estos versos:
“En las cosas ciertas confiad 
y las fantásticas evitad.”
(DON JUAN MANUEL, 1996, p. 44).
El carácter didáctico, aunque típico de la literatura de la época medieval, es una de las claves del 
valor literario de la obra de don Juan Manuel, hombre culto y letrado que, no obstante, se preocupa en 
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escribir de modo que lo entienda bien su lector. Al mismo tiempo, al lado de la preocupación didáctica 
va la preocupación estilística con el texto e incluso una conciencia de autor.
Don Juan Manuel, con El Conde Lucanor, quiere moralizar y escribir bien, como dice en su prólogo: 
“Por eso yo, don Juan […] escribí este libro con las palabras más hermosas que pude para poder dar 
ciertas enseñanzas muy provechosas a los que lo oyeren” (1996, p. 18). Por lo que vemos, además de 
lograr sus objetivos en la época en que vivió, el infante castellano también logró dejar su huella en la 
literatura de su país y de la lengua española.
1.2.3 La Celestina
En el siglo XV, la literatura española sigue su desarrollo, sea en la poesía, con autores como López de 
Ayala, el Marqués de Santillana, Juan de Mena y Jorge Manrique; sea con la prosa, en textos que cada 
vez más se apartan de la historiografía y buscan la historia de ficción, ya que hasta este momento los 
textos en prosa se reservaban a “hechos verdaderos”, a la historia y a la ciencia, mientras las historias 
“maravillosas’, de ficción, encontraban su expresión en la poesía.
Sin embargo, la obra que representa el tope de la literatura del siglo y al mismo tiempo un marco 
del fin de la Edad Media y del comienzo de la Edad Moderna en las letras españolas viene del teatro, 
en forma de pieza dramática: la Tragicomedia de Calisto y Melibea o, como vino a ser más conocida 
después, La Celestina.
El teatro clásico, especialmente griego, prácticamente desaparece durante la Edad Media, al menos 
en España. Las formas de representación dramática se concentran en obras sacras, representadas en 
iglesias y fiestas religiosas, y en manifestaciones públicas como las presentaciones de juglares, con sus 
Cantares de Gesta y después Romances.Escrita en la última década del siglo XV, la primera edición 
que se conserva de La Celestina es de 1499, en Burgos, todavía con el nombre de Comedia de Calisto y 
Melibea. Esta versión de la obra consta de 16 actos y no trae el nombre de su autor.
A partir de 1502 aparecen ediciones con el nombre de Tragicomedia de Calisto y Melibea o Libro de 
Calisto y Melibea y de la puta vieja Celestina. En estas versiones la pieza gana cinco actos más y el autor 
se revela a través de las primeras letras de unos versos de una carta a un amigo suyo. Ahí podemos leer: 
“El bachiller Fernando de Rojas acabó la Comedia de Calysto y Melybea y fue nacido en la Puebla de 
Montalván.”
Con relación a la autoría del texto, durante muchos años se discutió si Fernando de Rojas realmente 
había escrito La Celestina o si la había escrito toda, pero actualmente parece fuera de duda que él es 
realmente el autor de la obra, o de casi toda la obra, ya que el propio Rojas escribe en una de las 
ediciones del libro que había encontrado el primer acto de la pieza y se decidió a terminarla.
Hasta hoy el misterio del autor del primer acto sigue en pie. Además de las cuestiones de autoría 
de la obra, se discuten también otros aspectos, como su función literaria inmediata: ¿La Celestina, 
como pieza de teatro, realmente se representaba o se leía como si fuera una novela dialogada? ¿Si La 
Celestina es una obra teatral, qué hace en medio de nuestro estudio sobre la prosa en lengua castellana? 
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¡Excelentes preguntas! Para responderla con más propiedad, vamos a leer una opinión de Menéndez 
Pidal, quien ha dicho:
El estilo de La Celestina renueva y esmera las principales perfecciones con 
que los escritores del siglo XV venían moldeando el idioma… el diálogo, que 
hasta entonces apenas existía, pues no se ejercitaba sino en la sucesión 
de discursos desgranados, ahora se articula y se anima, y se matiza 
maravillosamente en esta que es, a la vez, primer ensayo y obra maestra de 
la prosa dramática española (MENÉNDEZ PIDAL, 1940, p. 55-56).
Su lectura como una novela dialogada parece bastante aceptable, ya que la acción escénica no es 
tan importante como lo que expresan los personajes por sus palabras. Tanto es así que, si tomamos 
la obra como novela más que como una pieza teatral, la figura de un narrador no es imprescindible 
y su función la desarrollan los propios personajes. Por otro lado, en La Celestina el diálogo resalta los 
sentimientos y la personalidad de los protagonistas, además de dar vida a la acción. El lenguaje, además, 
se amolda a la clase social y a la situación de los personajes. Por la enorme fuerza narrativa, incluimos a 
La Celestina en nuestros estudios de prosa castellana.
¿Pero qué hace de La Celestina una obra tan importante? Su historia es bastante sencilla: Calisto, un 
muchacho de familia noble, se enamora locamente de Melibea y para conquistarla se vale de la ayuda 
de Celestina, vieja hechicera y ávida por dinero, y de sus ayos Sempronio y Pármeno, que a su vez se 
relacionan con Elicia y Areúsa, protegidas de Melibea. Al final, tras una serie de malentendidos e intrigas, 
mueren Calisto, sus ayos y Celestina, mientras Melibea se suicida, dejando desconsolado a su padre 
Pleberio. Sin embargo, la verdadera innovación de la historia es la manera como se la cuenta su autor.
La Celestina parte de un modelo muy de moda a la época: la novela sentimental. Así, Calisto es el 
prototipo del amante cortés, absurdamente sentimental, mientras Melibea es una especie de mujer ideal, 
físicamente y en su comportamiento, al menos a los ojos de su amado. Por otro lado, estos personajes 
literarios, en el sentido de que son irreales e inverosímiles en un ambiente realista, viven justamente ahí, 
en la “realidad”. Fernando de Rojas crea entonces una parodia de la novela sentimental.
Vamos a leer un fragmento del primer acto en el que Calisto habla de su mala fortuna a su criado 
Sempronio. Este reacciona y deja claro en sus pensamientos lo que piensa sobre el joven enamorado:
SEMPRONIO. ¿Quién? Lo primero eres hombre y de claro ingenio. Y más, 
a quien la natura dotó de los mejores bienes que tuvo, convine a saber, 
hermosura, gracia, grandeza de miembros, fuerza, ligereza. Y allende desto, 
fortuna medianamente partió contigo lo suyo en tal cantidad, que los bienes, 
que tienes de dentro, con los de fuera resplandecen. Porque sin los bienes de 
fuera, de los cuales la fortuna es señora, a ninguno acaece en esta vida ser 
bienaventurado. Y más, a constelación de todos eres amado.
CALISTO. Pero no de Melibea. Y en todo lo que me has gloriado, Sempronio, 
sin proporción ni comparación se aventaja Melibea. Mira la nobleza 
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Unidad I
y antigüedad de su linaje, el grandísimo patrimonio, el excelentísimo 
ingenio, las resplandecientes virtudes, la altitud y inefable gracia, la 
soberana hermosura, de la cual te ruego me dejes hablar un poco, porque 
haya algún refrigerio. Y lo que te dijere será de lo descubierto; que, si 
de lo oculto yo hablarte supiera, no nos fuera necesario altercar tan 
miserablemente estas razones.
SEMPRONIO. (¡Qué mentiras y qué locuras dirá ahora este cautivo de 
mi amo!)
CALISTO. ¿Cómo es eso?
SEMPRONIO. Dije que digas, que muy gran placer habré de lo oír. (¡Así te 
medre Dios, como me será agradable ese sermón!)
CALISTO. ¿Qué?
SEMPRONIO. Que así me medre Dios, como me será gracioso de oír.
CALISTO. Pues porque hallas placer, yo lo figuraré por partes mucho por extenso.
SEMPRONIO. (¡Duelos tenemos! Esto es tras lo que yo andaba. De pasarse 
habrá ya esta importunidad.) (ROJAS, 1999, p. 64-65).
Las actitudes exageradamente románticas de Calisto son motivo de burla de sus ayos y de Celestina; 
el propio “héroe” no mantiene de todo su idealismo, ya que lo que busca de manera incansable es tener 
relaciones íntimas con su amada, lo que al fin y al cabo termina por conseguir. De los artificios usados 
por la Celestina para tener una cita amorosa con Melibea dice:
CALISTO. ¡O maravillosa astucia! ¡O singular mujer en su oficio! ¡O cautelosa 
hembra! ¡O melecina presta! ¡O discreta en mensajes! ¿Cual humano seso 
bastara a pensar tan alta manera de remedio? De cierto creo, si nuestra edad 
alcanzara aquellos pasados Eneas y Dido, no trabajara tanto Venus para 
atraer a su fijo el amor de Elisa, haciendo tomar a Cupido Ascánica forma, 
para la engañar; antes por evitar prolijidad, pusiera a ti por medianera. Ahora 
doy por bienempleada mi muerte, puesta en tales manos, y creeré que, sí mi 
deseo no hubiere efecto, cual querría, que no se pudo obrar más, según 
natura, en mi salud. ¿Qué os parece, mozos?¿Qué mas se pudiera pensar? 
¿Ay tal mujer nacida en el mundo?
CELESTINA. Señor, no atajes mis razones; déjame decir, que se va haciendo 
noche. Ya sabes que quien malhace aborrece la claridad y, yendo a mi casa, 
podré haber algún malencuentro (ROJAS, 1999, p. 142-143).
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El lenguaje exagerado de Calisto se hace más ridículo delante de la respuesta de Celestina, quien lo 
interrumpe y nos hace recordar su oficio.
Celestina, que representaría en la tradición literaria el papel de la “tercera”, la que hace posible el 
amor de dos enamorados, aquí se la pinta como una mujer terrible, que “ayuda” a Calisto y Melibea, 
teniendo en cuenta solamente sus propios intereses, especialmente su amor al dinero.
Después de acercarse a la joven Melibea, Celestina es capaz de convencerladel amor de Calisto y 
concertar una cita entre ambos:
CELESTINA. Y pues así, señora, has querido descubrir la gran merced, que nos 
has hecho, declara tu voluntad, echa tus secretos en mi regazo, pon en mis 
manos el concierto deste concierto. Yo daré forma cómo tu deseo y el de 
Calisto sean en breve cumplidos.
MELIBEA. ¡O mi Calisto y mi señor! ¡Mi dulce y suave alegría! Si tu corazón 
siente lo que ahora el mío, maravillada estoy cómo la ausencia te consiente 
vivir. ¡O mi madre y mi señora!, haz de manera cómo luego le pueda ver, si 
mi vida quieres.
CELESTINA. Ver y hablar.
MELIBEA. ¿Hablar? Es imposible.
CELESTINA. Ninguna cosa a los hombres, que quieren hacerla, es imposible.
MELIBEA. Dime cómo.
CELESTINA. Yo lo tengo pensado, yo te lo diré: por entre las puertas de tu casa.
MELIBEA. ¿Cuándo?
CELESTINA. Esta noche.
MELIBEA. Gloriosa me serás, si lo ordenas. Di a qué hora.
CELESTINA. A las doce.
MELIBEA. Pues ve, mi señora, mi leal amiga, y habla con aquel señor y que 
venga muy paso y de allí se dará concierto, según su voluntad, a la hora que 
has ordenado.
CELESTINA. Adiós, que viene hacia acá tu madre (ROJAS, 1999, p. 205-206).
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Unidad I
Al llegar la madre de Melibea, intenta avisarla del peligro que involucran las palabras de la vieja alcahueta:
ALISA. Hija Melibea, ¿qué quería la vieja?
MELIBEA. Venderme un poquito de solimán.
ALISA. Eso creo yo más, que lo que la vieja ruin dijo. Pensó que recibiría yo 
pena de ello y mintiome. Guárdate, hija, della, que es gran traidora. Que el 
sutil ladrón siempre rodea las ricas moradas. Sabe esta con sus traiciones, 
con sus falsas mercadurías, mudar los propósitos castos. Daña la fama. A tres 
veces, que entra en una casa, engendra sospecha.
LUCRECIA. (Aparte.) Tarde acuerda nuestra ama.
ALISA. Por amor mío, hija, que si acá tornare sin verla yo, que no hayas por 
bien su venida ni la recibas con placer. Halle en ti honestidad en tu respuesta 
y jamás volverá. Que la verdadera virtud más se teme, que espada.
MELIBEA. ¿Desas es? ¡Nunca más! Bien huelgo, señora, de ser avisada, por 
saber de quien me tengo de guardar (ROJAS, 1999. p. 207).
En vano la madre de Melibea intenta resguardar a su hija de la influencia de la Celestina. Esta 
también encuentra su fin al ser muerta a manos de Sempronio y Pármeno, a quienes no deseaba pagar 
lo prometido:
SEMPRONIO. ¡O vieja avarienta, garganta muerta de sed por dinero!, ¿no 
serás contenta con la tercia parte de lo ganado?
CELESTINA. ¿Qué tercia parte? Vete con Dios de mi casa tú. Y esotro no dé 
voces, no allegue la vecindad. No me hagáis salir de seso. No queráis que 
salgan a plaza las cosas de Calisto y vuestras.
SEMPRONIO. Da voces o gritos, que tú cumplirás lo que prometiste o 
cumplirán hoy tus días.
ELICIA. Mete, por Dios, el espada. Tenle, Pármeno, tenle, no la mate ese 
desvariado.
CELESTINA. ¡Justicia!, ¡justicia!, ¡señores vecinos! ¡Justicia!, ¡que me matan 
en mi casa estos rufianes!
SEMPRONIO. ¿Rufianes o qué? Esperad, doña, hechicera, que yo te haré ir al 
infierno con cartas.
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LITERATURAS DA LÍNGUA ESPANHOLA: PROSA
CELESTINA. ¡Ay, que me ha muerto! ¡Ay, ay! ¡Confesión, confesión!
PÁRMENO. Dale, dale, acábala, pues comenzaste. ¡Que nos sentirán! ¡Muera!, 
¡muera! De los enemigos los menos (idem).
Al fin de la historia, Sempronio y Pármeno son muertos por su delito; Calisto se muere al caerse de 
una escalera y finalmente Melibea se tira desde una torre para morir con su amado. La historia termina 
con las degarradorras palabras de Pleberio, padre de Melibea, quien llora y lamenta la muerte de su hija.
De toda la historia y de los personajes, la vieja Celestina es tan fuerte y original que la obra, 
con el pasar del tiempo, perdió su nombre original y pasó a ser conocida por el de la alcahueta. 
También, hasta hoy, el término “celestina” se reserva en el lenguaje común a la mujer que concierta 
encuentros amorosos.
1.2.4 Los libros de caballerías
Los libros o novelas de caballerías tuvieron su auge en España durante el siglo XVI y fueron muy 
leídas por un público ávido por historias fantásticas. Se cuenta que el propio emperador Carlos V, Santa 
Teresa y San Ignacio de Loyola, en su juventud, se entusiasmaron con esa literatura de imaginación.
Amadís de Gaula, publicado en 1504, es el más original, importante y famoso de los libros de 
caballerías españoles; es en España el fundador de la literatura caballeresca que, por su parte, verá su 
fin con la publicación del Quijote. Se supone, sin embargo, que desde el siglo XIV ya circulaban versiones 
de estos relatos. En los libros de caballerías sobreviven los principales temas de la Edad Media, o sea, la 
defensa del honor, el ejercicio individual de la justicia a manos del caballero andante y la idealización de 
la mujer. El héroe de ese género literario era un caballero que luchaba en la guerra y era capaz de grandes 
por la fuerza de su brazo; él sale en busca de aventuras y está siempre preparado para cruzar armas 
con cualquiera que esté en contra de sus altos ideales. Las aventuras que se cuentan son de carácter 
fantástico e incluyen personajes sobrenaturales, como gigantes, encantadores, hechizos, castillos, 
monstruos de todo tipo, etc. Es un mundo maravilloso donde todos los hechos son extraordinarios.
Todo es idealizado en el mundo caballeresco se lo más importante para un caballero es su creencia 
en Dios, su lealtad hacia el rey que sirve y el amor de su dama. Y cuando pensamos en caballero, 
obligatoriamente nos acordemos de los escuderos fieles que siempre los acompañaban y ayudaban en 
las innúmeras batallas. Un elemento mágico que tampoco puede faltar en esas historias es la presencia 
de un mago o hada protectores. De esa forma, el caballero no teme a nadie, pues confía en la fuerza 
de su brazo y en sus amigos y protectores sobrenaturales. Todo ese mundo maravilloso parece al lector 
perfecto y armónico y ese es su objetivo: exaltar los valores de la Edad Media, bien como el valor y la 
fuerza del caballero andante.
Al final de las aventuras, siempre gana el caballero, que es el representante de la justicia. Curiosamente, 
en ese mundo perfecto, los buenos siempre son personajes hermosos, mientras que los malos siempre 
aparecen deformados o con aspecto monstruoso. El ideal de la belleza como representación de lo bueno 
es claramente parte de la estética de las novelas de caballerías.
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Amadís de Gaula fue la primera novela de caballerías en lengua castellana. Sin embargo, su versión 
original, de principios del siglo XIV, se ha perdido casi por completo; lo que se conserva hoy en día es 
una versión escrita en 1492 y publicada en 1508 por Garci Rodríguez de Montalvo, regidor de Medina 
del Campo. En esa versión, el escritor dice haber corregido sus tres primeras partes, añadiendo la cuarta 
y la quinta. Es difícil imaginarnos – en nuestros días – que alguien pueda apropiarse de una obra ya 
existente y “corregirla”, cambiarle partes y volverla a publicar, pero en ese tiempo era algo muy común; 
muchas novelas caballerescas tuvieron varias continuaciones que no pertenecían a su primer escritor.
En la obra, Amadís es hijo bastardo del rey Perión de Gaula y de la princesa Elisena de Inglaterra. Tener 
un origen noble pero desconocido es lugar común en los libros de caballerías. Desde muy joven se enamora 
de la princesa Oriana, que es excepcionalmente bella, culta y simboliza la pureza. Urganda, la desconocida, es 
un hadaprotectota de Amadís; Arcalaus es el encantador malo y disforme que hace de todo para acabar con 
el valiente caballero, incluso hacerle creer a Oriana que Amadís ya no la quiere, haciendo con que la dama le 
escriba una carta diciendo que la olvide. Tal golpe es probablemente el más duro que sufre Amadís durante la 
historia, pues no debemos olvidarnos que no existe caballero sin una dama a quien adorar y defender.
Se cuentan también sus aventuras fantásticas y sus maravillosas victorias contra caballeros, 
encantadores y gigantes. Su escudero es su hermano Galaor, que lo acompaña en todas sus aventuras. 
Al final de la historia, Amadís logra convencer a su amada de su amor y los dos se casan. Paralelamente 
a la historia principal, se cuentan episodios secundarios ocurridos a otros personajes.
El personaje de Amadís es la encarnación de un héroe idealizado, fiel en su amor, valiente y siempre 
un caballero cortés. El amor que Amadís dedica a Oriana es puro y sincero, diferentemente de muchas 
novelas francesas del ciclo bretón, como Lanzarote o Tristán, en el que los amantes viven historias de 
amores adúlteros. No caben dudas de que la novela Amadís de Gaula representa los ideales caballerescos 
en su forma más pura y elevada y de ahí el gran éxito que la obra obtuvo en su tiempo.
Hasta la publicación de La Celestina, vimos una literatura bastante variada. En versos se escribieron 
poesía lírica, Cantares de Gesta, romances e incluso una miscelánea extremamente original y única, como es 
el caso de Libro del Buen Amor. En prosa, tuvimos obras historiográficas y científicas, cuentos moralizantes 
y didácticos, obras religiosas. Pero en todo ello, el tono de la literatura de ficción era el de un mundo aparte. 
Los héroes, santos, caballeros y damas pertenecían al mundo de la literatura, no a nuestro mundo.
La literatura no se prestaba a dibujar el mundo real, a las personas reales. En la obra de Fernando 
de Rojas, aunque sus personajes hablen utilizando una lengua artificial y la literatura, especialmente la 
clásica, sirva de referencia durante toda la obra, una nueva situación se plantea en la parodia cómica: 
¿cómo sería la pareja enamorada de la novela sentimental en la España real de la época? La respuesta 
es la divertida y cruel historia de Calisto y Melibea, novela dialogada que pone fin a la Edad Media y 
empieza una nueva era en la Literatura Española.
2 DE LOS SIGLOS DE ORO A LA DECADENCIA IMPERIAL
A partir del siglo XV empieza una nueva e importante etapa para los pueblos de la Península Ibérica. 
Con el casamiento de los Reyes Católicos, Isabel de Castilla y Fernando de Aragón, se unifica España y, a 
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partir de ese punto, se creará el Imperio Español, dominando no solamente la península, sino extiendo su 
poder a Italia y a la región de Flandes (actualmente Holanda y Bélgica), entre otras regiones de Europa.
Portugal, en la Península Ibérica, será el único de los antiguos reinos de la región que seguirá su 
camino aparte. Esta unificación nacional española y portuguesa dará a los dos países una ventaja en 
Europa y ambos se convertirán en las grandes potencias mundiales en los siglos XVI y XVII. Si echamos 
un vistazo a la Historia, veremos que Inglaterra y Francia sólo se organizarán definitivamente bajo un 
poder central fuerte al menos un siglo más tarde y Alemania e Italia sólo harán lo mismo en el siglo XIX.
El año de 1492 es especialmente significativo: bajo el reinado de los Reyes Católicos, se conquista 
el Reino de Granada, último territorio árabe en la península, Colón llega a América trayendo la bandera 
española y Antonio de Nebrija publica la primera gramática del castellano. Poco después, bajo el reinado 
de Carlos V, que era también heredero de los Habsburgos – o Austrias –, familia real importante de Europa, 
se crea el Imperio Español, presente en casi todo el continente. Al mismo tiempo, el castellano, idioma 
antiguamente sólo del Reino de Castilla, pasa a ser hablado comúnmente en todas las partes de los dominios 
del imperador y se convierte por identificación en lengua española, la lengua del Imperio Español.
Con esa unificación y consolidación interna al mismo tiempo en que los españoles se lanzan al mundo 
a América, a Europa, al Mediterráneo, también la cultura española sufre grandes cambios. El Humanismo 
gana espacio a la visión medieval de Dios y la Iglesia como centro del mundo pierde espacio (aunque lo 
retome con fuerza enseguida). Las culturas extranjeras, especialmente la del Renacimiento italiano, llegan 
a España y la ebullición cultural es evidente: comienzan los Siglos de Oro de la Literatura Española.
El término “Siglo de Oro” en la Literatura Española ya no se utiliza tanto, puesto que el período de 
tiempo que abarcaría es impreciso (¿sería un siglo? ¿dos siglos? ¿qué siglos?) y la expresión da una idea, 
si no equivocada, al menos ambigua. Decir que un período es el “dorado” en una literatura nos lleva 
a un juicio de valor complicado: ¿es decir que los otros períodos son menos importantes? También el 
concepto pasa la idea de una sociedad y de una cultura ideal, lo que no corresponde a la verdad.
En el dicho año de 1492, también se expulsaron los judíos de España y en ese período se fortaleció 
el poder de la Inquisición católica, con todas sus persecuciones. Por otra parte, había en España muchos 
pobres que no disfrutaban de la riqueza del Imperio ni tampoco de la exploración de las colonias 
americanas; en el final del “siglo de oro” España se verá en decadencia, llevada a un larguísimo período 
de atraso y pobreza a partir del siglo XVIII, del cual sólo se recuperaría mucho tiempo más tarde.
De todos modos, es innegable el valor artístico de la producción cultural española en los siglos XVI y 
XVII. Vamos, entonces, a la literatura de los llamados “Siglos de Oro”.
2.1 El Renacimiento
2.1.1 La picaresca: El Lazarillo de Tormes
Si en el siglo XVI la poesía española experimenta un período de gran renovación a manos de poetas 
como Garcilaso, San Juan de la Cruz o Fray Luis de León, la narrativa en prosa no queda atrás y surge 
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un nuevo género: la picaresca. Como la poesía de Garcilaso seguirá por muchos años inspirando a los 
poetas españoles, la novela picaresca seguirá también dando frutos en la literatura por mucho tiempo y 
su personaje paradigmático, el pícaro, se vuelve elemento importante de la cultura ibérica.
La primera obra del nuevo género y su eterno paradigma es El Lazarillo de Tormes, obra de autor 
desconocido, cuyas primeras ediciones llevan la fecha de 1554. En la novela, un hombre que tiene el 
oficio de pregonero en Toledo cuenta su vida desde cuando era niño a un interlocutor identificado como 
“Vuestra Merced”. Claramente, el lector del Lazarillo pudo notar la gran diferencia entre este “héroe” y 
los caballeros tan idealizados en los libros de caballerías.
La trayectoria del narrador en primera persona de la pobreza absoluta a su actual situación de 
relativa comodidad revela la vida de un pícaro, el personaje que define el nuevo género. Es en este 
personaje que reside la revolución en la novela que provoca El Lazarillo.
Recuerda que la innovación de La Celestina fue poner a unos personajes en tesis elevados, el amante 
cortés y la dama idealizada, en el “mundo real”, en que vivimos todos nosotros. Así se produce la situación 
cómica a partir de una sátira, a pesar del final trágico de la obra. Por eso se la bautizó “tragicomedia”. 
Sin embargo, aunque el ambiente sea realista, como algunos personajes (incluso la propia Celestina), 
el estilo de escritura sigue un modeloclásico y las hablas de los personajes no son naturales para una 
persona común (hablan todavía como personajes literarios tradicionales). Con el Lazarillo se da un largo 
paso adelante.
Al principio de la historia, la madre del personaje, todavía un niño, lo pone bajo la protección de un 
ciego, que va a ser el primero de una serie de amos que tendrá. En la estructura del libro, dividido en 
siete tratados, básicamente cada uno de ellos trata de una de las experiencias del protagonista con sus 
amos. En el primero el autor también trata de su familia y sus orígenes y en último nos cuenta sobre su 
situación actual.
En su trayectoria, que pasa de amo en amo, de ciudad en ciudad, podemos seguir sus pasos pues las 
referencias que hace, tanto cronológicas como geográficas, son bastante precisas.
Veamos un poco como es la vida que nos cuenta el propio personaje. El primero de los amos, como 
vimos, es el ciego. Este personaje era una figura común de la época en España, donde había muchos 
de ellos que iban de pueblo en pueblo rezando oraciones o recitando romances, a cambio de limosnas. 
Con el ciego, Lazarillo empieza su rutina de sufrir maltratos y hambre, pero también aprende muy 
rápidamente astucias y artimañas que le serán muy útiles en el futuro.
Esta mezcla de avaricia, paranoia e inteligencia intuitiva para sobrevivir se ve claramente en el 
episodio de las uvas. Como habían recibido de limosna un racimo de uvas, el ciego le propone a Lázaro 
que la dividan de la siguiente manera: cada uno comería una uva del racimo alternadamente hasta que 
se acabaran, así la división sería igual y justa. Sin embargo, ya en el segundo turno, el ciego toma dos 
uvas y no una. El muchacho se siente traicionado, pero no le dice nada a su amo y pasa a comer las uvas 
de dos en dos, de tres en tres o cuantas puede. Con este diálogo termina el episodio:
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— Lázaro, engañado me has. Juraré yo a Dios que has tu comido las uvas 
de tres a tres.
— No comí – dije yo –; mas ¿por qué sospecháis eso?
Respondió el sagacísimo ciego:
— ¿Sabes en qué veo que las comiste de tres a tres? En que comía yo dos 
a dos y callabas.
A lo cual yo no respondí (ANÔNIMO, 2007, p. 44-5).
El segundo amo a que sirve Lazarillo es un clérigo con quien piensa vivir en un lugar fijo, una casa, y 
dejar las andanzas a que estaba acostumbrado con el ciego, pero sus miserias aumentarán todavía más. 
La figura de un clérigo más avaro y cruel aun que su antiguo amo es sólo el primero de los personajes 
de la iglesia a los cuales la obra dirige su crítica.
Con él el hambre del muchacho se vuelve más desesperadora y todo lo que busca, de manera casi 
enloquecida, es acceder a un arca donde el religioso guarda el pan. Este es probablemente el amo más 
odiado por Lazarillo en toda la obra:
Los sábados cómense en esta tierra cabezas de carnero, y envíabame por 
una que costaba tres maravedís. Aquella le cocía y comía los ojos y la lengua 
y el cogote y sesos y la carne que en las quijadas tenía, y dábame todos los 
huesos roídos, y dábamelos en el plato, diciendo:
— Toma, come, triunfa, que para ti es el mundo. Mejor vida tienes que el 
Papa.
— “¡Tal te la de Dios!”, decía yo paso entre mí.
A cabo de tres semanas que estuve con él, vine a tanta flaqueza que no me 
podía tener en las piernas de pura hambre. Vime claramente ir a la sepultura, 
si Dios y mi saber no me remediaran (ANÔNIMO, 2007, p. 86).
Con su tercer “protector”, el escudero decadente, le pasó algo distinto. Con el fin de las guerras 
contra los árabes por la reconquista de la península, desaparece poco a poco la figura del noble 
guerrero, del caballero andante acompañado siempre de su escudero. Esta figura algunas veces se 
convierte en especie de secretario de su amo ya establecido en las cortes, pero ese no es el caso 
del personaje del Lazarillo. El escudero a que sirve el muchacho ya no tiene propósito en la vida 
y tampoco medios para sobrevivir, pero se preocupa siempre con las apariencias: quiere parecer 
hombre honrado. Lázaro llega a apiadarse de él y de limosnas que consigue pidiendo en las calles 
llega a mantener a ambos.
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Con el escudero, el pequeño ayo se da cuenta de la importancia de las apariencias, del “parecer”, en 
la sociedad española de la época. Sin embargo, como su vida sigue de peor en peor y su amo siquiera 
reconoce su lealtad, Lázaro acaba por marcharse.
Los tratados siguientes ya no presentan tantos detalles en el desarrollo psicológico de Lazarillo y 
parece que se ha terminado una fase de “aprendizaje”. El cuarto amo es un fraile, el quinto un buldero 
(persona que vendía bulas papales – concesión de gracias o privilegios religiosos por parte de la Iglesia 
Católica), el sexto un capellán y el séptimo un alguacil (oficial inferior de justicia).
De ellos sólo el último no está relacionado con la Iglesia, lo que refuerza el anticlericalismo de la obra, 
ya que si el hambre ya no es más el motivo principal de la historia, tampoco el muchacho encuentra en 
esos amos respeto, consideración y menos todavía bienestar y cariño.
Después de toda esa trayectoria, en el último tratado Lázaro, ya crecido, se establece como pregonero 
(persona que anuncia en plaza pública los asuntos de interés del pueblo) en Toledo. Finalmente es libre 
y ahora está casado con una criada del arcipreste de San Salvador, que, dicen, tiene una relación con 
la mujer de Lázaro. Pero eso no parece preocuparle. Incluso parece ser el motivo de la larga carta que 
escribe a “Vuestra Merced”, es decir, la obra misma.
Lazarillo dice a su interlocutor que no le da oídos a la gente y en el fondo parece no importarse en 
ser cornudo, ya que tras todo lo que ha pasado ahora tiene una vida cómoda y segura. Esta conclusión 
nos lleva a la esencia del personaje del pícaro. Este no es un héroe como los de la tradición: elevado, 
fuerte, guapo y valiente. Tampoco es exactamente una figura baja como las de las comedias clásicas.
Hasta el día de hoy, nunca nadie nos oyó sobre el caso; antes, cuando alguno 
siento que quiere decir algo della, le atajo y le digo:
“– Mira: si sois amigo, no me digáis cosa con que me pese, que no tengo por 
mi amigo al que me hace pesar; mayormente si me quieren meter mal con 
mi mujer, que es la cosa del mundo que yo mas quiero, y la amo mas que a 
mí. Y me hace Dios con ella mil mercedes y más bien que yo merezco; que yo 
jurare sobre la hostia consagrada que es tan buena mujer como vive dentro 
de las puertas de Toledo. Quien otra cosa me dijere, yo me matare con él.”
Desta manera no me dicen nada, y yo tengo paz en mi casa (ANÔNIMO, 
2007, p. 140-1).
Aquí el personaje literario deja de vivir en las convenciones del mundo literario clásico y se vuelve 
casi persona. Lazarillo tiene una vida que no es inusual en la España del siglo XVI y además nos revela 
que la grandeza del Imperio no reparte igualmente las riquezas y conquistas entre todos.
El muchacho pobre dejado por su madre a los cuidados de terceros tiene que aprender rápido y 
duramente que lo más importante es sobrevivir y que para eso lo importante es la inteligencia, la 
astucia, las artimañas. El noble carácter de los héroes de la literatura sólo tiene función en la literatura. 
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LITERATURAS DA LÍNGUA ESPANHOLA: PROSA
La revolución que El Lazarillo de Tormes nos brinda es dejar las alegorías de lado y hablar a la gente 
española del siglo XVI de la España de ese entonces.
Además de representar un cambio

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