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LITERATURA ESPANHOLA I Melissa Andres Freitas Valeska Gracioso Carlos Português/ Espanhol LICENCIATURA EM Melissa Andres Freitas Valeska Gracioso Carlos PONTA GROSSA / PARANÁ 2019 UEPG Letras Literatura Espanhola I Letras PORTUGUÊS/ESPANHOL Freitas, Melissa Andres F866l Literatura Espanhola 1/ Melissa Andres Freitas e Valeska Gracioso Carlos. Ponta Grossa : UEPG/ NUTEAD, 2012. 103p. il Licenciatura em Letras Português/ Espanhol - Educação a Distância. 1. Literatura espanhola - análise das obras literárias. 2. Língua espanhola – períodos literários. I. Carlos, Valeska Gracioso. II.T. CDD : 461 Pró-Reitoria de Assuntos Administrativos Ivo Mottin Demiate - Pró-Reitor Pró-Reitoria de Graduação Lígia de Paula Couto - Pró-Reitor Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância Carlos Willians Jaques Morais - Coordenador Geral Kelly Cristina Ducatti da Silva - Coordenadora Pedagógica Coordenadora de Convênios NUTEAD Assessora Pedagógica NUTEAD Cristiane Aparecida Woytichoski Projeto Gráfico Anselmo Rodrigues de Andrade Junior Sistema Universidade Aberta do Brasil Carlos Willians Jaques Morais - Coordenador Geral Kelly Cristina Ducatti da Silva - Coordenadora Adjunta Marli Catarina Soares – Coordenadora de Curso Colaboradores de Publicação Karen MAria Fadel – Revisão Natália Moreira Eloy – Diagramação Colaboradores Operacionais Cristopher Sequinel Correa Orlando Sidoski Vitor Matheus Petroski Universidade Estadual de Ponta Grossa Miguel Sanches Neto Reitor Everson Augusto Krum Vice - Reitor Todos os direitos reservados ao Ministério da Educação Sistema Universidade Aberta do Brasil CRÉDITOS Os materiais produzidos para os cursos ofertados pelo NUTEAD/UEPG para o Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB são licenciados nos termos da Licença Creative Commons - Atribuição - Não Comercial- Compartilhada, podendo a obra ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença. Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação BICEN/UEPG. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância - NUTEAD Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900 - Ponta Grossa - PR Tel.: (42) 3220-3163 www.nutead.org 2019 APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL A Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma instituição de ensino superior estadual, democrática, pública e gratuita, que tem por missão responder aos desafios contemporâneos, articulando o global com o local, a qualidade científica e tecnológica com a qualidade so- cial e cumprindo, assim, o seu compromisso com a produção e difusão do conhecimento, com a educação dos cidadãos e com o progresso da coletividade. No contexto do ensino superior brasileiro, a UEPG se destaca tanto nas atividades de ensino, como na pesquisa e na extensão Seus cursos de graduação presenciais primam pela qualidade, como com- provam os resultados do ENADE, exame nacional que avalia o desem- penho dos acadêmicos e a situa entre as melhores instituições do país. A trajetória de sucesso, iniciada há mais de 40 anos, permitiu que a UEPG se aventurasse também na educação a distância, mo- dalidade implantada na instituição no ano de 2000 e que, crescendo rapidamente, vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional. Atualmente, a UEPG é parceira do MEC/CAPES/FNED na exe- cução do programas Pró-Licenciatura e do Sistema Universidade Aberta do Brasil e atua em 40 polos de apoio presencial, ofertando, diversos cursos de graduação, extensão e pós-graduação a distância nos estados do Paraná, Santa Cantarina e São Paulo. Desse modo, a UEPG se coloca numa posição de vanguarda, as- sumindo uma proposta educacional democratizante e qualitativamen- te diferenciada e se afirmando definitivamente no domínio e dissemi- nação das tecnologias da informação e da comunicação. Os nossos cursos e programas a distância apresentam a mesma carga horária e o mesmo currículo dos cursos presenciais, mas se uti- lizam de metodologias, mídias e materiais próprios da EaD que, além de serem mais flexíveis e facilitarem o aprendizado, permitem cons- tante interação entre alunos, tutores, professores e coordenação. Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos para promover a sua aprendizagem e que tenha muito sucesso no cur- so que está realizando. A Coordenação SUMÁRIO ■ PALAVRAS DAS PROFESSORAS 7 ■ OBJETIVOS E EMENTA 9 ESPAÑA MÚLTIPLE Y LOS PRIMEROS ESCRITOS 11 ■ APARTADO 1 - Un poquito de Historia de España 12 ■ APARTADO 2 - Las primeras Manifestaciones Literarias 15 ■ APARTADO 3 - Un poquito de Cultura Española 18 DE LA EDAD MEDIA AL RENACIMIENTO 25 ■ APARTADO 1 - El teatro del siglo XV, La Celestina 26 ■ APARTADO 2 - El Renacimiento 31 ■ APARTADO 3 - La Novela Picaresca, el Lazarillo de Tormes 32 LA LITERATURA BARROCA Y EL SIGLO DE ORO ESPAÑOL 39 ■ APARTADO 1 - La literatura del siglo XVII 40 ■ APARTADO 2 - Francisco de Quevedo 43 ■ APARTADO 3 - Luis de Góngora 47 LA EDAD DE ORO Y EL TEATRO NACIONAL 55 ■ APARTADO 1 - Caracterización social de España en el Siglo XVII 56 ■ APARTADO 2 - Lope De Vega – El Fénix De Los Ingenios 58 ■ APARTADO 3 - La Profundidad en Calderón de la Barca 62 MIGUEL DE CERVANTES Y LA OBRA MAESTRA DE LA LITERATURA ESPAÑOLA 69 ■ APARTADO 1 - Miguel de Cervantes, El Quijote 70 ■ APARTADO 2 - La obra del maestro 71 ■ APARTADO 3 - El Ingenioso Hidalgo Don Quijote 73 EL ROMANTICISMO 81 ■ APARTADO 1 - Contexto histórico: el Romanticismo en Europa y en España 82 ■ APARTADO 2 - José de Espronceda 86 ■ APARTADO 3 - Gustavo Adolfo Bécquer 90 ■ PALAVRAS FINAIS 99 ■ REFERÊNCIAS 100 ■ NOTA SOBRE AS AUTORAS 103 PALAVRAS DAS PROFESSORAS Caro estudante! Iniciaremos agora uma nova viagem, um mergulho nos estudos de Literatura Espanhola, que dividiremos em dois fascículos. No primeiro você estudará a Literatura Espanhola a partir da unificação da Língua Espanhola ou Castelhana que começa na Idade Média e irá até o Romantismo Espanhol. O segundo fascículo partirá do Realismo e abarcará a literatura escrita na Espanha até os dias atuais. Ambos os fascículos, Literatura Espanhola I e II, visam proporcionar a você, estudante, uma visão histórico-literária que apresenta a produção de alguns dos autores mais importantes e representativos do mundo hispânico. Propomos por meio dos fascículos um trabalho de compreensão leitora de algumas das obras mais relevantes de tal literatura. Neste fascículo, observaremos os primeiros textos escritos em Língua Espanhola, de maneira que você poderá acompanhar a transformação desta língua por meio da leitura. Na primeira unidade trataremos brevemente sobre a cultura e algumas formas de pensamento espanhol, além desses primeiros textos produzidos no idioma Espanhol. Na segunda, abordaremos o período de transição que engloba a Idade Média e o Renascimento, e como resultado a obra híbrida La Celestina e, posteriormente, a Novela Picaresca intitulada Lazarillo de Tormes. O período em que o barroco espanhol está inserido, será estudado na terceira unidade, período este, considerado o mais prolífico da literatura espanhola e por isso mesmo é chamado de Idade de Ouro. A continuidade do período da Idade de Ouro apresentando o teatro espanhol, suas características e peculiaridades você acompanhará na quarta unidade. Este fascículo traz uma unidade especialmente dedicada a Miguel de Cervantes e sua obra maior: Don Quijote de La Mancha, que será a unidade 5. Tudo isso devido a sua grande importância e representatividade não só para a Literatura Espanhola, como para a Literatura Universal.O Romantismo espanhol e dois de seus autores, José de Espronceda e Gustavo Adolfo Bécquer serão apresentados na sexta unidade. Desejamos a você um ótimo estudo e muito aprendizado! Melissa Andres Freitas Valeska Gracioso Carlos OBJETIVOS E EMENTA ObjetivO Geral ■ Dar subsídios para a análise de obras literárias da Literatura Espanhola. ObjetivOs específicOs ■ Conhecer os principais autores e obras abrangendo o período de consolidação da Língua Espanhola até o Romantismo. ■ Contribuir para o aprimoramento da competência linguística e literária dos estudantes. ■ Analisar criticamente os períodos literários propostos, bem como suas obras. ■ Fomentar a aplicação de conhecimentos de Teoria Literária e Língua Espanhola na análise do texto literário. ementa ■ Panorama sócio-histórico cultural da literatura espanhola desde a sua origem até os dias atuais. España Múltiple Y Los Primeros Escritos ObjetivOs De aprenDiZaje ■ Comprender las principales características del periodo en que nace la Lengua Española. ■ Conocer los primeros escritos en la Lengua Española. ■ Entender cómo se formó la Cultura Española. GUiÓn De estUDiOs ■ APARTADO 1 - Un poquito de Historia de España ■ APARTADO 2 - Las primeras Manifestaciones Literarias ■ APARTADO 3 -Un poquito de Cultura Española U N ID A D I Melissa Andres Freitas Valeska Gracioso Carlos U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 14 UNIDADE 1 PARA INICIAR LA CHARLA ¡Caro estudiante! Llegamos ahora en la Península Ibérica y vas a quedarte ahí por algunos siglos, sin embargo, queremos que tu estada sea lo más placentera posible. Conocerás en esta unidad la historia de la Literatura Española y su surgimiento. Esta Literatura está directamente ligada a la existencia de la lengua y, por lo tanto, ella nace en el momento en que se solidifica la Lengua Castellana. A lo largo de tus estudios ya debes haber percibido que España es un país de larga tradición y de una historia fantástica. La historia de la Literatura Española remonta al período medieval, período en que la geografía del país era bastante distinta y que tanto la situación política como las costumbres eran muy diferentes de lo que se encuentra hoy. En los primordios de la Literatura considerada española algunos elementos se destacaban como fuente de caracterización del período histórico y geográfico del país. La influencia hispanorromana toca a lo lingüístico, lo religioso y lo cultural, así como la influencia germánica (principalmente en lo que toca a la organización política, en que se centraliza el poder en Toledo); la influencia musulmán, trayendo el pensamiento griego y difundiéndolo a todo occidente europeu, además de la influencia judía y la francesa. ¿Vamos al trabajo? ¡Disfrútalo! APARTADO 1 UM POQUITO DE HISTORIA DE ESPAÑA La Edad Media La historia de la Literatura Española tiene su inicio en el periodo medieval, y, por lo tanto, para que puedas comprender los orígenes de esta Literatura tenemos que situarnos dentro de un cuadro general de la cultura de la Europa medieval. Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 15 UNIDADE 1 Lo que vamos a describir son características generales de una época que duró aproximadamente siete siglos. Se suele decir que la Edad Media empieza en el 476, tras la caída del Imperio Romano y que duró hasta el descubrimiento de América, en el siglo XV. La sociedad Medieval está dividida en tres grupos: la iglesia, la nobleza y el pueblo. Vamos a ver cada uno de ellos: La iglesia – El Cristianismo, fundamentado por la Iglesia Romana domina el orden espiritual, político y religioso de la época. El clérigo es el hombre culto, capaz de leer y transmitir conocimientos. “El hombre medieval, -dice García López1 - guiado por una visión teocéntrica del universo, contempla el mundo como un todo armónico regido por la Providencia divina y sometido a una jerarquía inmutable; siente que el orden social, político y religioso debe ser respetado como obra de Dios y sabe que el pueblo ha sido creado para trabajar, la nobleza para ser modelo de rectitud y valor, y la clerecía para propagar la fe cristiana. La obediencia a unos principios dictados por una autoridad indiscutible y el respecto al orden jerárquico establecido se convierten así en la norma capital de la sociedad de la época”. Por medio de esa homogeneidad se establece el orden universal por toda Europa, de este modo, el latín como la lengua escrita, el arte románico, la arquitectura gótica, la música polifónica se dan simultáneamente en los más lejanos países. La nobleza – Con el apoyo de la iglesia y considerada como modelo a ser seguido, la nobleza también detenía el poder de la sociedad. En un primero momento, feudal, la nobleza aparece dotada de un aspecto rural e inculto. Sin embargo, con el tiempo, surge un ideal de nobleza caballeresca, en lo cual el caballero acepta las leyes que imponen el código de caballería ético- religioso, lucha contra el infiel y protege los débiles. En los últimos años de la Edad Media, la nobleza gana un carácter más cortesano, refinado y lujoso, resultado del fortalecimiento del poder real. El pueblo – Su ocupación primordial es la agricultura y su acceso a las producciones culturales de otros grupos es prácticamente nula. Vive alrededor de los castillos y monasterios. En un nuevo momento debido al desarrollo del comercio y de la industria, poco a poco, agrupados en grandes núcleos urbanos dan origen a una nueva clase social: la burguesía. Los géneros literarios aparecen en la Edad Media vinculados con las clases sociales de la época. De esta manera, podemos clasificarlos de 1 García López, J. p.4 U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 16 UNIDADE 1 acuerdo con la estructura social medieval. La clerecía produce toda la literatura científica, moral y religiosa en principio en latín, pero más tarde, a los pocos, a partir del siglo XIII, se inicia el uso de la lengua vulgar. La existencia de una aristocracia guerrera da lugar a una poesía oral en lengua vulgar de carácter heroico – cantares de gesta – cuyas formas elementales responden a la rudeza del público a quien va dirigida. La aparición de una nobleza caballeresca y cortesana da origen a toda una lírica amorosa de tono idealista y refinadas formas, que relatan las proezas y aventuras de esforzados caballeros. El cuento y la poesía satírica son los géneros más característicos de la nueva clase social: la burguesía. Con su visión peculiar del mundo, representa el hombre práctico y crítico. Ahora que ya recordaste de la Historia Medieval te presentamos un poquito sobre la historia de la Península Ibérica y la Lengua Castellana que allá nació. La lengua Castellana o Española La Península Ibérica, invadida innúmeras veces, fue conquistada por los romanos en el siglo III a.C., y de esta manera, el latín fue incorporándose como lengua por toda la Península, excepto en la región donde se encuentra el País Vasco. Durante siglos España mantuvo una unidad lingüística creada por el latín. Con todo, debido a invasiones en el norte de la península por los visigóticos y con la división del Imperio en reinos independientes, el latín vulgar (lengua oral y popular) empezó a evolucionar originando divergencias entre las lenguas de estos reinos. Los hombres cultos de la época, juristas, literatos y teólogos seguían escribiendo en latín, y de esta forma, el latín clásico consiguió mantener sus formas. Adoptada por los invasores, la lengua latina todavía es el vehículo de comunicación más eficaz en la Península. Sin embargo, a este latín se van introduciendo vocablos de origen germano o visigótico. La lengua vulgar en que el latín va a transformándose era la lengua del pueblo, y por lo tanto, poco valorada. La desintegración del Imperio Romano motivó la disolución de la unidad lingüística creadapor el latín, la conquista de la Península Ibérica por los árabes y la destrucción de la monarquía visigótica originaran una serie de dialectos que vienen a sustituir el prerromance hablado en España Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 17 UNIDADE 1 en el siglo VII. Debemos resaltar que España fue invadida por los árabes en 711 y se quedó bajo su dominio hasta 1492, o sea, fueran 7 siglos de dominación árabe. La lengua latina al fragmentarse, en las diversas provincias del Imperio Romano, fue dando origen a varias lenguas románicas, romances o neolatinas. En la Península Ibérica nacieron las siguientes lenguas: gallego- portugués, leonés, castellano, navarro-aragonés, catalán y mozárabe. El castellano presenta desde sus comienzos un carácter bastante innovador comparado a las otras lenguas que mantenían muchas características arcaizantes. En cambio, el mozárabe, lengua utilizada por los cristianos sometidos a los árabes, mantuvo las formas propias de la época visigótica. La aparición de la lengua española o castellana se dio gracias a un proceso de desarrollo y evolución de la lengua latina, lo que sabemos es que fue un proceso lento y gradual y, por lo tanto, no podemos precisar cuándo precisamente ella surgió. La lengua castellana empieza a incorporarse en todos los seguimientos de la sociedad y se establece como lengua escrita oficial en vez del latín en el siglo XIII, durante el reinado de Fernando III. Sin embargo, tiene su ápice con la publicación de la primera gramática de lengua castellana en 1492, escrita por Nebrija. APARTADO 2 LAS PRIMERAS MANIFESTACIONES LITERARIAS Como ya has visto, la lengua utilizada para manifestación lingüística y cultural es el latín que, a la medida que se va incorporando al cotidiano popular español, va ganando características propias y que va distinguiéndolo de la lengua romance hablada en otras regiones. Este nuevo romance se produce en especial en Castilla, con nuevas formas gramaticales, fonéticas y acústicas. Además, su uso se fortalece por ser la forma de expresión del pueblo. Así nace la lengua castellana, más tarde denominada oficialmente como Lengua Española. En esta nueva lengua, las clases sociales quieren expresar sus necesidades y anhelos. Las primeras muestras de literatura española que U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 18 UNIDADE 1 se conservan son unas cancioncillas líricas muy breves, denominadas jarchas, escritas a partir del siglo XI. Las conocemos porque unos poetas árabes, oyéndolas a los cristianos (mozárabes) que vivían en su territorio, las insertaron en sus propios poemas, dejándolas en su lengua original. Estos manuscritos fueron descubiertos en 1948, en el Cairo, lo que adelantó en un siglo la historia de la Literatura Española, pues antes de esta descubierta se creía ser El Cantar de Mío Cid la primera obra en castellano. Estas jarchas de origen andaluz son los textos literarios más antiguos de toda Romania. Su descubrimiento permite asegurar que, muy tempranamente existió una poesía popular en toda España cristiana. La jarcha más antigua, no se sabe al cierto si es de fines del siglo X o de principios del siglo XI, es la siguiente: ¡Tant’ amare, tant’ amare, habib, tant’amare. Enfermiron uellos nidios, ya duelen tan male. (¡Tanto amar, tanto amar, /amado, tanto amar! Enfermaron (mis) ojos refulgentes, duelen con mucho mal.) Como puedes notar las jarchas están compuestas en una lengua antiquísima, llamada mozárabe, que era la lengua de los cristianos que vivían en territorio árabe. En el siglo XII surge en la península la literatura en lengua vulgar. Los primeros grupos literarios de que se tienen conocimiento son los JUGLARES (representantes del pueblo) y los CLÉRIGOS (son el amparo de la iglesia, representan la clase abastada). El mester de juglaría es una especie de recitador, que cuenta en plaza pública las hazañas de héroes o guerreros que sean de interese del público oyente. A las historias cantadas por el mester de juglaría se da el nombre de Cantar de Gesta. El más antiguo cantar de gesta que se conserva, supuestamente fue escrito hacia 1140, lo que no quiere decir que sea de hecho el más antiguo, ya que registrar por escrito los cantares de gesta no era todavía una práctica común, pues esta expresión, a pesar de tener características literarias considerables, era una tradición oral. El libro “El cantar de Mío Cid” cuenta la historia de Rodrigo Díaz de Vivar y toda su lucha por la reconquistar su honor perdido delante de Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 19 UNIDADE 1 su Rey. El caballero, se dice, existió de hecho, sin embargo, a la medida que el cantar de gesta fue pasando de boca en boca, hechos demasiado fantasiosos fueron siendo acrecidos al cuento, lo que hace con que la figura del Cid se vuelva legendaria. Observa en el trozo que sigue, cómo la lengua española todavía no tenía una forma reglamentada: La lírica española se desarrolla alrededor del siglo XI, momento en que varios poetas se organizan y los creadores de la poesía de carácter personal (en contrapunto a los cantares, que son de carácter colectivo) influencian a toda Europa. A estos poetas se los llaman trovadores y a la lírica, trovadoresca. La más antigua poesía lírica de que se tienen historia es de principios del siglo XIII, titulada Razón de amor con los denuestos del agua y del vino. Manuscrito de “El Cantar de mío Cid” http://javiviticid.blogspot.com/2007/03/estructura-del-mio-cid.html De los sos ojos tan fuertemientre llorando, tornava la cabeça i estávalos catando. Vio puertas abiertas e uços sin cañados, alcándaras vázias sin pielles e sin mantos e sin falcones e sin adtores mudados. Sospiró mio Çid, ca mucho avie grandes cuidados. Fabló mio Çid bien e tan mesurado: “grado a tí, señor padre, que estás en alto! “Esto me an buelto mis enemigos malos.” U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 20 UNIDADE 1 APARTADO 3 UN POQUITO DE CULTURA ESPAÑOLA Ahora que tuviste una idea de los primeros escritos en lengua castellana te invitamos a conocer un poquito sobre la cultura española y cómo se dio sus múltiples facetas. Para eso te invitamos a leer el texto del mexicano Carlos Fuentes. Lo que te presentamos es parte del primer capítulo del libro El espejo enterrado, intitulado La Virgen y el toro. Este capítulo aborda las costumbres como las corridas de toro o el baile flamenco, la fuerza de la figura materna y de la religión, entre otras Folio inicial de la Razón de amor con los denuestos del agua y del vino. http://es.wikipedia.org/wiki/Raz%C3%B3n_de_amor_con_los_ denuestos_del_agua_y_del_vino Qui triste tiene su corazón Benga oyr esta razón; Odrá razón acabada Feyta dámor e bien rimada. Un escolar la rrimó Que siempre duenas amó, Mas siempre ovo crianza en Alemania y en Francia: moró mucho en Lombardía por aprender cortesía. Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 21 UNIDADE 1 características fundamentales para que mejor comprendas la cultura y consecuentemente la Literatura Española. La virgen y el toro A través de España, las Américas recibieron en toda su fuerza a la tradición mediterránea. Porque si España es no solo cristiana, sino árabe y judía, también es griega, cartaginesa, romana, y tanto gótica como gitana. Quizás tengamos una tradición indígena más poderosa en México, Guatemala, Ecuador, Perú y Bolivia, o una presencia europea más fuerte en Argentina o en Chile. La tradición negra es más fuerte en el Caribe, en Venezuela y en Colombia, que en México o Paraguay. Pero España nos abraza a todos; es, en cierta manera, nuestro lugar común. España, la madre patria, es una proposición doblemente genitiva, madre y padre fundidos en uno solo, dándonos su calor a veces opresivo, sofocantemente familiar, meciendo la cuna en la cual descansan, como regalos de bautizo, las herencias del mundomediterráneo, la lengua española, la religión católica, la tradición política autoritaria —pero también las posibilidades de identificar una tradición democrática que pueda ser genuinamente nuestra, y no un simple derivado de los modelos franceses o angloamericanos. La España que llegó al Nuevo Mundo en los barcos de los descubridores y conquistadores nos dio, por lo menos, la mitad de nuestro ser. No es sorprendente, así, que nuestro debate con España haya sido, y continúe siendo, tan intenso. Pues se trata de un debate con nosotros mismos. Y si de nuestras discusiones con los demás hacemos política, advirtió W. B. Yeats, de nuestros debates con nosotros mismos hacemos poesía. Una poesía no siempre bien rimada o edificante, sino más bien, a veces, un lirismo duramente dramático, crítico, aun negativo, oscuro como un grabado de Goya, o tan compasivamente cruel como una imagen de Buñuel. Las posiciones en favor o en contra de España, su cultura y su tradición, han coloreado las discusiones de nuestra vida política e intelectual. Vista por algunos como una virgen inmaculada, por otros como una sucia ramera, nos ha tomado tiempo darnos cuenta de que nuestra relación con España es tan conflictiva como nuestra relación con nosotros mismos. Y tan conflictiva como la relación de España con ella misma: irresuelta, a veces enmascarada, a veces resueltamente intolerante, maniquea, dividida entre el bien y el mal absolutos. Un mundo de sol y sombra, como en la plaza de toros. A menudo, España se ha visto a si misma de la misma manera que nosotros la hemos visto. La medida de nuestro odio es idéntica a la medida de nuestro amor. ¿Pero no son estas sino maneras de nombrar la pasión? Varios traumas marcan la relación entre España y la América española. El primero, desde luego, fue la conquista del Nuevo Mundo, origen de un conocimiento terrible, el que nace de estar presentes en el momento mismo de nuestra creación, observadores de nuestra propia violación, pero también testigos de las crueldades y ternuras U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 22 UNIDADE 1 contradictorias que formaron parte de nuestra concepción. Los hispanoamericanos no podemos ser entendidos sin esta conciencia intensa del momento en que fuimos concebidos, hijos de una madre anónima, nosotros mismos desprovistos de nombre, pero totalmente conscientes del nombre de nuestros padres. Un dolor magnífico funda la relación de Iberia con el Nuevo Mundo: un parto que ocurre con el conocimiento de todo aquello que hubo de morir para que nosotros naciésemos: el esplendor de las antiguas culturas indígenas. En nuestras mentes hay muchas “Españas”. Existe la España de la “leyenda negra”: inquisición, intolerancia y contrarreforma, una visión promovida por la alianza de la modernidad con el protestantismo, fundidos a su vez en una oposición secular a España y todas las cosas españolas. En seguida, existe la España de los viajeros ingleses y de los románticos franceses. La España de los toros, Carmen y el flamenco. Y existe también la madre España vista por su descendencia colonial en las Américas, la España ambigua del cruel conquistador y del santo misionero, tal y como nos los ofrece, en sus murales, el pintor mexicano Diego Rivera. El problema con los estereotipos nacionales, claro está, es que contienen un grano de verdad, aunque la repetición constante lo haya enterrado. ¿Ha de morir el grano para que la planta germine? El texto es lo que está ahí, claro y ruidoso a veces; pero el contexto ha desaparecido. Restaurar el contexto del lugar común puede ser tan sorprendente como peligroso. ¿Simplemente reforzamos el clisé? Este peligro se puede evitar cuando intentamos revelarnos a nosotros mismos, como miembros de una nacionalidad o de una cultura, y a un público extranjero, los significados profundos de la iconografía cultural, por ejemplo de la intolerancia y de la crueldad, y de lo que estos hechos disfrazan. ¿De dónde vienen estas realidades? ¿Por qué son, en efecto, reales y perseverantes? Encuentro dos constantes del contexto español. La primera es que cada lugar común es negado por su opuesto. La España romántica y pintoresca de Byron y Bizet, por ejemplo, convive cara a cara con las figuras severas, casi sombrías y aristocráticas de El Greco y Velázquez; y estas, a su vez, coexisten con las figuras extremas, rebeldes a todo ajuste o definición, de un Goya o de un Buñuel. La segunda constante de la cultura española es revelada en su sensibilidad artística, en la capacidad para hacer de lo invisible visible, mediante la integración de lo marginal, o perverso, lo excluido, a una realidad que en primer término es la del arte. Pero el ritmo y la riqueza mismos de esta galaxia de oposiciones es resultado de una realidad española aún más fundamental: ningún otro país de Europa, con la excepción de Rusia, ha sido invadido y poblado por tantas y tan diversas olas migratorias. Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 23 UNIDADE 1 Te recomendamos que leas el capítulo todo que te disponibilizamos en la plataforma y que busques las referencias hechas por el autor para que puedas comprender la profundidad del texto. No te olvides, además, de buscar las palabras que no conoces en la página virtual de la Real Academia Española, por medio del sitio www.rae.es. Seguro que eso te ayudará para comprender mejor la Literatura Española. Para saber más sobre la lengua española te recomendamos el libro de Amado Alonso titulado Castellano, español, idioma nacional. Historia espiritual de tres nombres (1938). Ve el video de un argentino hablando sobre la lengua que habla. Reflexiona sobre tus ideas a cerca de la lengua castellana. http://www.youtube.com/watch?v=QImZwmXeNxA Con el término de esta unidad pudiste conocer un poquito de la historia de España y por consecuencia un poco de su cultura. Estudiaste cómo se desarrolló la lengua y cómo fue consolidada. Como ya habíamos dicho, España es un país de larga tradición, una historia increíble y una literatura fantástica que brevemente empezaste a conocer. Esperamos que hayas disfrutado de esta experiencia histórica y literaria y que te animes para continuar estudiando. U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 24 UNIDADE 1 1. Según la Real Academia Española, la lengua castellana y la lengua española son sinónimas. ¿Cuál de los términos prefieres? Justifica tu respuesta. Envíala a tu tutor para que este pueda corregirla. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2. ¿Cómo se dio la aparición de la lengua española o castellana? Haz un breve comentario por escrito. Envía tu respuesta a tu tutor. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 3. ¿Qué puntos sobre la cultura espanola te ha llamado la atención? ¿Cuáles podrías mencionar? ¿Cuáles de essas características tenemos en nuestro país? Envía tu respuesta a tu tutor. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 25 UNIDADE 1 U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 26 UNIDADE 1 De la Edad Media al Renacimiento ObjetivOs De aprenDiZaje ■ Comprender el periodo de transición entre la Edad Media y el Renacimiento. ■ Conocer las principales obras y sus particularidades, relacionándolas con el contexto histórico en que fueron producidas. GUiÓn De estUDiOs ■ APARTADO 1 - El teatro del siglo XV, La Celestina ■ APARTADO 2 - El Renacimiento ■ APARTADO 3 - La Novela Picaresca, el Lazarillo de Tormes U N ID A D II Melissa Andres Freitas Valeska Gracioso Carlos U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 28 UNIDADE 2 PARA INICIAR LA CHARLA Tras conocer el inicio de la Literatura Española te invitamos ahora a conocer la literatura del siglo XV y el periodo de transición que se instauró en España. Las influencias extranjeras, principalmente de Italia, el desarrollo de la ciencia, de la geografía, y sobre todo la invención de la imprenta acercaron al hombre de la Edad Media a la luz del Renacimiento. Cuanto a la formación del Estado ocurren cambios también significativos, pues con el progreso de la clase llana y mercantil surge la clase burguesa. Además, la iglesia pierde fuerzas debido a las ideas antropocéntricas. En este momento, el hombre empieza a tener otra visión del mundo y de sí mismo, lo que veremos reflejado en las obras de ese período. ¿Vamos al trabajo? APARTADO 1 EL TEATRO DEL SIGLO XV, LA CELESTINA Nuevas corrientes literarias van ganando espacio durante el siglo XV. Las relaciones con Italia influyen en un nuevo estilo literario, el elemento popular del teatro medieval va siendo gradualmente sustituido por los ideales del Renacimiento2 . De esta manera, va surgiendo un teatro de orientación humanística que oscila frente al teatro sencillo y religioso de la Edad Media. En 1499 aparece la obra capital del siglo XV, la tragicomedia, La Celestina. Aunque haya dudas de la fecha exacta de su aparición y sobre su autoría, hoy parece haberse llegado a darle a Fernando de Rojas. Poco se sabe sobre el autor. Nació en Puebla de Montalbán, hijo de padres judíos, estudió leyes en Salamanca, fue Alcalde Mayor de Talavera y murió en 1541. 2 Ve las características del Renacimiento en el próximo apartado. Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 29 UNIDADE 2 Estructura y asunto La Celestina presenta la estructura de una obra de teatro, sin embargo, su gran extensión no le permite ser representable en su forma original. Aún, algunos la consideran una novela dialogada. Está compuesta de veintiún actos. El argumento de la obra, en breves palabras, es como sigue. Calisto, joven de una noble familia, llega, persiguiendo un halcón, al jardín de Melibea, de quien se enamora perdidamente. Rechazado por ella e influido por su criado Sempronio, recurre a la vieja Celestina. Esta, maestra en el arte de componer amores, logra convencer Melibea que ceda a los encantos del enamorado. Sempronio y Pármeno, criados y confidentes de Calisto, en un intento de explotar la pasión de su amo, movidos por la codicia, matan a Celestina al no querer esta dividirles el dinero que le ha entregado Calisto. La justicia los prende y son degollados. Una noche, en casa de Melibea, Calisto escucha ruidos en la calle, y al escalar precipitadamente la tapia, resbala y muere de la caída. Melibea, desesperada se encierra en una torre, y se suicida en frente de su padre arrojándose desde lo alto. La obra termina con el llanto de sus padres, Alisa y Pleberio. Los personajes, ambiente y lenguaje Se puede dividir la obra en dos ambientes distintos. El primero dice respecto a los protagonistas, Calisto y Melibea, que son movidos por el amor. El lenguaje utilizado por ellos está lleno de neologismos, sin embargo presenta riqueza de vocabulario y la elegancia de la construcción latina. Los protagonistas son cultos y refinados y hablan como tal. El segundo ambiente está caracterizado por los que se mueven por dinero, o sea, los criados y Celestina. En su lenguaje abundan los vocablos vulgares. Los que figuran la codicia y el mundo material presentan un tipo de charla llena de vivacidad caracterizada por refranes, redundancias y expresiones callejeras. La Celestina de Pablo Picasso U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 30 UNIDADE 2 Espíritu de transición La Celestina presenta tanto características de las obras medievales como las del Renacimiento. El amor humano, físico y espiritual, es retratado por primera vez en la literatura dramática española como el centro de la acción. No obstante, el fin trágico de los personajes y el fondo moral de la obra son características medievales. La muerte de los protagonistas y criados representa un castigo divino, rasgo del ambiente religioso tradicional. Ya el suicidio de Melibea, por amor, responde a la ideología pagana del Renacimiento. El estilo Rojas consigue que una trama simple sea extremamente compleja por medio de la profundidad de sus personajes. Estos vistos por el autor como seres vivos de carne y hueso con actitudes y deseos. Con un gran valor dramático La Celestina consigue yuxtaponer siempre dos prismas opuestos: lo popular y lo culto, seres nobles y bellos versus personas malévolas y codiciosas, el idealismo y el realismo, lo religioso y lo pagano, lo medieval y lo renacentista, el estilo culto y el lenguaje del pueblo, dualismo este que se funde en una única sociedad. La Celestina influyó grandemente en el teatro de Gil Vicente, Juan de la Cueva y Lope de Vega y posteriormente en la novela picaresca del siglo XVII. La obra fue traducida a varios idiomas y se le han hecho diversas ediciones. Debido a eso está considerada la obra maestra del siglo XV y una de las más importantes de toda Literatura Española. Ahora que ya has conocido un poco de la obra te invitamos a leerla. Lo que te presentamos aquí es un trecho del primer acto. Argumento del primer auto desta comedia Entrando Calisto una huerta empos de un falcon suyo fallo y a Melibea de cuyo amor preso començole de hablar. De la qual rigorosamente despedido fue para su casa muy sangustiado [...] http://bib.cervantesvirtual. com/bib_obra/Celestina/ Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 31 UNIDADE 2 Para ayudarte: como venimos destacando desde el principio de este libro, los primeros escritos en lengua española no mantienen una regularidad en cuanto a la forma ortográfica, de manera que debes sustituir, por ejemplo, la letra u por la letra v en muchas palabras cuando ellas están escritas en minúsculas, en cambio, debes sustituir la letra V por la letra U cuando las palabras están en mayúsculas. Eso se debe a la herencia de la lengua latina y permaneció un largo tiempo en la estructura de la lengua castellana hasta que se reglara de otra manera. Observa que aquí aún se conservan SS y Ç, que ya no hacen parte de la ortografía de la lengua, así como algunos verbos, contracciones y preposiciones ya no son iguales. ¡A la lectura! Argumento de toda la obra Calisto fue de noble linaje, de claro ingenio, de gentil disposición, de linda criança, dotado de muchas gracias, de estado mediano. Fue preso en el amor de Melibea, muger moça, muy generosa, de alta y sereníssima sangre, sublimada en próspero estado, vna sola heredera a su padre Pleberio, y de su madre Alisa muy amada. Por solicitud del pungido Calisto, vencido el casto propósito della (entreueniendo Celestina, mala y astuta muger, con dos seruientes del vencido Calisto, engañados e por esta tornados desleales, presa su fidelidad con anzuelo de codicia y de deleyte), vinieron los amantes e los que les ministraron, en amargo y desastrado fin. Para comiençode lo cual dispuso el aduersa fortuna lugar oportuno, donde a la presencia de Calisto se presentó la desseada Melibea. Aucto primero ARGUMENTO DEL PRIMER AUTO DESTA COMEDIA Entrando Calisto en una huerta empós de un falcón suyo, halló y a Melibea, de cuyo amor preso, començole de hablar. De la qual rigorosamente despedido, fue para su casa muy sangustiado. Habló con vn criado suyo llamado Sempronio, el qual, después de muchas razones, le endereçó a vna vieja llamada Celestina, en cuya casa tenía el mesmo criado vna enamorada llamada Elicia. La qual, viniendo Sempronio a casa de Celestina con el negocio de su amo, tenía a otro consigo, llamado Crito, al qual escondieron. Entretanto que Sempronio está negociando con Celestina, Calisto está razonando con otro criado suyo, por nombre Pármeno. El qual razonamiento dura hasta que llega Sempronio y Celestina a casa de Calisto. Pármeno fue conoscido de Celestina, la qual mucho le dize de los fechos e conoscimiento de su madre, induziéndole a amor e concordia de Sempronio. CALISTO.- En esto veo, Melibea, la grandeza de Dios. MELIBEA.- ¿En qué, Calisto? CALISTO.- En dar poder a natura que de tan perfeta hermosura te dotasse e facer a mí inmérito tanta merced que verte alcançasse e en tan conueniente lugar, que mi secreto U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 32 UNIDADE 2 Tras leer el fragmento propuesto lee la obra completa que te presentamos en la plataforma. dolor manifestarte pudiesse. Sin dubda encomparablemente es mayor tal galardón, que el seruicio, sacrificio, deuoción e obras pías, que por este lugar alcançar tengo yo a Dios offrescido, ni otro poder mi voluntad humana puede conplir. ¿Quién vido en esta vida cuerpo glorificado de ningún hombre, como agora el mío? Por cierto los gloriosos sanctos, que se deleytan en la visión diuina, no gozan mas que yo agora en el acatamiento tuyo. Más ¡o triste!, que en esto diferimos: que ellos puramente se glorifican sin temor de caer de tal bienauenturança e yo misto me alegro con recelo del esquiuo tormento, que tu absencia me ha de causar. MELIBEA.- ¿Por grand premio tienes esto, Calisto? CALISTO.- Téngolo por tanto en verdad que, si Dios me diese en el cielo la silla sobre sus sanctos, no lo ternía por tanta felicidad. MELIBEA.- Pues avn más ygual galardón te daré yo, si perseueras. CALISTO.- ¡O bienauenturadas orejas mías, que indignamente tan gran palabra haueys oydo! MELIBEA.- Mas desauenturadas de que me acabes de oyr Porque la paga será tan fiera, qual meresce tu loco atreuimiento. E el intento de tus palabras, Calisto, ha seydo de ingenio de tal hombre como tú, hauer de salir para se perder en la virtud de tal muger como yo.¡Vete!, ¡vete de ay, torpe! Que no puede mi paciencia tollerar que aya subido en coraçón humano comigo el ylícito amor comunicar su deleyte. CALISTO.- Yré como aquel contra quien solamente la aduersa fortuna pone su estudio con odio cruel. CALISTO.- ¡Sempronio, Sempronio, Sempronio! ¿Dónde está este maldito? SEMPRONIO.- Aquí soy, señor, curando destos cauallos. CALISTO.- Pues, ¿cómo sales de la sala? SEMPRONIO.- Abatioseel girifalte e vínele a endereçar en el alcándara. CALISTO.- ¡Assí los diablos te ganen! ¡Assí por infortunio arrebatado perezcas o perpetuo intollerable tormento consigas, el qual en grado incomparablemente a la penosa e desastrada muerte, que espero, traspassa. ¡Anda, anda, maluado! Abre la cámara e endereça la cama. SEMPRONIO.- Señor, luego hecho es. CALISTO.- Cierra la ventana e dexa la tiniebla acompañar al triste y al desdichado la ceguedad. Mis pensamientos tristes no son dignos de luz. ¡O bienauenturada muerte aquella, que desseada a los afligidos viene! ¡O si viniéssedes agora, Hipócrates e Galeno, médicos, ¿sentiríades mi mal? ¡O piedad de silencio, inspira en el Plebérico coraçón, porque sin esperança de salud no embíe el espíritu perdido con el desastrado Píramo e de la desdichada Tisbe! SEMPRONIO.- ¿Qué cosa es? CALISTO.- ¡Vete de ay! No me fables; sino, quiçá ante del tiempo de mi rabiosa muerte, mis manos causarán tu arrebatado fin. SEMPRONIO.- Yré, pues solo quieres padecer tu mal. CALISTO.- ¡Ve con el diablo! Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 33 UNIDADE 2 APARTADO 2 EL RENACIMIENTO Se suele decir que el Renacimiento es un periodo en que se da una ruptura con la Edad Media, sin embargo ya vimos anteriormente que estas divisiones no ocurren de modo absoluto. Por lo tanto, el Renacimiento corresponde a un amplio conjunto de fenómenos políticos religiosos y culturales que a los pocos va sustituyendo al cuadro espiritual de la Edad Media. Muchos fueron los sucesos que generaron la nueva visión del hombre. Entre ellos podemos citar: el progreso de la clase llana, mercantil y burguesa; las contradicciones que dividían la iglesia; los descubrimientos científicos y geográficos; el desarrollo de las universidades; el hallazgo de numerosos manuscritos de la antigüedad grecolatina; la caída de Constantinopla; la invención de la imprenta, la pólvora, la brújula y consecuentemente la popularización del saber. El hombre medieval aceptaba pasivamente el orden establecido por el Cosmos, por pensarlo obra de Dios, y Este, por su vez, como el centro del universo. El hombre renacentista se considera como el eje del mundo, dueño de su propio destino, además, se ve como detenedor de su saber y de su poder. Se abren sus horizontes hacia América, África y Oceanía. Estudia él en los libros la antigüedad clásica y sus hechos gloriosos. Se interesa por lo bello y lo grandioso, valorando el mundo antiguo e imitando sus formas artísticas en la arquitectura y escultura, sus temas en la literatura, y el estilo de vida pagano, en lo cual el hombre deja de preocuparse con la muerte, pasando a interesarse por la vida terrena. El clásico tema del Carpe Diem es utilizado por los renacentistas para categorizar la nueva esencia humana, cuya brevedad de la vida los incita a gozar de los placeres terrenos. El Renacimiento español, con todo, presenta características propias. En la primera mitad del siglo XVI se importan las tendencias literarias italianas y los ideales del Renacimiento europeo. Sin embargo, en la segunda mitad del mismo siglo, las fórmulas importadas se funden al espíritu español. La paganización de la vida coexiste en España con el U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 34 UNIDADE 2 fervor religioso particular de la época medieval. De esta forma, la nueva valoración del mundo y del hombre no impide la persistencia del tradicional espíritu religioso, sino se mezcla a él. Por lo tanto, otra característica fundamental del Renacimiento español es la coexistencia de lo popular y local hispano con lo universal y europeo culto. El Renacimiento italiano ve la vida desde un prisma exclusivamente estético, ya el español se caracteriza por la orientación ética y moral, pues, considera estos valores necesarios para el logro de la perfección humana. El espíritu de independencia del Renacimiento fomenta el crecimiento de las universidades españolas como centros de cultura reconocidos en toda Europa. Estos centros de enseñanza evitarán el predominio de estudios teológicos, así los combinan con las llamadas Humanidades (Historia, Filosofía, Letras Clásicas). Con la retomada de los clásicos grecolatinos hay un intento de restaurarse el uso del Latín, sin embargo, como este uso está lleno de dificultades, se considera que el idioma romance, el castellano, como medio más natural y espontáneo de expresión. Tras conocer los ideales de esa época, te presentamos como género la novela picaresca y su obra máxima Lazarillo de Tormes. APARTADO 3 LA NOVELA PICARESCA, EL LAZARILLO DE TORMES A meados del siglo XVI, con la publicación de Lazarillo de Tormes, surge en España un nuevo género literario que vino a llamarse “novela picaresca”. Este género literario esconsiderado uno de los géneros más representativos, genuinos y populares de la Literatura Española. La exaltación de idealismo renacentista se había manifestado en la lírica, en la novela pastoril, las novelas de caballerías y de aventuras, en las que sólo parecían tener espacio para los nobles sentimientos, el honor, la gloria, el amor ideal, mientras quedaban sistemáticamente ausentes las vulgares realidades de la vida ordinaria, así como las bajas pasiones, la necesidad y el dolor. De ahí surge la novela picaresca como una reacción a todo ese idealismo anterior. Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 35 UNIDADE 2 El protagonista de estos relatos es el pícaro, hombre nacido en los bajos fondos de la sociedad, sin oficio determinado, criado de muchos amos, de cortos escrúpulos y de vida irregular. Por ser un hombre vago, que no le gusta el trabajo fijo, para proveer sus necesidades prefiere mendigar o hacer pequeñas raterías e ingeniosas tretas. Su situación es siempre poco clara. No tiene suerte y, por lo tanto, adquiere una filosofía pesimista ante la vida. El pícaro, es considerado por algunos como el anti-héroe, introducido ya en los criados de La Celestina. Sin embargo, esa es una cuestión controversia en la medida en que el anti-héroe actúa por maldad o por venganza mientras el pícaro hace sus picardías para sobrevivir. Recordemos que en la novelas de caballería el héroe caballeresco tenía un biógrafo para narrar sus bravuras. Con todo, la novela picaresca es autobiográfica, pues ¿quién contará la vida de un pobre diablo, sino él mismo? El pícaro es quien relata a todos la trayectoria de su mala vida y su fortuna. El pícaro es un vagabundo y su profesión más frecuente es la de criado, sea de un aristócrata, un religioso o un militar. De esta manera, la novela picaresca es esencialmente una sátira a la hipocresía de la sociedad y nos muestra lo falso y lo criticable de ella. Su estilo es simple, claro y valora a lo popular, característica ésa que hace de la picaresca genuinamente un género español, pues, en Europa los medios literarios tenían la tendencia de alejarse del pueblo. Sin embrago, la picaresca española alcanza una alta calidad literaria, una vez que los que la cultivaron eran grandes letrados, y a menudo clérigos. Otros rasgos típicos de la novela picaresca de España son las reflexiones a cerca de lo humano y del contenido ético, mientras en el extranjero ese género solamente visa provocar diversión y risa. Lazarillo de Tormes El Ciego – de Goya U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 36 UNIDADE 2 En 1554 aparecen tres ediciones de la Vida de Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades, y ninguna de ellas presenta el nombre del autor de esa obra, y, por lo tanto es un romance anónimo. Como ya nos anticipa el título, nuestro protagonista, el pícaro, va narrando su vida. El relato se da en primera persona con Lázaro contando sobre su nacimiento cerca del río Tormes. Hijo de padre ladrón y de madre poco honesta, es entregue, siendo todavía niño, a un ciego de alma ruin para que le sirva de acompañante. Como el ciego le daba poco de comer, empieza a hacer pequeñas pillerías para sobrevivir, y es castigado cruelmente por sus travesuras. Cansado de los malos tratos le abandona y pasa a servir a un clérigo avariento le hace pasar más hambre que el anterior – “pero al cambiar de señor escapé del trueno y di en el relámpago” (Tratado Segundo). La tacañería del clérigo era tanta que Lázaro tenía que robarles los panes para no morir de hambre. Va a Toledo y allá busca a otro amo, un escudero e hidalgo decadente y pobre, pero lleno de pretensiones y vanidades. Cuando aparecen sus acreedores en la ciudad desaparece por no tener el dinero del pago. Lázaro pasa a servir sucesivamente a un fraile de la Merced, un buldero, un pintor de panderos, un capelán y un alguacil, hasta que consigue ser nombrado pregonero de Toledo. Se casa con la criada de un arcipreste, pero el amor no tiene significado algún. La obra retrata la condición del protagonista, pobre muchacho de origen baja, cuyas adversidades de la vida y su mala suerte lo hicieron pícaro para sobrevivir, el hambre y la necesidad son lo que le hacen engañar a sus amos. Es una novela realista que describe la vida cotidiana y critica el panorama de la sociedad española y los personajes representativos de la historia de la época – el clérigo, hombre de la iglesia y el hidalgo, hombre de la espada. La avaricia, el falso sentido del honor, el engaño, la carencia de vocación son los valores destorcidos y criticados por el autor. Te presentamos en seguida un fragmento de la obra. TRATADO PRIMERO Cuenta Lázaro su vida, y cuyo hijo fue Pues sepa vuestra merced, ante todas cosas, que a mí llaman Lázaro de Tormes, hijo de Tomé González y de Antona Pérez, naturales de Tejares, aldea de Salamanca. Mi nacimiento fue dentro del río Tormes, por la cual causa tomé el sobrenombre, y fue de esta manera. Mi padre, que Dios perdone, tenía Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 37 UNIDADE 2 cargo de proveer una molienda de una aceña, que está ribera de aquel río, en la cual fue molinero más de quince años; y estando mi madre una noche en la aceña, preñada de mí, tomóle el parto y parióme allí: de manera que con verdad puedo decir nacido en el río. Pues siendo yo niño de ocho años, achacaron a mi padre ciertas sangrías mal hechas en los costales de los que allí a moler venían, por lo que fue preso, y confesó y no negó y padeció persecución por justicia. Espero en Dios que está en la Gloria, pues el Evangelio los llama bienaventurados. En este tiempo se hizo cierta armada contra moros, entre los cuales fue mi padre, que a la sazón estaba desterrado por el desastre ya dicho, con cargo de acemilero de un caballero que allá fue, y con su señor, como leal criado, feneció su vida. Mi viuda madre, como sin marido y sin abrigo se viese, determinó arrimarse a los buenos por ser uno de ellos, y vínose a vivir a la ciudad, y alquiló una casilla, y metióse a guisar de comer a ciertos estudiantes, y lavaba la ropa a ciertos mozos de caballos del Comendador de la Magdalena, de manera que fue frecuentando las caballerizas. Ella y un hombre moreno de aquellos que las bestias curaban, vinieron en conocimiento. Éste algunas veces se venía a nuestra casa, y se iba a la mañana. Otras veces de día llegaba a la puerta, en achaque de comprar huevos, y entrábase en casa. Yo al principio de su entrada, pesábame con él y habíale miedo, viendo el color y mal gesto que tenía; mas de que vi que con su venida mejoraba el comer, fuile queriendo bien, porque siempre traía pan, pedazos de carne, y en el invierno leños, a que nos calentábamos. De manera que, continuando con la posada y conversación, mi madre vino a darme un negrito muy bonito, el cual yo brincaba y ayudaba a calentar. Y acuérdome que, estando el negro de mi padre trebejando con el mozuelo, como el niño vía a mi madre y a mí blancos, y a él no, huía de él con miedo para mi madre, y señalando con el dedo decía: - ¡Madre, coco! Respondió él riendo: -¡Hideputa! Yo, aunque bien muchacho, noté aquella palabra de mi hermanico, y dije entre mí: “¡Cuántos debe de haber en el mundo que huyen de otros porque no se ven a sí mismos!” Quiso nuestra fortuna que la conversación del Zaide, que así se llamaba, llego a oídos del mayordomo, y hecha pesquisa, hallóse que la mitad por medio de la cebada, que para las bestias le daban, hurtaba, y salvados, leña, almohazas, mandiles, y las mantas y sábanas de los caballos hacía perdidas, y cuando otra cosa no tenía, las bestias desherraba, U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 38 UNIDADE 2 y con todo esto acudía a mi madre para criar a mi hermanico. No nos maravillemos de un clérigo ni fraile,porque el uno hurta de los pobres y el otro de casa para sus devotas y para ayuda de otro tanto, cuando a un pobre esclavo el amor le animaba a esto. Y probósele cuanto digo y aún más. Porque a mí con amenazas me preguntaban, y como niño respondía, y descubría cuanto sabía con miedo, hasta ciertas herraduras que por mandado de mi madre a un herrero vendí. Al triste de mi padrastro azotaron y pringaron, y a mi madre pusieron pena por justicia, sobre el acostumbrado centenario, que en casa del sobredicho comendador ni entrase, ni al lastimado Zaide en la suya acogiese. Por no echar la soga tras el caldero, la triste se esforzó y cumplió la sentencia; y por evitar peligro y quitarse de malas lenguas, se fue a servir a los que al presente vivían en el mesón de la Solana. Y allí, padeciendo mil importunidades, se acabó de criar mi hermanico hasta que supo andar, y a mí hasta ser buen mozuelo, que iba a los huéspedes por vino y candelas y por lo demás que me mandaban. En este tiempo vino a posar al mesón un ciego, el cual, pareciéndole que yo sería para adestrarle, me pidió a mi madre, y ella me encomendó a él, diciéndole como era hijo de un buen hombre, el cual por ensalzar la fe había muerto en la de los Gelves, y que ella confiaba en Dios no saldría peor hombre que mi padre, y que le rogaba me tratase bien y mirase por mí, pues era huérfano. Él le respondió que así lo haría, y que me recibía no por mozo sino por hijo. Y así le comencé a servir y adestrar a mi nuevo y viejo amo. Como estuvimos en Salamanca algunos días, pareciéndole a mi amo que no era la ganancia a su contento, determino irse de allí, y cuando nos hubimos de partir, yo fui a ver a mi madre, y ambos llorando, me dio su bendición y dijo: -Hijo, ya sé que no te veré más. Procura ser bueno, y Dios te guié. Criado te he y con buen amo te he puesto; válete por ti. Y así me fui para mi amo, que esperándome estaba. (Lazarillo de Tormes, anónimo) Te presentamos a seguir la película de los directores Fernando Fernán Gómez y José Luis García Sánchez, de 2001, llamada Lázaro de Tormes. http://www.youtube.com/watch?v=00b-udS4GXE http://www.youtube.com/watch?v=YYqlFwFjCSU http://www.youtube.com/watch?v=kmhDFy6TEsM http://www.youtube.com/watch?v=va5RX9FTjac http://www.youtube.com/watch?v=qOeXSqH6S3g http://www.youtube.com/watch?v=wRVTUZbcEL4 Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 39 UNIDADE 2 En esta unidad conociste el periodo histórico de la transición comprendido entre la Edad Media y el Renacimiento y por consiguiente el pensamiento de la época. Como resultado de ese proceso estudiaste la obra que más representa la transición: La Celestina, cuya complexidad de los personajes es característica del momento. Después pudiste enterarte de las características del Renacimiento y su influencia en la Literatura Europea y, principalmente como sus ideas llegaron a la Península Ibérica. Por fin, estudiaste la Novela Picaresca, que en el suelo español floreció con características propias, llegando a culminar con una obra anónima, pero maestra: Lazarillo de Tormes. 1. Al comparar las obras La Celestina y Lazarillo de Tormes, ¿cuáles características podemos encontrar en las dos? Envía tu respuesta a tu tutor para que se pueda corrigirla. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2. El fragmento a seguir fue escrito por Diaz-Plaja, en su libro Historia de la Literatura Española de 1958. Tras leerlo haz un comentario crítico con respecto a las consecuencias que ese cambio en el pensamiento acarreó en esa época. Envía tu respuesta a tu tutor. La palabra Renacimiento implica un concepto de restauración. Lo que renace, si no como recuerdo, como ejemplo vital, es el mundo grecolatino. Una independencia cada vez mayor en el espíritu de las gentes hace posible la creación de una cultura laica, es decir, independiente de la Iglesia. ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 40 UNIDADE 2 La Literatura Barroca Y El Siglo De Oro Español ObjetivOs De aprenDiZaje ■ Comprender las principales características del Siglo de Oro Español. ■ Conocer las principales obras y autores del período Barroco y sus particularidades, relacionándolas con el contexto histórico en que fueron producidas. GUiÓn De estUDiOs ■ APARTADO 1 - La literatura del siglo XVII ■ APARTADO 2 - Francisco de Quevedo ■ APARTADO 3 - Luis de Góngora U N ID A D II I Melissa Andres Freitas Valeska Gracioso Carlos U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 42 UNIDADE 3 PARA INICIAR LA CHARLA Caro estudiante, la Literatura Española nos brinda con un período de grande magnitud, considerado el momento máximo de su expresión: el Siglo de Oro. Este periodo es así llamado porque durante aproximadamente un siglo y medio las producciones literarias en España obtuvieron un éxito incontestable, haciendo historia y dictando nuevas maneras de expresión a través de varios escritores de renombre. Justamente porque tardó más que un siglo y abarca varios movimientos literarios, algunos prefieren llamar al periodo de Edad de Oro. Vas a estudiar ahora los dos principales autores del barroco español que cultivaron el género poético y que aportaron a la literatura los términos “quevedismo” y “gongorismo”. La importancia de tales autores fue tamaña que su manera de escribir influyó a muchos otros autores que los siguieron por el mundo. ¡A ver cómo eso ocurrió! APARTADO 1 LA LITERATURA DEL SIGLO XVII Uno de los periodos más prolíficos de la Literatura Española es el periodo que abarca los finales del Siglo XVI (comprendiendo obras como El Lazarillo de Tormes y algunas de Lope de Vega) y todo el Siglo XVII (pasando por las obras de de Quevedo, Góngora, Calderón de la Barca y Miguel de Cervantes). La grandiosidad histórica está en el hecho de que en todos los géneros literarios hay creadores de excepcionalidad indiscutible. Tras las crisis pasadas en Castilla, Mallorca y Valencia, en la segunda mitad del Siglo XVI, Carlos I establece y consolida el Estado Moderno con una Monarquía, estabilizando su Imperio y dándolo a conocer al mundo entero. La expansión de España se da por cuenta de los tesoros extraídos de América. En este período de ascensión social económica, España vive, en la literatura, el Renacimiento, que acabamos de estudiar y que, Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 43 UNIDADE 3 repetimos, también hace parte del periodo del Siglo de Oro, a pesar de que lo estudiamos en separado por una cuestión didáctica. Las dificultades financieras para mantener sus colonias atingen a España, que sufre con la falsa riqueza producida por el mercantilismo, ya que los metales preciosos aportados por América se van acabando o van siendo saqueados por los piratas. Además, la expulsión de los moriscos y judíos afectan a la economía española, las pestes y hambrunas y seguidas guerras territoriales intensifican los problemas demográficos, lo que va llevando al Imperio a un declive que resulta en el desmembramiento del Reino. Poco a poco Inglaterra y Francia van asumiendo la plaza de potencia económica y España ingresa en una grave crisis política y militar. Tal situación de crisis económica y social dio a las clases populares material para invertir intelectualmente en las artes y ofrecer al mundo la expresión de lo que se vivía. Delante dela decadencia del idealismo renacentista (cuya visión armónica del mundo se ve reemplazada por una concepción negativa del mundo y de la vida), la cultura barroca se caracteriza por una constante expresión de frustración y desengaño delante de un malestar social e incluso de tensiones religiosas. El gusto por el espectáculo, la ostentación, la extroversión, son temas para discutirse y para exponerse. El barroco literario español Como puedes comprobar, caro estudiante, la Literatura presenta históricamente la representación de momentos de júbilo y de momentos de insatisfacción que influyen también en la expresión artística. El barroco español resulta de una ansiedad de exponer, dar a conocer y discutir el momento que se vive – en lo que toca a lo social, a lo económico y hasta mismo a la moral y a lo religioso – y a la vez rechazar los modelos renacentistas que son considerados en este momento “demasiado llanos” (según Baltazar Gracián – máximo teórico del conceptismo). Acuérdate que el Barroco es un movimiento que comprende varios segmentos del arte: la arquitectura, la música, el teatro, la pintura y la danza además de la literatura. El estilo rebuscado, complejo, de formas artificiosas ya fue bastante discutido en nuestros estudios (véanse los libros de literaturas anteriores). Acuérdate también que en la literatura barroca hay una división en U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 44 UNIDADE 3 que se separan dos corrientes: el conceptismo y el culteranismo, cuyos nacimientos se dieron en la literatura española. El CONCEPTISMO consiste en la priorización del concepto - o sea, la significación que la palabra o la idea expuesta tiene. La base de su escritura está en la asociación ingeniosa entre palabras e ideas, el juego con los varios significados que una misma palabra puede tener, adoptando varios sentidos. La corriente también es conocida por Quevedismo porque su máximo representante es Francisco de Quevedo, autor que estudiaremos en el próximo apartado. La predilección por un estilo conciso lleva a los conceptistas a buscar expresar lo máximo posible de ideas con un mínimo de palabras, dejándolas reducidas a lo indispensable. Este recurso pretende atingir a la inteligencia, o sea, hacer pensar sobre la formación de las palabras, sus aplicaciones, sus diversos sentidos y usos. Según Gracián: “Lo bueno, si breve, dos veces bueno”. Observa que en la frase anterior hay la aplicación práctica de la estética pretendida: al revés del uso de artículos, de verbos o mismo de pronombres el autor utiliza un estilo directo, simple y rápido que implica en complementaciones del lector, o sea, el lector debe rellenar los espacios mentalmente (“Lo QUE ES bueno, si ES breve, ES dos veces bueno”). Así que en lo que toca a los recursos de lenguaje hay una abundancia de uso de la elipsis, la zeugma, la polisemia, la antítesis, la paradoja, los contrastes. El uso de la alegoría también es constante. Su principal objetivo, insistimos, no es desarrollar ni renovar el léxico o la sintaxis, sino las ideas, jugar con la inteligencia. En contrapartida, el CULTERANISMO se ocupa de diferenciar el lenguaje poético (“culto”) del lenguaje popular (“vulgar”). Hay una búsqueda intensa por palabras no muy utilizadas o siquiera conocidas del latín y del griego y también la transformación de dichas palabras, aportando muchos neologismos a la lengua, lo que provoca la satirización de los conceptistas (enemigos de los culteranistas). Sin embargo, el movimiento enriqueció muchísimo el vocabulario de la lengua española y muchos de sus neologismos siguen siendo utilizados hasta hoy. Además del lenguaje rebuscado, la sintaxis es también modificada, una vez que los conceptistas prefieren el uso constante del hipérbaton (sintaxis invertida) y construcciones propias del latín. Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 45 UNIDADE 3 La búsqueda por la sonoridad y por mecer con los sentidos es otra característica fuerte, para eso se hace uso de matices sensoriales de color, sonido y tacto. Lo que se quiere es el uso de la palabra por la palabra, por su estructura y no necesariamente por su significado. Aún así, la metáfora también es uno de los recursos de lenguaje muy utilizado. En resumen, lo que el culteranismo busca es el culto a la forma, mientras el conceptismo busca atingir a la inteligencia. Es importante resaltar que en muchos casos encontramos los dos estilos a la vez, culterano y conceptista, sin perjuicio al estilo barroco. APARTADO 2 FRANCISCO DE QUEVEDO Francisco Gómez de Quevedo y Villegas nació en Madrid el 17 de septiembre de 1580 so la fortuna de una familia de la aristocracia cortesana. Sus primeros estudios fueron en el Colegio Imperial de los Jesuitas, en Madrid, donde hoy funciona el Instituto de San Isidro. Sus estudios universitarios se dieron primero en la Universidad de Alcalá de Henares y luego cursó estudios de teología en la Universidad de Valladolid (1601-1606). Como gozaba de buenas relaciones entre la nobleza del siglo XVII, Quevedo ostentó los títulos de Caballero de la Orden de Santiago y Señor de la Torre de Juan Abad. Sus conocimientos iban allá de la teología, pues estudiaba las lenguas hebrea, griega, latina y lenguas modernas. Su gran interés por la cultura en general lo hacen un gran crítico social y literario, lo que le rinde algunos enemigos, entre ellos, el culterano Luis de Góngora (autor culterano que luego estudiaremos). A lo largo de su obra se observa un caráter pesimista, crudo y duro, muchas veces satírico, irónico, burlesco. Su espíritu político lo mete en la prisión por tres veces. En 1643 sale de su última prisión con la salud muy debilitada y ya no resiste mucho, ya que se muere el 8 de septiembre de 1645. U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 46 UNIDADE 3 Obra La obra de Quevedo es muy prolífica y se caracteriza por la contradicción. De toda su obra se conservan casi 900 poemas. De su obra en prosa se destacan: La vida del Buscón llamado don Pablos; Política de Dios y gobierno de Cristo; Vida de Marco Bruto; Los sueños y Los nombres de Cristo entre otros títulos valiosos. No sólo sus obras satíricas y burlescas ganan destaque por lo brillantes que son sino también las obras con textos morales y políticos de gran profundidad intelectual. Tales características hacen con que el autor sea considerado el principal representante del barroco español. Su obra abarca muchos temas, de los cuales el autor trata con maestría. Los poemas satíricos son los más populares y conocidos. En ellos, Quevedo hace una crítica ácida a la sociedad y a todo lo que corrompe la humanidad – los vicios, las debilidades. Observa a la sequencia el poema “Poderoso caballero es don Dinero”: Madre, yo al oro me humillo, Él es mi amante y mi amado, Pues de puro enamorado Anda continuo amarillo. Que pues doblón o sencillo Hace todo cuanto quiero, Poderoso caballero Es don Dinero. Nace en las Indias honrado, Donde el mundo le acompaña; Viene a morir en España, Y es en Génova enterrado. Y pues quien le trae al lado Es hermoso, aunque sea fiero, Poderoso caballero Es don Dinero. Son sus padres principales, Y es de nobles descendiente, Porque en las venas de Oriente Todas las sangres son Reales. Y pues es quien hace iguales Al rico y al pordiosero, Poderoso caballero Es don Dinero. ¿A quién no le maravilla Ver en su gloria, sin tasa, Que es lo más ruin de su casa Doña Blanca de Castilla? Mas pues que su fuerza humilla Al cobarde y al guerrero, Poderoso caballero Es don Dinero. Es tanta su majestad, Aunque son sus duelos hartos, Que aun con estar hecho cuartos No pierde su calidad. Pero pues da autoridad Al gañán y al jornalero, Poderoso caballero Es don Dinero. Más valen en cualquier tierra (Mirad si es harto sagaz) Sus escudos en la paz Que rodelasen la guerra. Pues al natural destierra Y hace propio al forastero, Poderoso caballero Es don Dinero. Como puedes percibir, aquí se muestra la relación de la sociedad con el dinero y la manera como las personas pierden su valor delante de la sociedad capitalista si no tienen dinero. A la vez, se puede notar una crítica al valor mayor que el dinero cobra so la vida de las personas y cómo el dinero “todolopuede”. Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 47 UNIDADE 3 En la ansiedad por una nueva manera de escribir, Quevedo se ve muchas veces en guerra literaria con su más atroz enemigo – Góngora. A él, le dedica muchos de sus poemas, entre ellos Érase un hombre a una nariz pegado... Te ofrecemos aquí el Soneto a Luis de Góngora: SONETO A LUIS DE GÓNGORA Yo te untaré mis obras con tocino porque no me las muerdas, Gongorilla, perro de los ingenios de Castilla, docto en pullas, cual mozo de camino; apenas hombre, sacerdote indino, que aprendiste sin cristus la cartilla; chocarrero de Córdoba y Sevilla, y en la Corte bufón a lo divino. ¿Por qué censuras tú la lengua griega siendo sólo rabí de la judía, cosa que tu nariz aun no lo niega? No escribas versos más, por vida mía; aunque aquesto de escribas se te pega, por tener de sayón la rebeldía. Además de los ataques personales – Gongorilla (diminutivo despreciativo), perro de los ingenios, docto en pullas, mozo del camino, etc. – observa cómo Quevedo ataca no sólo la apariencia física del otro autor (cuando escribe sobre su nariz, también tema de otros poemas) como reprueba la manera como Góngora escribe y cómo lo ataca por sus elecciones: “No escribas versos más, por vida mía”. En lo que toca al amor, escribe con profundidad, explotando el tema como lo que da sentido a la vida. Amor constante más allá de la muerte Cerrar podrá mis ojos la postrera sombra que me llevare el blanco día, y podrá desatar esta alma mía hora a su afán ansioso lisonjera; mas no, desotra parte, en la ribera, dejará la memoria, en donde ardía: nadar sabe mi llama el agua fría, y perder el respeto a ley severa. Alma a quien todo un dios prisión ha sido, venas que humor a tanto fuego han dado, médulas que han gloriosamente ardido, su cuerpo dejarán, no su cuidado; serán ceniza, más tendrán sentido, polvo serán, más polvo enamorado. U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 48 UNIDADE 3 La idea de un amor que sobrevivirá a la muerte hace con que este poema sea considerado uno de los más bellos de las letras españolas. Sin embargo, sus desilusiones amorosas también toman forma y lo hacen atacar en contra el sexo femenino, muchas veces desmoralizando a la mujer: A LA EDAD DE LAS MUJERES De quince a veinte es niña; buena moza de veinte a veinticinco, y por la cuenta gentil mujer de veinticinco a treinta. ¡Dichoso aquel que en tal edad la goza! De treinta a treinta y cinco no alboroza; mas puédese comer con sal pimienta; pero de treinta y cinco hasta cuarenta anda en vísperas ya de una coroza. A los cuarenta y cinco es bachillera, ganguea, pide y juega del vocablo; cumplidos los cincuenta, da en santera, y a los cincuenta y cinco echa el retablo. Niña, moza, mujer, vieja, hechicera, bruja y santera, se la lleva el diablo. Como puedes constatar, al final la mujer es desvalorada, una vez que, en una sociedad extremamente religiosa – cuya principal religión es la católica, en especial en esta época – al poner la mujer en situación de ser llevada por el diablo, se la pone como una pecadora, lo que para los modelos religiosos es una ofensa sin tamaño. A pesar de que algunos escritos suyos son muy cargados de perjuicios en contra las mujeres, la genialidad del autor es indudable y también se expresa a través de temas más generales de la vida, tales como la muerte, la religión, los sentimientos de una manera en general y lo efímero que es la vida. ¡Cómo de entre mis manos te resbalas! ¡Cómo de entre mis manos te resbalas! ¡Oh, cómo te deslizas, edad mía! ¡Qué mudos pasos traes, oh, muerte fría, pues con callado pie todo lo igualas! Feroz, de tierra el débil muro escalas, en quien lozana juventud se fía; mas ya mi corazón del postrer día atiende el vuelo, sin mirar las alas. ¡Oh, condición mortal! ¡Oh, dura suerte! ¡Que no puedo querer vivir mañana sin la pensión de procurar mi muerte! Li te ra tu ra E sp a ñ o la 1 49 UNIDADE 3 Cualquier instante de la vida humana es nueva ejecución, con que me advierte cuán frágil es, cuán mísera, cuán vana. Entre sus crisis personales, están el amor desenfrenado y el odio por toda clase de romance, el desengaño total y, en contrapartida, la religiosidad profunda. Véase el poema religioso que sigue: Vinagre y hiel para sus labios pide... Vinagre y hiel para sus labios pide, y perdón para el pueblo que le hiere: que como sólo porque viva, muere, con su inmensa piedad sus culpas mide. Señor que al que le deja no despide, que al siervo vilo que le aborrece quiere, que porque su traidor no desespere, a llamarle su amigo se comide, ya no deja ignorancia al pueblo hebreo de que es Hijo de Dios, si, agonizando, hace de amor, por su dureza, empleo. Quien por sus enemigos, expirando, pide perdón, mejor en tal deseo mostró ser Dios, que el sol y el mar bramando. La obra de Quevedo es muy extensa y sigue siendo estudiada hasta los días de hoy por las más diversas ópticas. ¡Puedes seguir buscando y leyéndola! APARTADO 3 LUIS DE GÓNGORA El mayor enemigo literario de Francisco de Quevedo, nació en Córdoba, el 11 de julio de 1561 y su nombre de cuna es Luis de Góngora y Argote. Nacido en una familia noble, siempre gozó de seguridad financiera. Estudió en Salamanca y siguió la carrera eclesiástica. Sus estudios influyen mucho en sobre su manera de escribir, una vez que Luis de Góngora, por Velázquez. U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l 50 UNIDADE 3 estudia latín y griego. Viaja mucho por España y eso también se refleja en su obra, ya que describe en sus poesías los paisajes por los cuales pasó. Su prestigio ante la corte le hace ser nombrado capellán real en 1617 y pasa a vivir en la corte hasta 1626. Al conseguir cargos y prebendas a casi todos sus familiares se ve arruinado, lo que le lleva a morirse en medio a una extrema pobreza, en Córdoba, en 1627, acometido por una apoplejía. Obra La obra de Góngora no es tan extensa como la de Quevedo. Los temas son los más diversos, pues escribe poemas amorosos, satíricos, morales, filosóficos, religiosos, de circunstancias, polémicos, laudatorios, funerarios. Sus composiciones adoptan las siguientes formas: - Sonetos: composición poética que consta de catorce versos endecasílabos distribuidos en dos cuartetos y dos tercetos. En cada uno de los cuartetos riman, por regla general, el primer verso con el cuarto y el segundo con el tercero, y en ambos deben ser unas mismas las consonancias. En los tercetos pueden ir estas ordenadas de distintas maneras. - Canciones: composición lírica a la manera italiana, dividida casi siempre en estancias largas, todas de igual número de versos endecasílabos y heptasílabos, menos la última, que es más breve. 2. Antigua composición poética, que podía corresponder a distintos géneros, tonos y formas, muchas con todos los caracteres de la oda. - Romances: combinación métrica de origen español que consiste en repetir al fin de todos los versos pares una misma asonancia y en no dar a los impares rima de ninguna especie. 2. de versos octosílabos. - Letrillas: composición poética, amorosa, festiva o satírica, que se divide en estrofas, al fin de cada una de las cuales se repite ordinariamente como estribillo el pensamiento o concepto general de la composición, expresado con brevedad) y décimas (Combinación métrica de diez versos octosílabos, de los cuales, por regla general, rima el primero con el cuarto y el quinto; el segundo, con el tercero; el sexto, con el séptimo y el último, y el
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