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Muda a mentalidade do emissor As emissoras de rádio, por enquanto, continuam fazendo um uso prudente de internet, talvez por um temor natural de mu...

Muda a mentalidade do emissor As emissoras de rádio, por enquanto, continuam fazendo um uso prudente de internet, talvez por um temor natural de mudança geracional e estão relutantes em utilizar todas as potencialidades que a web oferece. Para Nair Prata (2008, p. 71), “o som passa a ser o elemento definidor, o divisor de águas, o ponto de partida e de chegada da radiofonia. No rádio, o som deve ter sentido por si próprio, sem a necessidade do apoio do texto ou da imagem, como em outras mídias”. Assim como o rádio que opera em radiodifusão, a webrádio continua tendo como base a palavra radiofônica. Neste âmbito ainda não existe a convergência dos media como ocorreu com a rádio musical, a qual é imprescindível coexistir com outras alternativas (iPod, leitores de música...). A palavra radiofônica continua a ser imprescindível. É necessária para explicar, para relacionar uma música com uma história, para contar uma curiosidade sobre o que é emitido, ou para recuperar um tópico esquecido. Por isso disse Menesses (2012) que a rádio de palavra, informativa ou não, tem mais possibilidades de sobreviver inalterada do que a rádio musical. Neste contexto, cada vez ganha maior relevância a figura do narrador, a pessoa que tem a capacidade de explicar as coisas. Ganha importância redobrada a figura do condutor de programas que interpreta a realidade. Tem a rádio a responsabilidade de recuperar essa capacidade narrativa, contribuindo para uma cultura do diálogo, em um momento de auge da cultura de participação. A rádio informativa conserva o imediatismo, e nem mesmo precisa se submeter a horários de emissão. O comunicador (seja profissional ou não) pode comunicar através da rádio de maneira imediata as suas notícias no momento em que as obtém; a distância temporal é um clique. Cada comunicador pode incluir tags, de fontes sonoras que podem ser recuperadas no computador, no telemóvel ou qualquer dispositivo online. Uma das mudanças de mentalidade mais evidentes é oferecer ao ouvinte a faculdade de organizar conteúdos e dispor sobre eles: escolher o que escutar, a que horas fazê-lo, escolher de acordo com os seus interesses a ordem de acesso às notícias, rejeitar determinadas informações, apresentar, enfim, suas próprias produções, a partir do que a rádio oferece. Muda a mentalidade das audiências As novas audiências são do tipo multitasking, ou seja, escutam rádio enquanto navegam, acedem ao correio eletrônico ou participam em um chat. Estas mesmas audiências, principalmente jovens nativos digitais (Prensky, 2001), param o vídeo para atender o telemóvel, ouvem mp3 durante a aula... Ou seja, já não consomem o que lhes é fornecido, mas consomem o que querem. É uma consequência inevitável a perda de importância da distribuição em radiodifusão analógica (em am ou fm) ou digital em favor da distribuição por streaming, download ou podcasting através de computadores, telefonia móvel ou receivers de áudio conectados à internet. Dada a multiplicidade de oferta online faz sentido de novo a seleção. Na atualidade temos que ser cautelosos com as previsões; em breve será possível construir uma programação a partir da atual lógica de tags e utilizando só a voz para selecionar o conteúdo. É o final da escuta passiva, do modelo unidirecional. Os novos consumidores de rádio (prosumers): a) Controlam e personalizam. Cada vez um número maior de indivíduos é capaz de oferecer informação e a custo cada vez mais baixo. E, além disso, a distribuição da informação é feita de maneira personalizada, cada ouvinte organiza sua própria playlist, ou a ordem pela qual quer escutar as notícias; b) Produzem e se associam. São cada vez mais abundantes os blogs, os podcasts à margem da indústria e os mashups (híbridos construídos como novos elementos a partir de produções anteriores). É o caso de serviços de áudio como o Go Ear ou o Soundcloud, ou de vídeo como o You Tube ou o My Space; c) Socializam-se. Cada vez é mais evidente que o consumo de rádio se associa a redes sociais e que cada ouvinte comparte com outros seus gostos e suas preferências. O que as redes sociais fazem é organizar de uma forma mais ágil ou mais inteligente os perfis ou os conteúdos que interessam; d) São interativas. Esta é a verdadeira potencialidade da transformação. A rádio permite comentar, intervir e, em sua vez, responder as demandas dos ouvintes. De qualquer forma, o modelo radiofônico tradicional ainda está longe de estar completamente esgotado, quer porque a participação dos ouvintes é ainda tímida quer porque continuará a haver diferentes sensibilidades em relação à participação ativa em diferentes comunidades e culturas. Mas a via aberta potencializada pela internet, o media máximo de comunicação atual, mostra sinais de vir a transformar significativamente o papel das audiências em webrádio. Muda a narrativa radiofônica A rádio evolui rapidamente por debaixo dos radares dos media studies (Menduni, 2001). É difícil segui-la, mas temos que admitir que ela teve a capacidade de se adaptar às mudanças impostas pela última revolução tecnológica. O conceito de transmedia refere-se à construção de uma experiência imersiva na qual o tema central do relato alcança extensões em plataformas diferentes da original, em que “any given product is a point of entry into the franchise as a whole. Reading across the media sustains a depth of experience that motivates more consumption” (Jenkins, 2006, p. 96). Haye (2011) afirma que um dos aspectos mais sugestivos desta complexa rede de textos e suportes constitui a emergência dos denominados projetos de narrativa transmedia; ou seja, projetos que utilizam várias plataformas, de forma complementar, em que cada uma delas efetua contribuições distintivas para melhor entendimento do relato (Jenkins, 2006, p. 293). Esta expansão da história através de múltiplos suportes permite chegar a diferentes públicos com uma narração que transcende o conceito de multimedia. A participação da rádio no cenário transmedia obriga-a a atualizar a sua capacidade de relato. O universo narrativo radiofônico, em pleno desenvolvimento, parece viver um novo nascimento. A narração reaparece e impõe-se nos novos suportes radiofônicos, tanto nas webrádios como nos bancos de dados de programas, que são explorados por recursos como arquivos de áudios para download, áudios on demand, playlists em streaming direto ou podcasts. No ambiente digital, estes relatos sonoros vão para além do áudio permitindo a expansão da história através de outras linguagens e suportes. A narração é o modo natural da comunicação entre pessoas, se entendermos comunicação não como um mero ato de transmissão de informações, mas como uma tentativa de estabelecer um contato entre seres humanos. A rádio é um meio que reproduz muito bem a forma natural de comunicação entre pessoas. Neste sentido é o mais natural dos meios de comunicação. A internet tem introduzido mudanças na narrativa radiofônica, ainda não suficientemente estudados. É importante aprofundar-se este conhecimento como forma de promover a eficácia comunicativa. As emissoras, desde a emergência de sua disponibilização por meio da internet, têm potencializado novas formas de criação, transmissão e intercâmbio de conteúdos. A tecnologia condiciona o modo como compreendemos o mundo. As novas tecnologias aportam novas histórias, novas visões de

Esta pregunta también está en el material:

Narrativas Transmedia
252 pag.

Teoria da Narrativa Universidad De La SabanaUniversidad De La Sabana

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Muda a mentalidad del emisor. Las nuevas audiencias son del tipo multitarea, es decir, escuchan la radio mientras navegan por internet, revisan su correo electrónico o participan en un chat. Estas mismas audiencias, principalmente los jóvenes nativos digitales, detienen el video para contestar el teléfono, escuchan música en formato mp3 durante la clase, entre otras actividades. Por lo tanto, ya no consumen lo que se les ofrece, sino lo que desean. Esto conlleva a una pérdida de importancia de la distribución en radiodifusión analógica o digital a favor de la distribución por streaming, descargas o podcasting a través de computadoras, teléfonos móviles o receptores de audio conectados a internet.

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